Estudando o inimigo

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O relógio de pulso marcava 12:30.

Vincenzo lutava com as teclas da tela de seu celular na tentativa de enviar uma mensagem a Cha young, o sono o deixava um pouco grogue o que não o ajudava na missão mas não estava disposto a se render.

 Haviam marcado um almoço para conversar melhor no dia anterior mas já havia se passado meia hora do combinado e nem sequer sinal da advogada.

 Em pensar que estava se culpando por ter acordado atrasado e com medo de não chegar a tempo e deixá-la esperando. Pelo visto a Hong não o tinha em tão alta estima quanto imaginava. 

O moreno sentia a cabeça estalar pela pressão em seu crânio. Havia chegado a Coréia no dia anterior e em 24 horas havia sido "sequestrado" por um taxista falastrão, reencontrado Nam Joo sung, quase infartado ao descobrir que o casamento havia sido adiantado, invadido a reunião de Cha young, reencontrado a amada, e para encerrar com chave de ódio havia conhecido Park Jeong hee.

"Miserável, filho da mãe.."

 Pensar no coreano não fazia bem ao Cassano, rolou na cama a noite toda lembrando-se das mãos atrevidas cravadas possessivamente na cintura da advogada, da maldita boca que ousava resvalar na pele das bochechas rosadas e em alguns momentos até mesmo nos lábios da morena. Depois de ter passado algumas horas assistindo o desgraçado marcando a Hong como se fosse seu território o mafioso começava a pensar que o diabo teria de usar toda sua criatividade para superar tal método de tortura quando finalmente chegasse ao inferno. 

Sua noite havia sido péssima, a enxaqueca era impiedosa e sequer havia conseguido pregar os olhos antes das 6 da manhã, só havia o feito porque em determinado momento sem mais aguentar deu-se por vencido e engoliu algum analgésico. Agora se arrependia de ter sido teimoso e não haver tentado o remédio mais cedo, se tivesse feito teria conseguido dormir melhor e não acordaria destruído.

Há algum tempo o moreno havia concluído que de sua lista interminável de defeitos o egoísmo era o pior de todos, contudo nessa altura do campeonato se via obrigado a reconsiderar, avaliando melhor todas as desgraças que já havia vivenciado deu-se por conta que a grande vilã de sua existência era na realidade a teimosia. E não fora sua maldita teimosia a raíz de todos os problemas que enfrentava agora? Se não houvesse sido teimoso em insistir que Cha young teria uma vida melhor longe de si teria mandado toda a moral para o quinto dos infernos e ficado ao lado dela, teria confessado seu amor no momento certo, seria ele o homem a pôr em seu dedo um anel de noivado, dormiria bem todas as noites pois seria embalado pelo perfume de sua pele e seu calor garantiria que os pesadelos não o atormentassem, ao lado dela sua vida seria um sonho e faria questão de estar sempre com os braços enrolados em seu entorno para exibir ao resto do mundo que aquela era sua mulher.

Exatamente como Park Jeong hee fazia nesse exato instante ao atravessar as portas de vidro do restaurante, grudado em Cha young como um maldito carrapato.

Vincenzo lutou para recolher o queixo que havia despencando assim que presenciou tal cena. 

Cha Young havia chamado ele para o almoço dos dois?

Tudo bem que ele era o noivo mas isso era algo entre os dois. Na mente do Cassano as palavras inacreditável e inadmissível rodavam em um looping infinito.

" Sorria! Isso não é um enterro, demonstre superioridade."

Para ser honesto o mafioso não sabia outra forma de enfrentar situações desagradáveis além de demonstrar superioridade. Assim pelo menos ficaria claro que não estava disposto a perder.

Levantou de sua cadeira assim que o "casal" chegou até a mesa.

Sua ideia era fazer o que estava acostumado a fazer sempre que ele e a advogada almoçavam ou jantavam juntos. Puxaria a cadeira para que ela se acomodasse, no entanto antes que tivesse a oportunidade de dar a volta na mesa para isso o Park se adiantou.

Preciso dizer que eu te amoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora