P.O.V. Draco Malfoy
Estava de volta a Hogwarts. Na minha carruagem estava a Pansy e o Blaise. Tive saudades deles.
Depois dos Aurors entrarem em minha casa, levaram-me a mim e à minha mãe para Azkaban. Foi uma estadia horrível. Eu não tinha muito para ser sugado pelos Dementadores, então logo eles deixaram-me em paz. Mesmo assim, tinha de conviver com os gritos, os sussurros, e as palavras sem nexo dos outros prisioneiros, que já estavam ali à tanto tempo que tinham perdido a sanidade. Não sei como Sirius Black tinha aguentado tanto tempo ali. Os guardas faziam pouco de mim, e perguntavam-me como era ter batido tão fundo; se a minha cama era digna da realeza; e por aí vai. Entendo que merecia isso, afinal, por um tempo, eu até concordei com os ideais que os meus pais ensinaram-me, porém não havia necessidade de cuspir na minha comida. Eu às vezes nem comia, no entanto, passados alguns dias, tiver de comer antes de morrer à fome. Eu queria desistir e deixar-me levar, mas depois lembrava-me da cara da minha mãe, que me deixavam ver uma vez por mês, e ganhava forças para continuar, na esperança de um futuro em que estaríamos juntos.
Fiquei cerca de 3 meses. 3 meses de puro sofrimento, até que recebi a minha audiência. Eu sabia que ia ser julgado culpado e ficaria a apodrecer em Azkaban, mas não é como se tivesse escolha.
Escoltado por 4 guardas, fui levado à sala de audiência. Para minha surpresa, o trio de ouro estava lá. Harry olhou para mim e deu-me um sorriso acolhedor. Tentei retribuir, no entanto, estava tão admirado, que sem dar por isso já estava sentado de frente para o juiz, à espera das perguntas.
-Boa tarde, senhor Malfoy. Hoje iremos dar início ao seu julgamento para saber se irá reunir-se à sua mãe, em liberdade ou ficará em Azkaban.
Fiquei surpreso ao ouvir que a minha mãe tinha sido liberta. Como? Olhando para o lado percebi como. Harry deve ter sido a favor dela, por ela o ter ajudado na Floresta Negra, segundo o que ela me contou.
-Tome o Veritasserum que encontra-se à sua frente.
Engoli num só gole, sentido o líquido afundar no meu estômago como uma pedra pesada. Uma pedra que me obrigaria a dizer a verdade.
-Draco Malfoy é o seu nome?
-Sim.- respondi, sob o efeito da poção.
-Muito bem. Você entrou nos Devoradores da Morte por sua própria vontade?
-Não. O meu pai queria que eu me tornar-se Devorador desde que eu era muito pequeno. Quando o Voldemort voltou, o meu pai tentou obrigar-me a ganhar a Marca.
-O que você não quis?
-Não. A minha mãe conseguiu-me defender por vários anos. Até que o meu pai falhou numa missão para o Voldemort.
-Que missão?
-Isso não sei dizer. Sei que quando voltou, ele estava fulo e o meu pai cheio de medo. Pouco tempo depois recebi a Marca Negra como castigo para o meu pai.
-E se recusasses? Podias fugir, certo?- perguntou o juiz, olhando-me com desprezo, o veneno pingando a cada palavra sua.
-Se eu recusasse, a minha mãe seria morta e provavelmente o meu pai também.
-Podia ter pedido ajuda.
-Não, não podia. Além que ninguém me ajudaria a mim e à minha mãe, ninguém nunca acreditaria em nós. Pensariam que era um truque ou algo assim.
-E temos motivos para não pensar nisso?
Estava quase a dar-lhe uma resposta torta, quando Harry finalmente decidiu intervir.
-Isto é ridículo. Já deu para perceber que Mal...Draco é inocente.
Todos os presentes olharam com os olhos arregalados para ele, exceto a Granger, que por algum motivo tinha um sorriso no rosto. Parece que normalmente ele não é de falar.
-Claro senhor Potter, mas como deve adivinhar, o senhor Malfoy...
-Sim, ele errou. Feio, muito feio. Mas também ajudou-me durante a batalha. Atirou a varinha que derrotou Voldemort, escondeu a minha identidade, da Hermione e do Ron, quando fomos capturados na Malfoy Manor, apesar de saber que éramos nós.
-Muito bem. Darei liberdade a si também, mas terá de voltar para Hogwarts.
Bateu com um martelo e a audiência acabou.
Vou voltar a Hogwarts, mas tenho algumas regras a seguir. Não posso voar, nem ir a Hogsmeade. Se terminar o oitavo ano, criado para os alunos do sétimo que não conseguiram terminar a escola no ano passado, sem nenhum problema, a minha liberdade condicional acaba e posso voltar a ter uma vida normal, ou o mais normal possível quando se tem a Marca Negra no braço.
-Draco, está na hora de nos vestir.- chamou Pansy. Pansy e Blaise eram quase como irmãos para mim. Também eles tinham a Marca e tinham de seguir as mesmas regras que eu, mas Pansy não tinha os pais. A mãe de Blaise manteve-se neutra, mas os de Pansy lutaram no lado das trevas. Assim, nas férias, ela viria para a minha casa e ficaria à guarda da minha mãe, até que uns meses depois ela fosse maior de idade. Por um tempo chegámos a namorar, mas depois percebi que era gay e ela começou a namorar o Blaise. Nada mudou na nossa amizade, e, mesmo eu não querendo admitir, eles ficavam fofos juntos.
Saímos do comboio e entrámos em Hogwarts. Olhei os retratos e as armaduras já repostas, com alguma saudade. Virei-me e deparei-me com um moreno de olhos verdes que me encarava. Ficámos a olhar um para o outro durante algum tempo presos naquele nosso mundo até que alguém esbarrou nele e ele desviou o olhar, corado. Uma cabeleira ruiva logo levantou-se, com os livros nos braços. Sorrindo, Harry colou o seu braço à volta dos ombros dela e saíram do atrio.
Weasley fêmea.
Não sabia que ela e Harry estavam a namorar. Decidi ignorar o sentimento que esmagava o meu peito e procurei os meus dois melhores amigos. Depois, nós os três seguimos para o nosso dormitório. Olhares de todos seguiam os meus passos e logo esbarrei-me com Theodore Nott. Ele tinha inveja de mim, pois queria ser Devorador, mas Voldemort escolheu-me a mim e não a ele.
-Olhem só quem ele é. Cuidado para não voltares para Azkaban.- riu-se ele, sendo seguido por alguns colegas meus.
Odeio-te Theodore. Enfim,...
Até ao próximo capítulo.;)
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Amor É Mais Que Uma Palavra De 4 Letras
FanfictionConcluída -Amor é mais que uma palavra de 4 letras. Amor é amar alguém, mas não aquela pessoa perfeita. Não existem príncipes, princesas, cavaleiros andantes. Existem pessoas normais, com defeitos e qualidades. E amar é enaltecer as qualidade, sem...