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                                   CARLA

de novo estou sentada na minha carteira esperando o professor entregar minha prova , o professor Tomás passa pelas mesas entregando as provas viradas para baixo e quando acaba de entregar ele anuncia:

— podem virar as provas

Viro minha prova e não fico surpresa, como sempre um 10 com uma carinha feliz, eu ainda não sei porque o professor insiste em colocar essas carinhas nas provas , isso me lembra o fundamental,viro minha cabeça observando o resto da turma que bufa ou xingar

Eu acho que é só eu que estou feliz, eles percebem o atinar verde da carinha feliz da minha prova e me olham com olhos tão cheios de ódio que fico com medo, mas não consigo parar de sorrir, essa prova foi a mas difícil que eu já fiz

E olha que eu nunca acho uma prova difícil

O professor de história olha para o relógio e fala que podemos sair para o almoço, quando começo guardar meu material não percebo que demorei de mais e acabei ficando apenas eu na sala

Bom .....quase

—Banbi!— respiro fundo já sabendo de quem pertence essa voz , — deixa eu ver —Aart puxa minha prova da minha mão e
Acabo me encolhendo 

Eu odeio esse moleque, desde que me mudei a um ano e meio ele não para de encher a porra do meu saco, eu até bateria boca com ele mas não posso perde essa bolsa na escola , eu estudava em uma escola pública antes de vir para essa escola que parece mais um shopping e o estudo é um dos melhores em Bridgeport —uma cidade nobre em Connecticut— preciso ser a aluna perfeita e ser uma pessoa completamente diferente do que eu era

—me devolve— tento soar minhas palavras forte mas eu pareço mais uma gatinha miando , não sei como mas ele me intimida com o tamanho dele

Odeio esse apelido, não sei por que mas me deixa constrangida como se estivesse me diminuindo , Aart cisma em me chamar assim por que sabe que eu odeio e parece que isso é o entretenimento da vida dele

— cala a boca Banbi — ele repassa as folhas da prova e o encaro com raiva, como ele consegue ler meus pensamentos?— olha aqui ,eu tenho um trabalho de geografia  e você vai fazer pra mim —ele fala autoritário e sem mais e nem menos .

É isso o que ele faz , da ordens , tenho quase certeza que nunca ouviu um não na vida , Aart é o típico garoto que estuda na escola Elitte, Rico e mimado.

— não vou fazer e-eu tenho muito trabalho pra fazer tanbem — tento soar como se tivesse coragem mas meu nervosismo só atrapalha

ele se aproxima mais perto de mim ,um palmo longe de meu corpo —juro que consegui sentir a respiração dele batendo no meu rosto— o ar parece sumir dos meus pulmões

— só que eu não pedi Bambi, eu mandei — ele pega meu maxilar ,mas sem força— você tem até amanhã, entendeu?

faço que sim com a cabeça mesmo querendo socar a cara dele , não posso me meter em encrenca, não posso.

Não sei porque não nego isso a ele , tenho um leve medo do que ele pode fazer , na verdade, tenho mais medo de ele causar confusão e levar nós dois para direção

Não posso arriscar perder minha bolsa

Ele pode ter a vida ganha com o dinheiro do pai dele mas tem gente como eu que tem que ralar pra ser alguém na vida e já basta o que eu aprontei na minha última escola , foi um milagre eu ter conseguido a bolsa depois da merda que estava a minha vida ano retrasado

Do pó as cinzas Where stories live. Discover now