Capítulo 3 parte 2

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Ah que saudade desses passeios no parque de diversões!  Sim, Kacauzinha é das antigas!

Bora passear e viajar com Fillipo e Elaine!

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Meu coração batia descompassadamente. A hora havia chegado! Respirei fundo e fui abrir a porta.


— Boa noite, Elaine. Você está linda!


Ganhei um beijo na bochecha e me senti ruborizar. Convidei-o a entrar e, assim que o fez, cumprimentou vovó, chamando-a pelo nome, exatamente como fora instruído anteriormente por ela. Tirou as mãos das costas, revelando uma sacola.


— Trouxe para lhe fazer companhia enquanto estivermos fora.


Vovó apanhou a sacola, sem palavras, e olhou o conteúdo.


— Meus preferidos! — exclamou tirando lá de dentro uma caixa de bombons. — Muito cavalheiro de sua parte.


— Imagine.


— Podem ir passear, vou ficar com minha novela e essas delicias! — Nos fez rir com suas palavras. — Tomem cuidado e juízo! Dez horas, não se esqueçam. Se passar um minuto, não terá uma próxima vez.


— Pode deixar, Patrícia. Faltando cinco para as dez, tocarei sua campainha. — Piscou para ela, despedindo-se, e estendeu a mão para mim. — Vamos?


Despedi-me de vovó e segurei a mão que Fillipo estendia, sorrindo, feliz da vida. Vovó retribuiu carinhosamente, dizendo para aproveitarmos a noite, enquanto saíamos apressados.


Na rua, em frente ao portão de minha casa, um carro vermelho estava estacionado. Ele abriu a porta para mim, mas fiquei parada no lugar, como uma estátua.


— Vamos de carro? — perguntei, incerta, o medo agarrando meus tornozelos e me mantendo presa ao chão.


— Sim, não se preocupe, tenho habilitação há anos e dirijo muito bem.


Suspirei, me sentindo uma besta quadrada. Meu Deus, é claro que ele teria seu próprio carro!


Engoli o medo e entrei, me sentando, dura como pedra. Logo ele sentou ao meu lado e girou a chave, ligando o veículo e o colocando em movimento.


— Relaxe, Laine. Não vou sumir com você, nem te levar para o meio de um matagal e te fazer mal. Vamos apenas passear no parque.


— Desculpe, mas nunca andei de carro sozinha com alguém, e essa é a primeira vez que realmente saio com alguém e de carro depois que meus pais morreram.


— Mil perdões pela minha indelicadeza. Rômulo me contou. Não pensei sobre isso. — Pegou minha mão e a beijou.


O lance do ferro elétrico da vovó era real. O beijo foi em minha mão e o senti esquentando meu corpo todo, era como se o sangue corresse mais rápido em minhas veias. Eu sabia perfeitamente que estava com as bochechas vermelhas. Como me sentiria se ele me beijasse na boca?


Não pude deixar de olhá-lo enquanto dirigia, compenetrado e parecendo o dono do mundo, lindo de viver!


Ele me pegou olhando-o e sorri, encabulada por ter sido pega em flagrante.


— Já estamos chegando. É logo ali. — Apontou à frente e vi as luzes coloridas e a roda gigante toda iluminada.


Sorri, genuinamente e de pura alegria.


Fillipo estacionou junto ao meio-fio e na primeira oportunidade, abri a porta e saí rapidamente daquela gaiola de metal, olhando deslumbrada a tudo por ali. Ele trancou o carro e estendeu a mão para mim, a qual não demorei a aceitar. Seu calor irradiava a partir do ponto em que nos tocávamos e eu sentia que ele seria meu para sempre. Uma coisa gostosa nos ligava e era tão fácil estar com ele!


Caminhamos pelo parque e ele comprou um algodão-doce, o qual comemos, enquanto esperávamos na fila de um brinquedo, conversando e rindo.


Foi a noite mais deliciosa da minha vida inteira!

     · ·٠•○♥ Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ ♥○•٠·˙

Estávamos exaustos e então ele me lembrou do horário que vovó havia imposto. O tempo voou a seu lado!


— Nosso passeio está uma delícia, mas tenho que levar você para casa antes das dez ou não poderemos sair outra vez, como sua avó disse — comentou, puxando-me para mais perto.


Dos alto-falantes do parque vinham uma das minhas músicas preferidas, Lost in your yes, da Debbie Gibson.


Meu coração acelerou como um louco. Parecia que tinha um beija-flor ali dentro, batendo as asas o mais rápido possível. Separei os lábios, umedecendo-os.

Oh, meu Deus! Ele vai me beijar!


Ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha e me abraçou, chegando mais perto, beijando-me na testa.


— Não fique nervosa. Daria tudo por um beijo seu, mas vou esperar a hora certa. O que acha de sairmos novamente semana que vem? Vamos jantar em algum lugar ou passear no shopping, o que quiser.


— Acho uma ideia maravilhosa. Também gostei muito da nossa noite. — Sorri, incerta se deveria falar sobre querer o beijo tanto quanto ele, mas minha timidez levou a melhor.


Assim, voltamos para casa e, exatamente faltando cinco minutos para as dez horas, ele tocou a campainha. Vovó veio abrir.


— Muito bem, vocês estão de parabéns.


— Posso levar sua neta ao shopping, sexta que vem?


— Com certeza.


Vovó me puxou para junto dela e acenei um adeus para ele. A presença de vovó não o intimidou, pois ele deu um passo à frente, me dando um beijo rápido no rosto, muito, mas muito perto da minha boca.


— Até mais, Laine. Nos vemos segunda.


Pisquei, desnorteada, mas logo lembrei da aula particular de Rômulo. Sorri. Eu o veria muito antes da sexta!


— Até. Boa noite, Fillipo.

Eu voltarei! _ DegustaçãoWhere stories live. Discover now