68. Cartas na mesa e o movimento inesperado

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Janeiro e Fevereiro de 1998

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Amanda estava de volta ao vagão. Ela já conseguia ver os terrenos de Hogwarts se aproximarem enquanto sua cabeça estava apoiada no vidro. Dessa vez, apenas ela, Ginny e Neville estavam no expresso para Hogwarts, e quando chegaram na estação do trem, se surpreenderam quando perceberam que menos alunos tinham retornado para o segundo semestre.

Era estranho os vagões estarem daquela forma. Silenciosos. A costumeiras gargalhadas e animação dos alunos era uma memória distante.

Durante o trajeto, Neville comentou pouco sobre suas férias. Apenas disse que ele e sua avó permaneceram reclusos, tomando todos os cuidados, e apenas saíram para visitar seus pais.

Ginny e Amanda também não falaram sobre o recesso. Afinal, era estranho demais para Ginny passar sem Ron, ou Harry, principalmente porque nem mesmo na Toca elas estiveram. As duas grifinórias foram passar as férias de Natal na casa de uma parente da ruiva, Tia Muriel, como explicou Ginny, por questões de segurança.

Quando você pensa em uma tia avó, ou no caso de Ginny, uma tia bisavó, você imagina uma mulher doce, gentil e querida. Mas Muriel não chegava nem perto disso. Amanda já havia ouvido alguns anos antes Ron chamá-la de "Pesadelo", e cogitou que ele estivesse exagerando. Mas ele estava certo. Não existia nem um resquício de exagero ao chamá-la assim. A mulher realmente é uma figura desagradável. Isso se não falarmos o quão rude, grosseira e fofoqueira ela conseguia ser.

Amanda, assim que entrou pela porta da frente, já foi banhada de perguntas nem um pouco sutis. No começo, Amanda entendia, afinal, é uma estranha entrando em sua casa em um período extremamente perigoso. Na realidade, Amanda nem se importava com as dúvidas de Muriel a respeito dela. Elas nem se conheciam e Muriel estava sendo obrigada a recebê-la.

Mas o que deixava Amanda fora dos eixos era quando a mais velha direcionava suas perguntas para sua família. Muriel queria saber sobre sua mãe, e onde ela estava. Queria entender o motivo pelo qual ela saiu do país, como também fazia comentários desgostosos sobre sua atitude. Enchia Amanda de perguntas sobre seu pai, ou o recordava como um homem que gostava de se colocar em perigo.

Amanda teve que conter muito sua raiva, e explosões, pois quando a mulher falava de seu pai, sua única vontade era de fazer a mulher inflar, igual Harry tinha feito com sua tia. Quando esses momentos delicados chegavam, Fred era o primeiro a se prontificar em procurar alguma coisa para Amanda fazer e se distanciar da Tia. Sugeria coisas como: "Amanda, você pode me ajudar com a louça?" mesmo sabendo que eles poderiam fazer tudo com magia, pois o garoto sabia que fazer coisas no modo trouxa a ajudava a não perder o controle.

Ela e Fred não tinham se falado muito desde a despedida no expresso de Hogwarts, no começo do semestre, e quase não tinham trocado cartas. Amanda conversava até mesmo mais com George, do que com ele, mas alguma coisa dentro dela dizia que a maioria das perguntas feitas na carta de George eram do outro irmão. Então quando a Amanda o encontrou na plataforma, e o ruivo correu até ela com um abraço apertado, ela não soube reagir.

- Como você está Amanda? Como está se sentindo? – Ele disparava as perguntas como um canhão – Você devia ter me contado o que fizeram com você! O que fizeram com vocês! – Sua voz sair firme, mas ao mesmo tempo preocupada. – Tive que saber por minha mãe, já que McGoganall a avisou por um patrono.

Accidentally in Love - Draco Malfoy Where stories live. Discover now