Capítulo 7

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Logo que abriu os olhos de manhã, Rafaella checou o celular, na expectativa de ver a mensagem que Bianca teria deixado para ela, mas se decepcionou ao descobrir que não havia nada na tela do aparelho.

Levantou-se devagar, ainda que fosse muito cedo, porque não conseguia mais ficar na cama. Por isso, se permitiu fazer as coisas demoradamente. Tomou um lento café da manhã e um banho refrescante e, mesmo depois de pronta, ainda faltava mais de uma hora para o horário certo de sair de casa.

Conferiu outra vez o telefone, mas ainda não havia nenhuma mensagem de Bianca. Começou a ficar preocupada, imaginando se alguma coisa havia acontecido e se tinha relação com a mudança repentina de humor da morena na noite anterior. Rafaella ficou com medo de que foi quem tivesse feito alguma coisa errada, mas, mesmo assim, decidiu ela mesma mandar a primeira mensagem, até para conferir o que tinha acontecido.

Rafa: Bom dia, Dra. Emoção. Dormiu bem? Fiquei esperando sua mensagem hoje... você está bem?

Esperou quase 30 minutos, mas a resposta não veio. Então tomou a decisão de sair de casa, mesmo estando bastante adiantada para o horário marcado da consulta no hospital. Talvez conseguisse encontrar mais cedo e conversar com Bianca pelos corredores.

Também não se importou em esperar pelo pai, afinal, ele tinha treino com a equipe feminina do Santos e ela não participaria naquele dia. Além disso, depois da noite anterior, não estava muito disposta a promover outro encontro entre os dois, apesar do pai estar ansioso por isso.

O tempo até o hospital foi curto e, ao chegar, foi direto à recepção, perguntando:

– Bom dia, a Dra. Emo... Dra. Andrade já chegou?

Mas, para a surpresa de Rafaella, o recepcionista respondeu:

– A Dra. Andrade tirou o dia de folga. Você tinha consulta com ela?

– Nós... eu... tinha. Na oftalmo.

– Ah sim, fui informado. O seu caso foi encaminhado para a Dra. McGowan, ela vai te atender hoje. É só subir pelo elevador.

– Tu-tudo bem... – respondeu decepcionada e se direcionou para o quarto andar.

Sentou em uma das cadeiras para esperar o atendimento e retirou o celular do bolso. Continuava sem receber mensagens. Abriu a conversa com Bianca para conferir se ela havia visualizado ou, ao menos, estava online. Mas não. Pensou em mandar outra mensagem, perguntando o porquê dela não estar no hospital, mas desistiu. Não queria parecer insistente. Então esperou, angustiada por aquele estranho sumiço repentino.

Após quinze minutos, Rafaella ouviu seu nome ser chamado por uma médica loira de sorriso agradável, que ao entrar no consultório junto dela, foi logo dizendo simpática:

– Então, você é a Rafaella? A Bianca me falou de você.

– E-ela falou? – A paciente perguntou surpresa. – Vocês são amigas?

– Desde o colégio – a outra respondeu e indicou uma cadeira. – Pode se sentar ali... Já fazem uns doze anos. Ela não te falou de mim?

Rafaella demorou a responder enquanto observava a médica procurar algo nas gavetas. Quando finalmente falou, sua voz saiu involuntariamente em um tom suspirante e abatido.

– Marcela... Falou sim.

Se confundindo com a reação da garota, Marcela apressou em dizer:

– Ah, mas não se preocupe. Nós somos como irmãs.

– Eu sei, não estou preocupada – Rafaella se retratou ao perceber a confusão. – Não com isso. Na verdade, estou preocupada com ela. Sumiu desde ontem a noite... Você sabe o que aconteceu?

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