A verdade....

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Sanem


Ele me deixou em casa... simplesmente em casa, sem nem tentar me dizer o que suas palavras significavam...
O que ele quis dizer com
" Nunca te deixei e não vai ser agora!", ou com " Porque acreditou naquela carta? ".
Se antes eu não tinha respostas... agora tudo parece confuso na minha mente... eu não sei mais o que pensar, em quê acreditar... suas palavras e a dor que vi em seus olhos me trouxeram dúvidas, e minha mente está tão pesada de perguntas sem respostas, que penso que enlouquecerei.
Tomo um copo de suco e vou para o quarto, me preparo para dormir e me deito, mas o sono parece não querer me fazer companhia esta noite. Me levanto para dar uma volta no cais pois ainda é cedo... visto um casaco, pois está muito frio lá fora e saio.
Chegando próximo a casa de Mirhiban escuro vozes e quando me aproximo mais para ver de quem são, vejo Can e Engin.
— Can eu preciso saber o que aconteceu com ele, como você escapou dele, só assim eu terei paz... só assim eu poderei andar com meu filho pelas ruas sem ter medo de que estejamos sendo seguidos. — Ouço Engin quase suplicar a Can por uma resposta, mas não entendo... de quem eles falam? Engin tem um filho? Porque ele nunca disse? E o que ele quer dizer com “ como você escapou dele?”.
Fico ainda mais confusa com tudo isso.
— Engin... eu só posso te dizer que não precisa se preocupar com ele... não precisa ter medo de andar pelas ruas com seu filho, ele não é mais um perigo para nenhum de nós. — Diz Can suspirando logo depois e continua a falar.
— Engin... não precisa se sentir culpado, você sabe né? Eu não te culpo... eu no seu lugar teria feito o mesmo... Você era só um pai tentando proteger seu filho de ser machucado, eu entendo isso agora... — Diz Can e vejo Engin limpando o rosto, com certeza estava chorando.
— Obrigada Can... e mais uma vez me perdoe. — Engin diz e vejo Can balançar a cabeça e o puxar para um abraço. Logo se despedem e Engin vai embora e Can entra na casa de Mirhiban.
Mas o que foi isso? O que Engin fez? Porque estava pedindo perdão a Can? Não entendo nada... — Penso comigo mesma e decido continuar meu caminho para o cais, talvez olhar o mar me ajude a tirar todo esse peso de confusão da minha mente.
Chego ao cais, me sento e começo a pensar em tudo o que ouvi de Engin e Can, e no que Can me falou mais cedo.
Penso e penso... até que algo atinge minha mente com as lembranças do dia em que Can foi embora... logo após pensar e relembrar esse dia, sinto lágrimas molharem meus olhos ao me dar conta de algo, algo que nunca passou pela minha mente.
Acaricio minha barriga e me permito mais uma vez chorar por tudo o que não foi... até que sinto sua presença atrás de mim.
— Posso sentar? — Pergunta suavemente e eu apenas assinto ainda com lágrimas nos olhos. Ele se senta de costas para mim assim como eu, e passamos alguns momentos em silêncio, até que eu decido falar e quebrar o silêncio.
— Você não foi embora... — Digo em um sussurro e pelo seu silêncio tenho a confirmação.
— Você não foi embora... mas eu acreditei que sim... — Continuo a falar com os olhos voltados para o mar e deixando as lágrimas caírem.
— Eu acreditei em um mísero papel do que no amor que você sentia por mim... mas foi porque foi mais fácil... eu não tinha a resposta do porque você tinha feito aquilo comigo, mas tinha a resposta do que você era...  que só queria sua liberdade...
E eu tentei... eu tentei com todas as minhas forças viver sabendo que você estava vivendo bem com sua liberdade...assim eu pensava... mas eu não consegui... porque me faltava saber o porque, porque depois de me dizer que me amava e me pedir em casamento você tinha ido... eu quase enlouqueci, todos os dias quando dormia eu tinha fé de que eu acordaria e tudo seria um pesadelo... que você estaria ali na cama ao meu lado dormindo... mas em todos os meus despertares , era como se o mundo desabasse em cima de mim denovo e denovo... porque você não estava lá... e a mesma pergunta voltava em minha mente... PORQUE? .
