Capítulo 33 - Sentimentos

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Já eram quase 20h00 e toda a turma estava junto ao autocarro, prontos para ir embora, mas à espera do Natsu.

– Aquele idiota... – Queixou-se o Gray entre dentes.

– Será que está tudo bem? – Perguntou a Levy, preocupada.

– Lucy, o Natsu devia estar contigo. – O Macao aproximou-se de mim.

– Pois, mas nós não nos demos muito bem e acabámos por desfazer o grupo... – Expliquei. Por mais que tentasse, não conseguia ignorar o estado de preocupação no qual me encontrava...

– Certo. Quero que cinco alunos procurem o Natsu. Gray, Lucy, Erza, Jellal e Juvia, procurem-no, por favor. – Pediu o Macao, e assim fizemos.

– Natsu? – Chamei enquanto andava pela floresta.

Começou a levantar-se uma grande ventania, que era acompanhada por montes de flocos de neve, mas continuei a andar, apesar de já não sentir as pernas devido ao frio.

– Natsu? – Chamei pela milionésima vez enquanto tentava ver para onde ía através da neve.

Senti os meus pés a escorregarem e rolei por um monte abaixo. Guinchei depois de ter batido com o rabo em cheio numa pedra e levantei-me.

– Bolas... – Lamentei-me enquanto massajava o meu traseiro dorido. Preparava-me para me ir embora, quando algo na paisagem captou a minha atenção.

– Ervas cor de rosa? – Comentei enquanto via um pequeno monte cor de rosa que mais parecia relva, quase todo coberto pela neve.

Foi então que percebi o que aquilo realmente era.

– Oh, não... – Lamentei, começando a tirar a neve em volta daquela madeixa de cabelo.

– Natsu! – Gritei enquanto o desenterrava da neve. Assim que desenterrei o seu rosto, o mesmo tinha uma ferida na zona da testa que sangrava. Não consegui segurar uma das minhas muitas lágrimas, que ameaçavam cair.

– Natsu, responde! – Gritei enquanto tirava a neve do seu rosto.

Puxei-o para mim e uma parte do seu corpo soltou-se da neve, mas ele estava gelado.

O seu rosto estava branco como a cal, e os seus lábios estavam roxos, por causa do frio. As minhas pernas queimavam na neve, mas ignorei isso. O meu rosto encheu-se de lágrimas enquanto sacudia o Natsu, na esperança de o desenterrar.

– Acorda! – Gritei enquanto as minhas lágrimas saltavam do meu rosto e caíam no dele.

Os seus olhos verdes cor de azeitona abriram lentamente e fiquei um pouco mais calma.

– L-Lucy? – Ele quis confirmar, baixinho. Quase não se ouvia a sua voz, que habitualmente era alegre e animada, e alta. Muito alta...

– Tu vais ficar bem. Prometo! – Convenci-me mais a mim própria do que a ele.

Tirei o meu casaco e arrepiei-me com o clima frio que alcançou a minha pele, mas resolvi ignorar isso. Afinal, o Natsu precisava muito mais de se aquecer do que eu.

– Assim vais... Ficar doente... Outra vez... – Gaguejou ele enquanto os seus dentes batiam uns nos outros.

– Há certas pessoas pelas quais vale a pena ficar doente. – Sorri enquanto uma lágrima descia pelo meu rosto.

Para meu alívio, o tom roxo que os lábios do Natsu tinham começou a desaparecer, e a sua pele começou também a ganhar alguma cor. Ainda bem.

Fiz festinhas nas suas bochechas enquanto tentava ignorar aquele frio horrível...

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