Explicações & Contexto

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Ano 2360

Século XXIII

Desde a antiguidade, diferentes civilizações tentaram prever como o mundo acabaria. Contudo, apesar de criativas, nenhuma chegou realmente perto do que aconteceu em meados do século XXI. Os primeiros trinta anos deste século foram marcados por severas mudanças climáticas em todo o planeta. As cenas narradas nos livros de história são dignas de filmes de terror – não é à toa que até hoje o chamado "apocalipse" ainda seja um dos temas favoritos dos cineastas desse ramo da indústria. A vida na terra e os humanos que cá viviam nunca mais foram os mesmos após assistiram literalmente o mundo acabar e renascer diante dos seus olhos.

Na tentativa de salvar a vida humana, os cientistas da época recorreram à engenharia genética para tornar os humanos mais resistentes às mudanças no ecossistema do planeta. O experimento que obteve maior sucesso foi aquele que misturou alguns genes de lobos com genes humanos. Esses genes não só tornaram os humanos mais fortes como os ajudaram a mudar suas percepções de mundo, tanto fisicamente como espiritualmente, liberando e ativando partes do cérebro antes praticamente sem função alguma. Hoje, sabe-se que esta não era a única forma de salvar a humanidade, mas, diante da urgência da questão, foi a primeira a obter resultados e permitir que a raça humana continuasse a existir.

Agora, dois séculos depois do apocalipse, todos os humanos sobreviventes descendem diretamente dos primeiros híbridos do século XXI. Por quase um século, tais seres viveram em alcateias nas florestas, ainda tentando controlar os instintos dos seus "lobos" – como assim foram chamadas as consciências adquiridas após a combinação genética – e combiná-los às suas naturezas humanas. Não foi uma tarefa fácil para aqueles seres, mas, aos poucos, e com a evolução desses novos humanos, eles conseguiram finalmente encontrar um equilíbrio. Com o passar das gerações, esses humanos começaram a estruturar-se novamente nas cidades e a construir uma nova sociedade, com diferentes regras e costumes.

Enquanto os humanos se adaptavam a sua nova condição e o ecossistema terrestre entrava em equilíbrio novamente, tanto a área da ciência como a da tecnologia ficaram estagnadas, retardando o desenvolvimento destas. Dois séculos depois e pouca coisa mudou do século XXI até o momento. Os novos humanos, agora mais controlados, aos poucos voltaram a tentar desenvolver a sociedade do ponto que a antiga raça deixou, mas ainda caminham a passos lentos.

Sobre os novos humanos, existem dois genes lupinos principais: o gene B21, que define a que classe de lobo o humano pertence, e o gene B22, que permite ou não que as características lupinas se desenvolvam plenamente. Esses não são os únicos genes que influenciam nas características lupinas dos humanos, mas são os principais. Da mistura desses genes, temos três classes de humanos principais, as quais moldam a sociedade como conhecemos hoje: alfas, ômegas e betas.

Humanos alfas são geralmente mais altos e musculosos que os demais humanos, a grande maioria possuindo altura superior a 1,80 metros, e são resultado da manifestação de genes dominantes em B21 e em B22. São também conhecidos por serem mais explosivos e possuírem dificuldade em controlar suas emoções. Têm cios, geralmente, a cada seis meses e com duração de dois dias. Os dias de cio são aqueles em que a parte humana perde o controle e é quase completamente substituída pela parte lupina, a qual deseja reproduzir e se ligar a algum ômega. 

Além disso, alfas também possuem um forte senso de liderança e costumam se irritar caso contrariados. Alfas estão no topo da cadeia social, sempre ocupando os cargos de maior prestígio, pois, para eles, é o lugar que lhes pertence devido a sua condição e importância nos anos do apocalipse, já que, quando surgiu essa nova sociedade, foram eles os responsáveis por proteger e liderar as alcateias.

Awake [ksj + knj]Where stories live. Discover now