Eu não saia do quarto, eu não comia, as vezes nem tomava banho... Emre e Leyla foram morar comigo , annem e baba nem queriam por medo das fofocas... mas no fim pelo meu bem eles concordaram... por medo de eu cometer alguma loucura. Quando eu tinha meus ataques de pânico era Emre quem me segurava e me acalmava... nos braços dele eu encontrava um pouco de você... mas tinha vezes que ao me lembrar que era seu irmão, eu começava a soca-lo... para mim era como se eu estivesse socando você...
Um dia eu desmaei...  Emre e Leyla me encontraram e me levaram para o hospital e todos pensaram que era por fraqueza, mas não foi assim... o médico disse que eu estava grávida... eu não queria acreditar... meu mundo já tinha desmoronado... e eu pensava : Como vou ser o mundo de alguém se não tenho mais o meu? Como vou amar e criar uma criança sozinha se nem sei me cuidar sozinha?
Meus pensamentos foram esses durante muitos dias, meus pais não aceitaram bem a notícia, mas no fim me apoiaram e continuaram a cuidar de mim, mas eu voltei ao meu estado catatônico de antes... sem comer, dormir e sair do quarto... até que um dia Ezgí apareceu e abriu meus olhos para esse ser que estava crescendo dentro de mim... ele precisava de mim... e isso era tudo o que eu precisava ouvir para tentar seguir enfrente por meu filho....
Eu dizia: Meu filho precisa de mim... assim como eu precisei de você Can e você me deixou... e não vou fazer o mesmo que você...
Mas você não foi embora... e tudo o que eu acreditava ser verdade não é... e eu quero a verdade Can, assim como contei o que passei... quero que me conte o que aconteceu com você... eu mereço saber não acha? — Pergunto limpando as lágrimas, escuto ele fungar e se levantar, eu levanto também.
— Can... — Chamo-o quando vejo ele começar a ir embora... ele para mas não se vira.
— Can..  se você realmente me amou e não foi embora como agora penso... me conta o que aconteceu... — Digo com esperança de que minhas palavras tenham atingido ele. Ele continua parado, mas depois de um momento de hesitar, ele vai embora... e eu fico desolada por ele ir embora sem ao menos falar que eu estava errada... eu começo a pensar mais uma vez que vou enlouquecer com tudo isso.
E o mais doloroso é que indo embora ele disse com seu ato que não me amou e que foi embora... mas aquela certeza de que ele não foi ainda está aqui no meu coração.
Passo alguns minutos no cais chorando e lamentando, e volto para casa e ao chegar em casa me deparo com Can na porta me esperando.
— O que quer Can? Acho que você já deixou tudo claro quando veio embora sem me dar uma explicação. — Digo fria.
— Não é fácil ok? Não é fácil te dizer nada do que aconteceu... e eu não quero que por conta do que eu te disser aconteça algo com você ou com nosso filho caso você passe mal... — Diz se aproximando e sinto o desespero e medo em sua voz.
— Não vai acontecer nada Can... por favor me diz... —Peço de maneira suplicante.
— Podemos entrar? Está frio e não quero que você pegue um resfriado, isso pode demorar um pouco. — Pergunta e eu aceno entrando na frente dele para abrir a porta. O convido a entrar e ele logo entra. Digo que vou preparar um chá e ele acena em concordância, assim sendo vou para a cozinha.
Depois de terminar saio com a bandeja e nossos chás, mas não encontro Can na sala.
— Can? — Chamo-o, mas ele não responde. Será que ele foi embora? — Pergunto a mim mesma.
— Porque ele iria embora? Talvez tenha ido ao banheiro e ficou trancado lá. — Diz minha voz interior aparecendo depois de muito tempo.
— Você de novo não! Você estava me fazendo muito feliz enquanto estava desaparecida sabia? — Digo com os olhos semicerrados olhando para cima.
— Vai procurar o homem e para de declarar o quanto me ama... — Diz convencida.
— Eu vou sim, mas fique sabendo que eu não te amo... eu te detesto! — Falo brava e saio para procurar Can no banheiro, talvez minha voz interior esteja certa e ele esteja trancado no banheiro.  — Penso comigo mesma e procuro no banheiro de visitas, mas ele não está lá. Caminho pelo corredor e vejo a porta do quarto do meu filho aberta, quando vou fecha-la encontro Can de costas segurando uma pelúcia de albatroz que eu havia comprado.
— Can? — Chamo-o e ele se vira e me encara com a pelúcia nas mãos e lágrimas caindo dos olhos.
— Eu tinha um igual sabia? — Diz deixando as lágrimas caírem juntamente com sua dor.
— Quer dizer... minha annem comprou um igual para mim... mas não tive nem a chance de ver e nem brincar com ele porque Huma me levou... — Diz com dor com os olhos agora voltados para a pelúcia de albatroz.
— O quarto não está pronto... — Diz olhando em volta, e é verdade... não está pronto, não tem quase nada feito no quarto, a não ser algumas roupinhas que ganhei e comprei, e algumas pelúcias e uma cômoda. Na verdade eu não sei como decora-lo, não sei ainda o que quero para o quarto do meu filho...por isso não quis me apressar, mas o tempo está correndo e eu ainda continuo do mesmo jeito... sem saber o que fazer, e eu não quero um quarto como qualquer quarto de recém nascido... eu quero o QUARTO do meu filho... o quarto em que ele sinta o quão amado foi antes mesmo de nascer, ao ver os detalhes que com tanto amor e carinho foram criados para ele no seu quarto.
— Eu ainda não tenho certeza de como decora-lo...
— Digo evitando olha-lo.
— Posso decora-lo? Por favor... — Pergunta sussurrando e eu o olho surpresa.
— Eu não estive aqui durante seis meses... desde que descobri que queria uma família com você e apenas você, eu sonhei decorar o quarto do nosso filho... me deixa fazer isso Sanem... por favor me deixa... — Diz e sussurra mais uma vez a ultima parte enquanto olha para mim e vejo mais lagrimas caindo enquanto eu não consigo me controlar e deixo as minhas derramarem... e eu só consigo acenar com minha cabeça que sim para ele.
— Obrigado... — Agradece e aperta forte a pelúcia nas mãos.
— Sabe... annem me mostrou algo hoje... meu quarto... ou o que deveria ser o meu quarto quando nasci. Está tudo do jeito que ela havia deixado anos atrás... eu gostaria de trazer os móveis e algumas das coisas de lá para colocar no quarto do nosso filho... isso se... você não se importar... — Me olha esperando uma resposta, e eu ainda estou imaginando como ele se sentiu ao ver o quarto o qual ele deveria ter crescido chamando de seu...
— Uma das coisas que sempre quis priorizar no quarto do meu filho foi o amor em cada detalhe... porque eu quero que ele veja e sinta ao ver o seu quarto que ele foi muito amado e esperado... — Digo e dou um sorriso suave.
— Nosso filho vai se sentir honrado de ter o quarto do baba de quando ele era criança... tenho certeza de que amor não faltará... primeiro foi o amor da sua annem em cada detalhe... e agora será o seu e o meu... — Digo com lágrimas escorrendo assim como ele, sorrimos em uníssono, um sorriso de dor mas ao mesmo tempo de muita alegria...
— Obrigado ... — Sussurra e eu dou mais um pequeno sorriso suave.
— O chá está pronto. — Digo, ele acena, solta a pelúcia colocando no mesmo lugar, em cima da cômoda e juntos saímos do quarto e vamos para a cozinha.
— O chá está como antes... quente, macio e cheiroso... com o mesmo sabor... — Diz depois de algum tempo, e nesse momento me lembro do porque ele está aqui.
— Algumas coisas tendem a ter o mesmo sabor e cheiro... mas já outras mudam totalmente tudo... — Digo tentando soar enigmática para nosso caso, mas querendo que ele fique afetado pelas minhas palavras.
— É verdade... nem tudo contínua tendo o mesmo cheiro ou sabor... nem tudo continua a ser igual... — Diz e posso ouvir o pesar na sua voz.
