Capítulo 10

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Rafaella e Bianca haviam voltado a se deitar na cama para trocar carícias, agora oficialmente como namoradas. No entanto, a santista sabia que seu tempo ali estava se esgotando, já tinha ido além do combinado com Manoela.

– Eu tenho que ir, bebê. A festa lá em casa ainda tá rolando e meu pai não sabe que eu saí.

Por ter o rosto escondido no pescoço de Rafaella, a voz de Bianca saiu abafada:

– Se a gente ficar escondida aqui pra sempre, ninguém vai notar.

– Hunrum, acho que você tem razão… – ela se ajeitou na cama, virando o corpo para olhar nos olhos da palmeirense e roubar alguns selinhos. – Só talvez toda a torcida do Palmeiras e os jogadores masculino e feminino do Santos.

– Ou o Gabigol, você quer dizer – foi a vez de Bianca se virar na cama, mas para ficar de costas para Rafaella, fingindo estar emburrada.

A santista inclinou o corpo para deixar beijos na região da clavícula da outra garota e riu ao constatar:

– Você com ciúmes é a coisa mais linda do mundo.

– Não tô com ciúmes – retrucou ao virar-se de volta para olhar Rafaella. – Só não gosto de macho dando em cima da minha na-mo-ra-da – se deliciou ao dizer a palavra sílaba por sílaba.

– E, por falar nisso, quem era o macho dando em cima da minha na-mo-ra-da? – A loira brincou ao repetir a forma como Bianca havia dito.

– Que macho?

– Aquele do cabelo mais esquisito do mundo, que tava te dando beijinho na cabeça no fim do jogo. Eu vi, tá? E, se quer saber, fiquei com ciúmes.

– Ah, o Breno? – Ela riu. – É, ele dá em cima de mim e de um monte de outras meninas da torcida ao mesmo tempo, cada festa do Palmeiras é uma diferente. Mas somos amigos, ele sabe que não gosto de homem… e de mulher só uma – sorriu e a puxou de volta para outra sequência de beijos.

– Assim eu não vou conseguir ir embora não – Rafaella falou manhosa.

– Que bom – Bianca sorriu satisfeita.

Mas a santista se levantou da cama antes que se tornasse ainda mais difícil sair. Em um movimento sincrônico, a palmeirense se sentou e falou, na pressa de ter mais tempo com sua garota:

– Eu posso levar você.

– Tem certeza? É uma festa só de santistas, você não vai se sentir tão confortável, principalmente hoje.

– Eu não preciso entrar, só quero passar um pouquinho mais de tempo com você.

Um sorriso fofo surgiu automaticamente nos lábios de Rafaella e ela estendeu a mão para segurar a de Bianca. Assim atravessaram a sala, se despedindo da família e pegaram o carro para fazer o caminho em dez minutos.

A palmeirense girou a chave para desligar o motor quando estacionou do outro lado da rua, em frente a casa da santista. Olhou a festa que acontecia até na calçada e depois virou o corpo de lado para segurar as mãos da namorada, dizendo:

– Tá entregue, minha artilheira.

Rafaella sorriu outra vez e baixou os olhos, prestando atenção nos dedos de Bianca enquanto brincava com eles.

– Eu… queria que você fosse no jogo. No sábado... É a estreia do campeonato feminino – começou a falar baixo e devagar, mas depois se acelerou. – É contra o Palmeiras e eu sei que é complicado, você não precisa torcer pra gente se não quiser, mas eu queria que você pudesse ir. Os jogos femininos são tão vazios e a gente precisa de público pros patrocinadores continuarem investindo no time. Além disso, eu… quero fazer um gol pra você.

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