27- Culpas e culpas

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Descrição da imagem e do momento:

Na imagem, estou abraçando meu bebê gostosamente. Dentro desse abraço, ele pega firme em meu cabelo, escondendo, naturalmente, a nós dois. Sobre o meu rosto não está à mostra, é uma simbologia de tantos sentimentos de culpa que acompanham a maternidade, onde só queremos esconder-nos, minimizar-nos e deprimir-nos. Um alerta, na verdade! Porque precisamos usar mais nossos sintomas de culpa como faróis e como impulsionadores de nossas próprias melhorias como mulher, como mãe e como humanas que somos!

***

Culpas e culpas

Não, não...
Não é momento de culpas,
De natureza alguma!
No profundo da vida,
Talvez,
Nem haja culpados ou culpas!

Sejam elas temporárias ou não.
Sejam elas provindas de algo
Já consumado ou não!
Apenas, com muito amor no peito,
Encare-as, acolha-as, transforme-as!

É importante
Que você se abrace!
Inteira você precisa está.
Para, a cada dia
Ou a cada esquina,
Recomeçar!

Que chore,
Mas, que levante essa cabeça!
Pra já!

Vai fazer o possível de seu dia!
Há uma criança à sua espera!
Pelo seu amor-guia.

A autocondenação só mina suas forças.
Que são e serão preciosas
Para os seus próximos passos
E para a sua nova vida!

Mova-se!
Não se paralise em autoculpa alguma!

Ao invés de culpa,
Arregace suas mangas.
Refaça o caminho
Com sua força e brilho possível
Para o hoje, para o agora!

Mas, olha,
Não quero dizer
Que seja simples ou fácil!
Eu sei, não é fácil...

Por vezes, estado de guerra!

Coloca a fita de heroína na cabeça
E vai pro campo de batalha,
De cabeça erguida!

Heroína,
De sua própria narrativa!
Seja ela qual for...

Mesmo capenga, com dor,
Com a criança demandando
À largura de uma alma
E todo o conjunto
Que teima por, fielmente,
Dançar à sua frente....

Dê conta.
Ou simplesmente, não dê!

Solte o que for possível,
Mas, volte.

Você não é perfeita,
Nem mulher maravilha
E nem super mulher!

Mas, é tudo isso ao mesmo tempo!

Entenda a nuança,
Do que é ser bem sucedida
No campo do ser, do amor.
Pela vida, por si mesma,
Pelo entorno...

Você é humana. Bem humana.
E é uma semideusa também!

Com poder incrível
De se transformar internamente.
E de mexer externamente.

Você já é um ser humano
Tão interessante!

E, a cada passo,
Mais reluzirá.
Não há como evitar.

Por isso, não se culpe.
Confie!

Com a maternidade,
Vem muita dor à tona,
Muita sombra
E fragilidades, incrivelmente, expostas.

E mesmo diante de testes,
De tantas privações,
Até da própria individualidade...

Não vai deixar de receber
Ousados convites...
A ser, integralmente, doação.
De repente!
E isso tudo vai desafiar muito você!

Entre uma e outra tarefa,
Comando, chamado...
Entre o que foi feito
E o que não pôde ser feito.
Entre aquela demanda
E o sono arrebatador,
Que pede concurso
Para ser agente transformador...

Não se culpe!
A orquestra toca de lá pra cá.
Olhe para os lados e verá
Muito mais para construir.
Está aqui, ali e lá.

"Não, não posso..."
Você pode!

Para a sua culpa,
Ou culpas,
Entrega ao Maestro das provas,
Das almas...
O entendimento difícil da estrada.

Enxuga as lágrimas,
Acarinha a culpa atrapalhada,
Põe ela para observar a jornada
E só vai!

***

Nota da autora:

Aprofunde-se. Não no sintoma culpa, mas, no que ele grita para ser FORTALECIDO e ENTENDIDO em si mesma!
A culpa necessita ser percebida em seu sentido natural. No sentido extintivo mesmo, do extinto materno. Tal como um sinalizador funcionando, em seu potencial máximo. No intuito de proteger, de cuidar, de ficar um pouco mais, de olhar, de importar-se. Mas, quando a culpa sobrepõe-se a esse natural, paralisando a impulsão materna, quando essa mãe não se autoincentiva a se empoderar de sua própria realidade e contexto, aprendendo a decodificar e a acolher seus próprios sinais internos, essa culpa se torna antinatural e pode levar essa mãe ao adoecimento, caso ela não consiga sair daí. Pedir ajuda é sempre um bom caminho, quando não se consegue dá conta de achar a própria força, escondida em algum lugar de si mesma. Entretanto, a natureza dessa ajuda, cabe a cada mãe, a cada família, decidir a rota!

***

Ouça mais o coração de uma mãe. Apoie mais uma mãe. Valide mais os sentimentos de uma mãe.

Mãe, ouça-se mais! Busque suas próprias rotas, dentro de seu caminho materno!🙏

***

Segunda nota da autora:

Esse livro já está deixando-me com saudades, rsrs... sabe, ele muito me emociona e relembra-me todo o impulsionamento interno que a maternidade significou e ainda significa para mim, para os meus dias. Para o meu ser.

Está sendo mágico compartilhá-lo, por aqui, com você. 🙏

Eu sei o quanto essas palavras ajudaram-me. Espero que elas também ajudem você a acessar insigts preciosos, da profundeza de sua própria alma... 🤍

Esse caminhar, para mim: escrever, receber da vida essas palavras, foi um alento, renovação e incentivo a um amor que precisava está em rota de crescimento, a cada amanhecer... apesar de toda a labuta, de toda a abençoada labuta, que é acolher e ajudar a crescer um ser humaninho novo, que chega a esse nosso mundo...

Gratidão pela sua energia aqui.

Um cheiro em cada uma de vocês. 🌷

Mãe em poesiasWhere stories live. Discover now