Sempre H.P.

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P.O.V.Harry Potter

Eu estava prestes a dar uma entrevista para o Profeta Diário. Não era algo que eu quisesse, porém todos queriam saber que carreira eu escolheria. E eu sabia que todos esperavam que eu dissesse Auror. O próprio Ministério diz que mal eu acabe a escola, já tem uma vaga para mim! No entanto, terei de os desiludir. Passei demasiado tempo a fazer o que os outros esperavam de mim, o que os outros queriam. Cansei de ser uma marioneta nas mãos deles. Eu agora é que mando na minha vida e ninguém iria tirar esse controlo.

Draco estava comigo, e estaria durante toda a entrevista.

Sentámos-nos em duas cadeiras, uma ao lado do outro, e na nossa frente sentou-se Rita.

A entrevista começou normal, com perguntas de como estava a minha vida depois de Voldemort, como estava a correr a escola,...

Até que chegou ao assunto inevitável.

-Então, senhor Potter, está quase a terminar a escola. Soube que o Ministério já tem um lugar guardado para si nos Aurors. Vai aproveitar a chance?

-Na verdade, não. Não irei seguir por esse caminho, pois já estou cansado de lutar.

-Mas o senhor tem tanto potencial. Isto do Voldemort só fez com que crescesse mais e aprendesse. Acho que devia aproveitar os ensinamentos que esta guerra lhe trouxe.

Eu não conseguia acreditar. Ela estava mesmo a insinuar que a guerra foi algo bom para mim?!

Antes que eu conseguisse dizer algo, Draco interviu.

-Desculpe? Está a querer dizer que foi bom o que o Harry passou?

-Bom, bom não foi, mas tornou-o mais forte.

-O que o tinha de tornar forte era carinho dos pais e familiares vivos! Não um feiticeiro idiota que queria dominar o mundo e tentava matá-lo a cada ano! E acho que Harry já fez o suficiente pelo Mundo Bruxo e merece uma pausa. Além que, a decisão é dele. Se ele não quer ser um Auror não o irá ser, e creio que, teimoso como ele é, ninguém o vai convencer do contrário.- respondeu irritado. Alcancei a sua mão e apertei-a ligeiramente, obrigando-o a olhar para mim. A irritação que estava transparente no seu olhar, praticamente desapareceu e foi substituída por carinho. Sorri de volta.

-Assim com o Draco disse, a escolha é minha.

-E o que é que o senhor vai escolher?- perguntou com desdém. Reprimi um comentário azedo e respondi-lhe.

-Quero fazer um orfanato. Existem demasiadas crianças sem um lar e eu acho que todoa precisamos de um pouco de amor de vez em quando.

-Pois, muito bem. E...

A entrevista acabou, sem perguntas intrusivas. Mal terminou, eu e Draco fomos para o nosso dormitório.

-Que raiva daquela mulher! Juro, seu eu pudesse matá-la, eu faria.- disse Draco, deitando-se na sua cama.

-Concordo plenamente. Ela é uma chata.- fiz uma careta, sentando-me ai lado dele, e apoiando a cabeça no seu ombro. Ele pegou-me na mão e beijou-me.-Obrigado por me defenderes.

-Sempre.

...

No dia a seguir já toda a escola sabia que eu não ia seguir a carreira de Auror. Sinceramente, eu não entendia o motivo das pessoas se incomodarem tanto com aquilo, afinal, não as vai afetar em nada.

Porém, no momento em que vi a mancjete percebi que o que estava a chatear mais os alunos não era a minha futura carreira.

"Salvador do Mundo Bruxo namora com um ex-Comensal da Morte?"

Toda a notícia estava cheia de mentiras e mal mencionava o facto de que eu iria abrir um orfanato. No entanto, falava bastante do meu relacionamento com Draco e fazia várias especulações a como eu deveria estar sobre ao feitiço ou Magia Negra. Ou que se tratava de uma obra de caridade

Fiquei a ver vermelho. Não era justo começarem a duvidar dos meus sentimentos pelo Draco apenas por causa dos seus erros passados. Eu lembro-me bem das notícias que se passaram quando eu namorei com Ginny e não estava nem perto daquilo. A única coisa que passava pela mente das pessoas, era quando eu a iria pedir em casamento.

Mas acalmei-me. Se eu estava mal, outra pessoa estaria ainda pior. Corri o mais rápido possível e abri a porta do nosso dormitório.

O loiro estava a ler o Profeta com lágrimas nos olhos.

Filha da puta. Se eu pudesse matava a Rita.

-Meu bem.- fui ter com ele.

Parecia receoso de se aproximar, mas acabou por ne deixar abraça-lo.

-Eu sabia que não iam reagir bem, mas isto ultrapassa tudo. Desculpa.

-Desculpa, pelo quê?- perguntei. Afinal, ele era o que estava a sofrer mais. Eu é que me devia desculpar por o trazer para debaixo das luzes. Ele ainda não estava pronto para que as cortinas do palco se abrissem.

-Pelo o que estão a dizer. Não é justo para contigo. Alguns dizem que estás a ficar maluco, que o feitiço do Voldemort te acertou com demasiada força. Estão a difamar-te.

-Deixa-os, não é como se fosse a primeira vez. Eu não te vou abandonar Dray, ok? Vou te proteger. Sempre.- prometi, estendendo-lhe o dedo mindinho.

-Sempre.- respondeu, entrelaçando o seu dedo com o meu.

Eu sabia que seria difícil, o nosso passado não é dos melhores, mas com Draco ao meu lado eu posso fazer tudo, até o impossível. E sei que assim como eu o vou proteger, ele também me vai proteger.

Sempre.

Amor É Mais Que Uma Palavra De 4 LetrasWhere stories live. Discover now