Eu não estou pronto...

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Sanem


— Can... porque não responde? Onde você estava nesses 2 últimos meses? — Pergunto levantando um pouco para olha-lo nos olhos.

— Está tarde, preciso ir... — Diz querendo se levantar e eu o impeço.

— Can Divit, você não vai sair daqui sem me dar as respostas que preciso! — Digo afiando os olhos para ele.

— A questão é essa? Você somente quer as respostas? Você não se perguntou que se eu não falei ainda é porque não estou pronto?
Sanem eu sei que você quer respostas... mas eu não estou preparado para te dar ainda... — Responde olhando nos meus olhos e eu vejo dor, inquietação e mais dor nele.

— Tá bom... hummm... você pode pelo menos então me dizer o porquê Fabri te sequestrou? — Pergunto e mesmo não gostando de ele não querer me dizer onde esteve esses dois meses, decido deixar pra lá por enquanto.

— Ele ficou furioso depois que foi preso, ele nos culpava por ter sido pego pela polícia e principalmente por não ter conseguido fabricar o seu perfume...eu acho que ele ficou louco...
Daí ele foi preso e lá ele formou amizade com pessoas que armaram um plano para fugir, foi assim que conseguiu fugir. Ele falou que só queria fazer duas coisas quando saísse de lá... Tomar você para ele, mesmo que a força... algo que ele quase fez... — Diz e suspira.

— E depois.... me matar...ele... ele disse que antes disso, queria que eu sofresse bastante, que eu implorasse pra que ele me matasse... e...eu quase fiz isso... Eu quase pedi que ele fizesse isso, porque os dias passavam e eu não via saída, ninguém vinha ao meu socorro, e depois de um tempo eu perdi as esperanças, eu realmente achei que morreria... mas..  mas algo me deu forças.... — Diz e sorri suavemente e depois olha minha barriga.

— Ele te disse que eu estava gravida... — Digo por ele e ele acena que sim.

— O que aconteceu com Fabri Can? Como você escapou dele? — Pergunto e outra vez ele desvia o olhar.

— Podemos parar de falar disso agora ? Quero saber sobre nosso filho... Acho que isso é o que mais importa agora.
— Afirma e eu o entendo.

— Ok, como quiser. — Digo e sorrio para ele.

— Então, como ele está? — Pergunta e eu sorrio e aliso minha barriga.

— Ele... ou ela... está bem. Não costumava mecher antes, a não ser a noite quando estávamos só eu e ele... pode parecer loucura, mas quando você apareceu ele mecheu, é como se te conhecesse sem nem ouvir sua voz. E desde que você chegou ele sempre meche, me chuta. — Digo sorrindo amplamente, e o vejo sorrir nostálgico.

— Eu sempre quis estar desde o momento da descoberta... Eu queria sentir a alegria de descobrir que estávamos esperando um filho, o fruto do nosso amor... Eu queria sentir todas as emoções desde o começo... E não estar lamentando ter perdido tanto agora... — Diz suspirando e o vejo derramar uma lágrima, antes que ele enxugue eu faço por ele, e nesse momento nossos olhos se cruzam.

— Sinto muito por tudo... —Sussurro e ele deixa um beijo na minha palma.

— Me perdoa por não estar aqui desde o início...

— Você não teve culpa, não se atormente mais com isso Can.. — Digo e acaricio seu rosto, e logo sinto o bebê chutar minha costela.

—Aí! — Reclamo da dor e Can se assusta.

— O que foi? Você está bem?
— Pergunta assustado me analisando e eu apenas dou um sorriso reconfortante.

— Nada... só seu filho que decidiu me presentear com um chute na costela. — Digo rindo um pouco e ele sorri.

Albatroz (PAUSADA)Where stories live. Discover now