Capítulo LXVIII

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" — Papai! — disse Sakura correndo em direção a Kizashi que sorriu e pegou a pequena criança no colo. O homem havia acabado de chegar do trabalho.

— Olá, Sakura. O que está fazendo?

— O céu é azul! — apontou para a janela — Azul, azul! — cantarolava enquanto movia as pequenas mãos no ar.

Kizashi sorriu e olhou para a esposa que estava parada um pouco depois da porta, os observando em silêncio. A babá logo veio e pegou Sakura nos braços, enquanto a mesma sorria e acenava para o pai."

Mebuki suspirou com pesar e um pouco de nostalgia. O peso do tempo e das lembranças não parava de lhe atordoar.

A Haruno estava sentada na pequena praça no meio de Konoha e enquanto observava um grupo de crianças brincar a pouca distância, deixava sua mente lhe levar para os momentos felizes do seu passado. Sua família  nunca tinha lhe feito tanta falta como agora.

Mebuki estava tão distraída com suas divagações que não percebeu Noriko Yamanaka se aproximar lentamente do banco ao qual estava sentada.

— Posso sentar aqui? — a mulher de meia-idade e cabelos castanhos perguntou.

A Haruno a fitou com surpresa e alegria por vê-la.

— Noriko? — sorriu —  O que faz por aqui tão cedo? — perguntou enquanto a outra sentava ao seu lado.

— Acredito que o mesmo que você. — respondeu encarando a Haruno — Lembrando dos bons tempos.

Mebuki olhou para as próprias mãos.

— Ah Noriko! — suspirou.

— Algo de errado?

A Haruno mais velho avaliou aquela pergunta por alguns segundos. Havia algo de errado? Sim, havia. Tudo estava errado ultimamente.

— Ela está se casando hoje. — olhou para a amiga ao lado — A Sakura está se cansando. — repetiu com certa dor no tom de voz.

Noriko ficou em silêncio por algum tempo.

— Elas crescem rápido não é?

— Eu também vou ser avó. — olhou para as crianças que brincavam distraídas — O Kizashi teria ficado encantado com a ideia.

As duas ficaram em silêncio.

— O Inoichi também ficaria muito feliz se soubesse que seria avô. — suspirou — Às vezes eu até imagino como ele reagiria diante da morte do nosso pequeno neto.

Mebuki olhou para a amiga, a morte do filho da Ino ainda mexia muito com a Yamanaka mais velha, mesmo que as duas estivessem afastadas na época, Noriko teria gostado de ter segurado o neto no colo ao menos uma vez.

— A Ino ainda é uma mulher muito jovem. Ela ainda pode ser mãe. Recomeçar talvez.

Noriko sorriu com amargura e abaixou a cabeça.

— Não. Ela não pode.

Mebuki a fitou com surpresa.

— O que está dizendo? É claro que sim.

— O aborto instantâneo da Ino, a impossibilitou de ser mãe outra vez. — encostou no banco — A vida pode ser bem cruel às vezes. — suspirou — O recomeço pode ser bastante difícil para algumas pessoas.

A Haruno estava comovida.

— Eu sinto muito. Imagino o quanto isso deve ter sido difícil para ela. Vejo como ela se dá bem com crianças. — Mebuki disse e então se calou.

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