Jipuragi

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Caminhando a passos ligeiros e confiantes um homem extremamente atraente desfilava pelo saguão do aeroporto internacional de Incheon.

Vincenzo estava acostumado a chamar atenção por onde quer que fosse, sempre havia sido assim por isso nem mais se incomodava com os olhares cobiçosos de alguns transeuntes, na realidade o Cassano até mesmo gostava do fato, apesar de que se fosse perguntado negaria até a morte.      É que não era bom para sua imagem que fosse visto como um narcisista, mas um pouquinho de vaidade não faria mal a ninguém, concluía satisfeito.

Havia acabado de desembarcar e agora os olhos escuros procuravam cautelosos por um táxi. Jamais admitiria mas o trauma que viveu quando foi sequestrado ainda era remanescente, e aliado a vergonha de ter se deixado capturar por dois bandidinhos mequetrefes era o suficiente para fazer com que o ítalo-coreano houvesse se tornado exageradamente desconfiado com profissionais do ramo de transporte.

Poderia ter avisado alguém de confiança que estaria voltando para Seul, no entanto temia que a notícia chegasse aos ouvidos de Cha young, pois gostaria de lhe fazer uma surpresa.

Isso tudo obviamente fazia parte do plano de "roubá-la" do ex-futuro esposo. Como o estrategista nato que era, Vincenzo sabia que uma abordagem simplista não geraria o impacto que almejava causar nos sentimentos da advogada. Se ela soubesse de antemão sobre seu retorno, a mesma teria tempo de acostumar-se à ideia de sua presença e era provável que sua mente rememorasse lembranças dos momentos que viveram juntos de uma forma apenas amigável, afinal não sabia quão profundo o tal Park Jeong hee havia penetrado em seu coração.

Por outro lado se ela simplesmente esbarrasse com ele pelos corredores do Geumga plaza o fator surpresa agiria em seu favor, conseguiria uma Cha young sem palavras, com um coração acelerado e se desse sorte com uma mente confusa. 

E era exatamente o que queria.

 Bagunçar a mente e o coração da advogada.

Retornar a sua vida como um furacão para que não restasse dúvida de que mexia com ela.

E ele mexia! Ah, como mexia!

Vincenzo não era um tolo. Ainda lembrava perfeitamente dos olhos brilhantes e fugidios da morena quando dava-lhe demasiada atenção. Era como se ao mesmo tempo que a situação lhe regozijasse também lhe encabulasse.

Sinais claros de uma mulher apaixonada ou a caminho da paixão.

Eram essas lembranças que mantinham acesa a chama da esperança que movia o espírito determinado de Vincenzo Cassano ao resgate daquela que se tornou sua luz.

Jipuragi

Um sorriso brincalhão pintou os lábios do ítalo-coreano que finalmente compreendeu que assim como o pai havia sido a luz no fim do túnel para muitas almas desesperadas, Cha young havia se tornado a única luz capaz de arrancar-lhe da escuridão.

Por essas e outras o moreno não a perderia.

Ele não podia a perder.

Havia levado muito tempo para admitir que não poderia viver sem ela, isso de fato o incomodava um pouco, haviam se passado três anos afinal.

Três malditos anos.

Estava sendo extremamente cara de pau de aparecer depois de todo esse tempo só para estragar o casamento dela. Mas não poderia ser de outro jeito, era um miserável sem um pingo de vergonha.

 Mas a amava.

Deus! Amava aquela mulher com loucura.

Faria o que precisasse ser feito e pensaria nas consequências depois. Nunca havia sido do tipo impulsivo mas estava abrindo uma exceção. Por ela.

Preciso dizer que eu te amoWhere stories live. Discover now