Capítulo 14

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AVISO: ESTE CAPÍTULO CONTEM GATILHOS DE ANSIEDADE.
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Cheguei no quarto de Azriel. Abri a porta com tudo e o encontrei deitado, se debatendo. Suas sombras estavam espessas ao seu lado, quase tampando a minha visão.

Soltei a minha mão da maçaneta da porta e só aí percebi que eu comecei a tremer. Eu estava assustada.

Cheguei mais perto dele. Sentei ao seu lado na cama desesperada.

— Az, acorda. Azriel, acorda por favor. — eu comecei a balançar seus braços tentando acordá-lo.

Ele não acordava de jeito nenhum. Suas sombras ficavam ainda mais densas em seu redor e ele começava a se debater mais ainda. Eu não estava conseguindo ajudá-lo.

Só percebi o quão mal ele estava, quando eu vi que ele começou lentamente a parar de respirar. Não, isso não podia estar acontecendo.

Então fiz a única coisa que estava em minha mente naquele momento. O beijei fazendo respiração boca a boca, pedindo para que a Mãe o salvasse.

—Vamos, Az querido, acorde. — sussurrei.

Não estava funcionando, mas continuei mesmo assim.

— Azriel, seu idiota, não faz isso comigo, por favor, meu amor. — eu disse desesperada vendo que ele estava pior do que antes.

Parei de beijá-lo, aquilo parecia não estar adiantando de qualquer maneira. Não aguentei e comecei a chorar. Eu não podia perdê-lo. Aquele filho da mãe ainda era o meu parceiro, mesmo que eu tivesse com vontade de arrancar a sua cabeça e colocá-la em um espeto.

Um minuto de silêncio se passou. Eu já não sabia mais o que fazer. Minhas esperanças estavam acabando. Eu não aguentaria vê-lo sofrer mais assim.

Derrepente, Azriel parou de se debater. Meu desespero cresceu. Ele não podia estar morto, pois eu ainda sentia o laço que nos unia. Então, o que era isso?

— Então quer dizer que eu sou o seu amor? — Azriel disse fracamente, sussurrando enquanto abria levemente os olhos.

Suspirei de alívio.  Comecei a rir desacreditada que ele estava bem. Eu consegui. Eu finalmente consegui salvar alguém.

— Ah vai a merda, Azriel! — eu disse sorrindo.

— Só se você vier comigo, princesa. — ele disse ainda rouco, mas piscando um olho.

— Pelo visto, vejo que já está melhor, já que já está com energia de sobra para fazer piadinhas e cantadas por aí. — eu disse cruzando os braços e levantando uma sobrancelha.

Ele deu de ombros, como se não concordasse, mas também não discordasse de minha fala.

— Az, você quer.... quer conversar sobre isso? — perguntei hesitante. Ele sabia sobre o que eu estava perguntando.

— Eu.... eu... desculpa se te acordei, Luna. — ele disse com um arrependido nos olhos.

— Ora essa, deixe de bobagens, menino. Eu já estava acordada. — eu disse o olhando indignada.

— Por que você estava acordada a essa hora, princesa?

— Porque eu tive um pesadelo e comecei a escrever.... epa, pera aí! Você está fugindo do assunto, garoto. — eu disse estreitando os meus olhos, percebendo o que ele estava fazendo.

— Pelo menos eu tentei né. — ele bufou.

— Não, não, mocinho. Não me olhe com essa cara feia e nem tente desviar do assunto. Vamos, Azriel, fale o porquê por favor. — eu disse suavizando as minhas expressões, mas ainda falando firme para ele entender que aquilo não era brincadeira.

A Corte do Sol e da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora