Complicado D.M./H.P.

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P.O.V Draco Malfoy

Tentei-me controlar. Se me envolvesse em brigas de qualquer tipo, teria sérios problemas, por isso tinha de acalmar e calar.

-Sai da frente, Nott.- pedi sem paciência.

-Ohh, o príncipe da Slytherin perdeu a sua coroa? Coitado.- E passou-me uma rasteira. Logo tinha três rapazes a baterem-me. Eu já tinha passado o mesmo com o meu pai. Eu já sabia a técnica, deixar que eles se fartassem e depois iria desmaiar. Se eu estivesse apagado, não sentiria nada. Antes que isso fosse possível, uma voz fez-se presente.

-O que pensam que estão a fazer?

-Fujam!

Fui largado ali, muito dolorido.

-Mal...Draco? Draco!- reconheci a voz de Potter a chamar-me, mas não me conseguia levantar. A última coisa de que me lembro, foi dos braços de Harry ao redor do meu corpo.

P.O.V Harry Potter

Corri com o loiro nos braços estilo noiva, ignorando os olhares lançados na minha direção. Devia ser estranho ver os dois maiores inimigos declarados da escola juntos, mas eu não podia deixar que fizessem algo com ele. Mesmo que ele tenha sido um Devorador isso não quer dizer que não merece o tratamento básico que se dá a um ser humano. Eu realmente não entendia aquele ódio gratuito, será que todos nós não sofremos o suficiente durante a guerra? No final de tudo, éramos apenas crianças que fomos obrigadas a deixar a nossa infância para trás afim de lutar pelo o que nos diziam que era certo, e infelizmente para Malfoy, ele tinha os pais que tinha.

Passado o que pareceu uma eternidade cheguei à enfermaria e coloquei o loiro na maca mais próxima. Ele não estava num estado muito grave, tinha apagado antes disso, talvez um mecanismo de defesa. Tinha alguns hematomas pelo corpo e cortes na face pálida. Chamei a Madame Pomfrey e expliquei-lhe a situação.

-Eu disse à professora Mcgonagall que era melhor separarmos os alunos, mas ela disse que a guerra já tinha terminado e não havia nada a temer. Acho que ela às vezes esquece que nestas paredes estão presentes adolescentes que acham que são os donos do mundo. Enfim, obrigada senhor Potter. Sei dos seus problemas com o senhor Malfoy, mas ainda bem que o pôde ajudar.

-Ora essa. Acho que devíamos passar tudo para trás das costas. A guerra já nos tirou tanto, já perdemos tantas vidas.

-Concordo plenamente. Tem pensamentos bastante maduros para a sua idade, mas você, mais que os outros, teve que crescer rapidamente.

-É verdade.- respondi com um suspiro. Às vezes gostava de ser simplesmente um adolescente normal, onde a minha maior preocupação era o Quidditch ou os N.O.Ms. Infelizmente nem sempre podemos ter aquilo que queremos.

-Aproveite o resto da sua adolescência, ou pelo menos, o que resta dela.

Ela tinha razão, eu tinha 18 anos tinha de aproveitar.

Virei-me para sair. Odiava o cheiro da enfermaria, o cheiro de doença, medicamentos, dava-me sempre naúseas. Antes que conseguisse, Pomfrey segredou-me:

-Tente manter o senhor Malfoy debaixo de olho, pode ser ? Sei que pode parecer estranho, no entanto não existe ninguém nesta escola que eu confie mais para essa tarefa. Ele arrisca-se só por andar nos corredores.

-Entendo. Irei tentar ajudá-lo o máximo que conseguir.

...

D.M.

Acordei um pouco tonto. Logo recebi um frasco nos meus lábios, e alguma força oculta obrigava-me a beber todo o seu conteúdo. Quando a visão me voltou, percebi que era a enfermeira da escola, já tinha passado ali muito tempo e não demorei a reconhecê-la.

-Pregou-me um grande susto, senhor Malfoy.- ela sorriu para mim. Mas havia algo naquele sorriso, algo familiar, algo que me lembrava a minha mãe.

-É, eu sei. Já posso ir?- questionei. Odiava ficar na enfermaria, lembrava-me sempre dos cuidados que recebia da minha mãe depois das torturas do meu  pai.

-Claro que sim, só tenha cuidado. A diretora irá anunciar algo hoje no jantar.

-Ok.

Fui-me embora, sem saber bem para onde ir. Não sei bem porquê, porém proibiram-nos de usar os nossos dormitórios e não me apetecia estar rodeado de pessoas que me olhavam com desprezo, não queria estar na mira de várias varinhas. Por isso, fui para a Torre da Astronomia, o sítio onde tudo começou, onde a minha vida tinha começado a desmoronar. Eu sabia que nunca conseguiria cumprir a missão de matar o professor Dumbledore, no entanto, se o Severus não tivesse aparecido teria sido assim? Se fosse para escolher entre eu e ele, eu teria o escolhido, ou teria-me escolhido? Acho que nunca saberemos.

Eu odiava o professor Dumbledore com todas as minhas forças. Ele sabia pelo o que eu passava, Severus contava-lhe tudo, no entanto só me mostrou ajuda, só me deu a mão quando eu não a podia aceitar, quando já era muito tarde. Ele sabia da missão e esperou até eu estar cara a cara com ele para me dar a ajudar que eu desesperadamente procurei durante anos. Eu não podia aceitar também, porque estava rodeado de Devoradores que me atacariam sem hesitar.

Sem me dar conta, já tinha chegado e admirava o céu que ficava com tons de laranja.

Quando já tinha passado tempo suficiente para não encontrar quase ninguém nos corredores, fui para o Salão Nobre. Antes eu gostava de fazer grandes entradas, gostava que todos olhassem para mim. Porém, esses tempos já foram e agora só quero permanecer na sombra.

Entrei silenciosamente junto com um grupo de Ravenclaws que nem deram por mim.

Sentei-me na minha mesa, o mais afastado possível do centro. Não queria chamar a atenção. Logo a professora Minerva começou os seus anúncios.

-Boa noite alunos. Espero que tenham feito uma boa viagem. Como sabem iremos sortear os primeiristas para a sua casa, porém, antes disso quero falar-vos de algumas mudanças que iram ocorrer. Como sabem este ano teremos 8 ano, algo que nunca aconteceu antes. Por isso, não temos espaço suficiente para todos os alunos. Assim tomei a liberdade para criar uma Sala Comunal para todos os do 8. Apartir de agora não importa se eram Slytherins, Gryffindors, Ravenclaws ou Hufflepuffs, agora vocês são da Unity.

Amor É Mais Que Uma Palavra De 4 LetrasDonde viven las historias. Descúbrelo ahora