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18 de agosto, 2019. 1 semana depois.

SENTINDO UM arrepio percorrer pelo seu corpo devido à ventania gélida, colocou o grafite e o caderno ao seu lado sobre o banco e vestiu o capuz do moletom preto que trajava e aliviou-se pelos fios de seu cabelo terem parado de se movimentar bruscamente.

Pegou o grafite e o caderno novamente. Posicionou o caderno sobre suas coxas que estavam em frente ao seu corpo e logo começou a rabiscar um rascunho que lhe veio a mente de última hora na folha branca. A ventania secou a lágrima que tinha caído de seu olho esquerdo.

Concentrada em interligar os traços, não se deu conta tão cedo de que um rapaz loiro se sentou no mesmo banco que você, mas na outra ponta, deixando uma distância considerável entre vocês. Você ergueu o olhar sem mexer a cabeça e conseguiu notar que ele trajava um moletom preto que aparentava ser o dobro do tamanho dele, uma calça moletom também preta e um tênis branco.

Quando o rapaz que estava observando o vazio da praça virou o rosto para lhe observar, conseguiu notar uma cicatriz bem acima do olho direito. Aparentava ser queimadura, mas algo lhe chamou mais atenção do que isso.

Os olhos.

As íris azuladas eram belas. Mas o olhar parecia sem vida. Completamente morto.

Desviou o olhar quando percebeu que já observou de mais e que ele não desviara ainda. Voltou a desenhar e o silêncio entre vocês continuou por alguns minutos. No papel, as linhas soltas começaram a se formar em um rosto derretido. Da parte do crânio saia diversos planetas, estrelas e até alguns animais. A única parte intacta do rosto era o nariz e a boca parcamente aberta.

— O que está desenhando? — pergunta ele com a voz rouca e baixa. Ele não olhou para você ou para seu desenho. O olhar do mesmo estava fixo em um arbusto bem a frente de vocês que se movimentava devido ao vento forte.

— Ah, não é nada de mais. Apenas uns rascunhos que me veio a mente. — respondeu no mesmo tom. Olhou o garoto que desviou a atenção do nada para você. Não sabia o porquê, mas se sentiu levemente intimidade por aquele olhar profundo. 

— Eu... posso ver? — você ficou sem reação, nunca pediram para ver seus desenhos, então nunca recebeu uma opinião ou um olhar de julgamento. Sua mãe via antes de morrer, mas ela sempre dizia que estava lindo e perfeito, mesmo não estando às vezes, coisa de mãe.

— Ah, claro. 

O rapaz se aproxima de você e você entrega o caderno com a folha desenhada para o mesmo. Ele fica uns bons segundos observando o desenho sem nenhum tipo de reação, parecia avaliar cada traço, gostaria de saber o que estava passando na cabeça dele naquele momento.

𝐓𝐇𝐄 𝐍𝐈𝐆𝐇𝐓 𝐖𝐄 𝐌𝐄𝐓, inui seishuWhere stories live. Discover now