— Dá para parar Can? Dá para parar de rodeios e dizer o por que foi embora? Não precisa ficar com medo por mim... eu quase enlouqueci quando você foi sem me dizer cara a cara que estava indo... mas agora eu vou enlouquecer porque a minha cabeça diz algo e meu coração diz outra... e eu não aguento que você me deixe ainda mais confusa com suas palavras agora... não depois daquelas palavras naquela carta que fizeram meu coração despedaçar pedaço por pedaço... eu estava sofrendo Can, e você hum? — Digo mais uma vez com lágrimas nos olhos, cansada de tanta confusão, cansada de não saber de nada...
— Só você sofreu Sanem? Hum? Você quer saber o porque que “ eu fui embora” mas fica aí me jugando e condenando sem me deixar explicar... — Grita parecendo cansado e fazendo aspas com as mãos na parte do “ Eu fui embora”.
— Quer saber mesmo hum Sanem? Ok, eu vou te dizer... mas antes eu quero te dizer algo... EU, NÃO FUI EMBORA OK? — Diz e sinto mais uma vez tudo cair ao meu redor... tudo o que eu pensei não era verdade...
— Então porque... — Tento dizer mas ele me corta.
— Eu fui sequestrado, mantido em cativeiro... torturado. — Era isso que queria saber? Então... tudo o que você queria saber está aí...
Eu não fui embora e nem te abandonei, eu só não estive aqui ao seu lado por isso...
Então não faça parecer que só você sofreu... eu sofri também Sanem... e você não sabe o quanto... — Diz cansado.
— No fundo eu tinha a certeza de que você não acreditaria naquele papel... foram minhas letras... mas não foram minhas palavras... achei que você se daria conta... e que o amor que demonstrei sentir por você, tivesse pesado mais do que aquelas palavras que me obrigaram a escrever... eu realmente esperava que você tivesse percebido que foi o único amor da minha vida e que eu já não sabia viver sem você... — Diz tristemente, se levanta e vai embora, me deixando lá com meus pensamentos. Deixo minhas lágrimas caírem como cachoeiras... como ele foi sequestrado? Mantido em cativeiro e torturado? E ainda mais... por quem? Quem fez isso conosco, com ele? Como pude acreditar naquela carta mais do que o amor que ele me fez saber que sentia por mim?
Mas como eu disse a ele no cais... foi mais fácil acreditar naquele papel... — Penso comigo mesma enquanto ainda choro.
— Ele tem que me dizer quem o sequestrou.... — Digo em voz alta para mim mesma e me levanto para procura-lo la fora. O procuro e o vejo deitado na minha rede. Me aproximo e o vejo derramando lágrimas e observando as estrelas, imediatamente me lembro do dia em que observamos juntos as estrelas pela primeira vez juntos. Sorrio com a lembrança e me aproximo.
— Posso deitar junto com você? — Pergunto descaradamente e ele me olha um pouco surpreso, mas apenas acena com a cabeça que sim, ficando em silêncio. Eu deito junto a ele e encosto a cabeça em seu peito.
— Me perdoa... — Sussurro depois de algum tempo  com os olhos voltados para as estrelas.
— Eu não deveria ter acreditado naquela carta... mas como eu já tinha te dito, foi mais fácil acreditar no que estava escrito, mesmo sem saber o porquê você tinja feito aquilo... mas eu nunca poderia imaginar que tinham te sequestrado. — Continuo e ele continua em silêncio.
— Quem fez isso com você Can? — Pergunto mesmo vendo que ele prefere ficar em silêncio.
— Fabri... — Diz mais baixo que um sussurro, mas eu o ouço e um calafrio sobe pelo meu corpo eu tento me levantar mas ele me segura.
— Shiiii, fica aqui. — Pede e mesmo que eu esteja morrendo por dentro para olhar nos olhos dele e fazer mil perguntas, decido apenas aproveitar esse momento e perguntar depois.
— A briga que tive com Engin.. foi apenas uma armação de Fabri... eu saí naquele dia da agência quando vi a decepção em seus olhos e ele estava lá fora esperando por mim... — Fala acariciando meus cabelos e coloco a mão em seu peito.

Can

Contar a Sanem tudo em detalhes não estava nos meus planos... mas aqui estava eu... confidenciando a ela toda a minha dor. Mas nada importava mais do que te-la nos meus braços.
— Dois homens dele me pegaram e me colocaram no carro, ele estava lá...  — Digo enquanto relembro aquele dia.

* Flashback*

— Ora, ora... se não é o hhhúú3 famoso Can Divit. É bom te ver Can... Então pronto para passar alguns dias gloriosos comigo? — Diz em tom de zombaria.
—Fabri, me solta ou eu juro que te mato. ! Digo enquanto estou com um capuz preto sob o rosto e com as mãos e pés amarrados.
— Calma Senhor Can... afinal não vamos fazer o trabalho do Senhor Engin ser em vão... — Diz e eu congelo, como assim o trabalho de Engin? O que que tem haver com isso?
— Se bem que ele não fez o serviço completo... ele deveria ter afastado Sanem de você, feito ela acreditar nele e duvidar de você... — Fala e sinto sua frustração por seu plano não ter dado certo totalmente.
— Mas tudo bem, vamos resolver isso agora. Parem carro e tirem o capuz dele. — Ordena a seus homens e eles o obedecem.
— Bom, sem mais delongas, você só tem que fazer uma coisa... escrever uma carta para Sanem. — Diz ele sorrindo enquanto olha para mim e eu só sinto vontade de quebrar a cara dele.
— Nunca vou fazer isso. — Afirmo com os dentes serrados e ele sorri mais uma vez enquanto segura o lápis e uma folha em uma mão, e derrepente ele saca uma arma com a outra, apontando na minha cabeça.
— Tem certeza de que não vai fazer o que estou dizendo? Ou melhor... prefere que eu te mate na frente de Sanem? Ela ficará desolada... coitada... mas eu posso fazer ao contrario também, posso matar ela na sua frente, e pode ter certeza de que não tenho nada a perder... porque vocês fizeram questão de que eu não tivesse nada... por culpa de vocês eu fui para a cadeia, essa é só mais uma parte da minha vingança...  — Continua falando e eu somente fico parado imaginando todos os cenários dos quais ele falou..  não posso correr o risco, como ele disse, ele não tem nada a perder...
— Ok, eu faço.  — Digo forçadamente e ele tira a arma da minha cabeça enquanto sorri triunfadoramente.
— Boa escolha senhor Can...Aqui está, comece a escrever, eu vou ditar as palavras, não posso correr o risco de que você dê alguma pista enigmática a ela. — Diz enquanto me passa o papel e lápis. Ele manda desamarrar minhas mãos e assim começo a escrever cada palavra dita por ele.
— Espero do fundo do coração que Sanem não acredite nessas palavras... não sou eu, eu não escreveria algo assim... muito menos a deixaria deixando apenas uma carta com tão poucas palavras, eu não esse tipo de pessoa.
— Esse foi meu pensamento depois de escrever o que foi dito por ele.

*Fim do flashback*

— O que ele fez com você Can? — Ela me pregunta com a voz um pouco chorosa.
— Ele me levou para um lugar afastado de Istambul,me manteve preso durante quatro meses... ele me torturava todos os dias, e ria da minha situação. Ele dizia que aquilo era a sobremesa da sua vingança.
Ele me deixava passar fome e sede, e quando via que eu estava muito fraco mandava me alimentarem e dar água... as ligações que eu fazia uma vez por mês para meus pais era porque ele não queria que suspeitassem... — Continuo dizendo enquanto ela funga e me aperta.
— Eu esperava todos os dias que algum de vocês entrassem por aquela porta e me resgatassem... pois eu já não aguentava mais... — Digo com dor e as lágrimas caindo.
— Me perdoa... — Pede chorando e me apertando ainda mais.
— Shiii... por favor, não chora, não quero que isso te faça mal.. — Digo tentando acalma-la, depois de alguns minutos acariciando seus cabelos ela acalma um pouco.
— Can... você passou seis meses longe... se Fabri te manteve durante quatro meses, onde você estava durante os outros dois? — Ela pergunta e eu engulo em seco, pois não sei se devo contar a ela.

******************

** Boa noite.... aproveitem esse capítulo 😉

** O que acham? Can fez bem em contar a Sanem? Ela vai saber lidar com tudo isso? Para onde Can foi depois dos quatro meses nas mãos de Fabri? E onde está Fabri? Como Can se libertou dele?

** Talvez saberemos de tudo no próximo capítulo.

** Votem e me digam o que acharam nos comentários. Até o próximo capítulo 😘😊

Albatroz (PAUSADA)Where stories live. Discover now