Failure: FF0512

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O som da janela se abrindo, não o despertou, nem mesmo a voz robótica que saía de seu pulso lhe informando as horas e os compromissos daquele dia.

Pois, o relógio biológico do seu corpo já o realizara horas antes, assim como havia acontecido desde que o moreno começou a dizer suas primeiras palavras.

Por isso o ato de levantar e alongar seu corpo, para assim prepará-lo para o começo de mais um dia, foi automático.

- Como está o progresso do projeto FF0512, Ava? - perguntou andando em direção ao banheiro.

- Uma anomalia ocorreu doutor Jeon. - a voz rapidamente puxou as imagens holográficas que apareceram no boxe do banheiro.

O moreno que já adentrava os jatos de água que se ligaram após ter se despido da última peça de roupa em seu corpo, parou unindo as sobrancelhas.

- Que categoria de anomalia, Ava? - Perguntou lavando seu corpo enquanto olhava as imagens holográficas.

- O FF0512 que está na décima sexta semana lunar apresentou mutações no gene CYP21A2, doutor. Devo acionar a equipe?

- Sim e Ava, desmarque todos os meus compromissos que tenho para hoje. Por favor, também busque nos registros se algo do tipo já aconteceu antes.

- Sim, senhor. - E com som de um bípe desligou.

Saindo do banho apressadamente, Jungkook foi até a tela que tinha ao lado do espelho, escolheu a roupa que usaria e quando voltou para o quarto, a mesma já estava em cima de sua cama.

Vestiu o terno bege claro e sem ao menos tomar seu café, deixou seu apartamento apressado.

Enquanto descia pelo elevador, o moreno ia relendo as informações que lhe eram passadas pelo tablet.

Ao que parecia o embrião estava desenvolvendo um segundo sexo, o que para a atual civilização era totalmente novo e inaceitável.

Quando saiu do prédio em que residia, ao contrário do que costumava fazer, ir caminhando até Nefelite Genetics, pegou uma das cápsulas de transporte, pois sabia que chegaria mais rápido ao laboratório.

De fato, cinco segundos depois o moreno descia da cápsula e passava pelas portas automáticas, seguindo pelo corredor totalmente branco iluminado por luzes led azuis, pegando outro elevador e indo último andar.

Ao chegar na sala desejada antes da porta se abrir, um mecanismo robótico lhe estendeu seu jaleco. Depois de devidamente vestido, as portas se abriram.

A sala branca tinha uma iluminação muito baixa.

Enfileiradas, porém, com espaço entre si, ficavam os placentários; casulos suspensos do chão ao teto por fibras resistentes que imitavam as células e tecidos de uma placenta e por onde os embriões recebiam os nutrientes que necessitariam para se desenvolver até o momento, propriamente dito, de nascerem ou como eles costumavam dizer, "colher".

Jeon se posicionou de frente ao casulo ao qual estava seu último projeto, com um toque em seu pulso uma parte do chão se elevou logo abrindo uma tela onde aparecia todas as informações do embrião.

Sem tirar os olhos do monitor, Jeon ouviu quando uma das geneticistas se aproximou de si.

- Algum problema, doutor Jeon? - perguntou se aproximando para observar a tela.

- É o que descobrirei, doutora Kim. - falou sem se virar.

Suspirou apertando um minúsculo ponto atrás da orelha, este que ativava mãos robóticas que cuidadosamente realizavam uma leve abertura no tecido da placenta, - sem lhe causar danos -, o possibilitando ver o embrião.

Estigma: Distrito 58Onde histórias criam vida. Descubra agora