"Só aceito se for no universo de 'E o vento levou'"

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Boston acordou com um céu cinzento, em pleno sábado. O frio se fazia presente, mesmo embaixo do grosso moletom que eu vestia. Apesar disso, Noah achou que era uma ótima ideia caminharmos um pouco pelo Parque Central. Podíamos contar nos dedos as pessoas que faziam o mesmo que nós.

Depois do episodio da biblioteca, fiquei me perguntando quem Heyoon achava que havia escrito aquela carta. E com isso, cheguei a grande conclusão de que área da justiça e investigação não são o ideal para mim. 

Obviamente que não contei esse pequeno detalhe para Noah, que apenas ficou feliz ao saber que a coreana havia gostado de sua carta, ainda com o conteúdo em mistério para mim.

- E tudo complicou quando encontrei com Bailey e ele me encarava como se soubesse de tudo. - Passava suas mãos com uma força desnecessária pelo seu rosto. - Eu tinha ficado feliz com a reação de Heyoon. Mas agora não sei mais.

O encaro confusa.

- Espera, porque está triste?

- Bailey pode saber dos meu sentimentos pela Yoon. Ele e Josh fazem parte do time de Futebol, acabariam comigo quando quisessem. - Suspira, me explicando seus motivos pela chateação.

- Mas eles não bateriam em você só por seus sentimentos. - Paro de caminhar, fazendo o moreno fazer o mesmo. - Você não controla esse tipo de coisa.

- Ninguém controla, Sina. Mas podemos controlar o que faz com esse interesse! Eu mandei uma carta para a garota mais linda daquela escola, uma garota que tem namorado. - Olha ao redor como se buscasse algum espião nos olhando. Faço o mesmo. - Eu amo ela, e até levaria uma surra se fosse necessário, só pra ter sua atenção voltada totalmente para mim, mas... - Suspira - Ela parece tão distante agora que comecei a tentar conquista-la.

Eu podia sentir a dor de meu amigo, queria fazer com que essa sensação de perda passasse. Ninguém deveria sentir algo assim. Decidi nesse momento que assim que chegasse em casa, entraria em contato com a coreana e a forçaria a se apaixonar perdidamente por ele. Nem que para isso eu sempre tivesse a sensação de um ataque cardíaco quando sentisse seu perfume.

Procuro ao redor algo que fizesse meu amigo se distrair por esse momento. Vejo um escorregador de longe totalmente vazio, afinal qual a mãe, com a saúde mental em dia, que traria seu filho para brincar em um parque com um frio de 11° C?

- Vem! - Pego sua mão e o puxo em direção ao brinquedo. Em meio a resmungos, Noah se deixa ser levado. - Agora vamos apenas nos divertir. Você vai brincar comigo, igual fazíamos quando éramos crianças.

- Eu não te conhecia quando éramos crianças -Retruca com um leve sorriso no rosto.

- Não. Mas eu brincava com algumas crianças... Bem - Olho para o chão, tendo diversas memorias voltando ao consciente. - Antes de tudo acontecer.

Noah percebe sobre o que eu falava e levanta meu rosto com extremo cuidado, me fazendo o encarar.

- Vamos brincar igual quando éramos crianças. - Declara.

E com isso, sobe as escadas para logo em seguida descer o pequeno escorrega a nossa frente. Ri de sua ação e fiz o mesmo. Voltamos a ser crianças naquele parque. E eu nunca me divertia tanto a muito tempo. Noah sempre seria meu melhor amigo. E eu sempre o colocaria em primeiro lugar na minha vida.

Depois de passarmos o dia brincando e caminhando no Millenium Park, nos dirigimos cada um para sua casa. Já passava da hora do almoço, então eu comeria algo simples quando chegasse. Porem, o susto foi inevitável quando adentro a cozinha e vejo minha mãe cortando verduras na grande ilha. Tão naturalmente, como se fizesse isso todos os dias.

Um Clichê Chamado Eu e Você - SIYOONOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz