19° Capítulo

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Antes de chegar ao terraço a corda balança, olho para baixo o vendo escalar pela parede, termino de subir.

Começo a correr por cima do prédio e pulo para o outro, gemo por causa do meu ferimento, quando olho para trás ele lança um pedaço de ferro me fazendo pular e rolar no chão.

Caio pela beirada e seguro em uma barra de ferro, volto a subir e a correr, ando pela parede subindo mais e olho para o mar, posso morrer se eu cair errado na água.

Ele grita se aproximando e respiro fundo, corro até a beirada e pulo de ponta, tampo a respiração mergulhando no mar, por baixo da agua eu nado sentindo arder meu ferimento.

Não estou enxergando nada, nado para onde eu acho que esteja o laboratório e subo para a superfície vendo a escada amarela, subo por ela e começo a correr, ouço o seu grito e suspiro quando vejo que ainda estou no laboratório, pelo menos estou no estacionamento.

Vejo os carros e a cerca que nos divide, respiro fundo olhando para os voláteis, a fera e também os zumbis.

Faço sinal para eles irem e começo a correr, olho para a grade subindo por ela e caindo do outro lado, ignoro a dor e corro para o carro, quando Pietro vira de lado pulo para dentro.

-Vai, vai, vai! -Grito e ele acelera saindo dali.

-Se ela faz isso quando está ferida imagina se não estivesse. -Will fala e eu o olho.

-Obrigada para o seu quase elogio. -Debocho e me afundo no banco pressionando meu ferimento. -Nunca vou me curar.

-Vamos sossegar por alguns dias, até conseguirmos pensar em alguma coisa. -Pietro fala e eu concordo plenamente.

Não sei quando que eu peguei no sono, só sei que acordo quando o carro é parado, olho para Pietro.

-Onde estamos? -Pergunto e ele olha em volta.

-Casa dos seus tios. -Fala e eu franzo a testa olhando para a casa de dois andares que um dia foi de meus tios. -Fica aqui, vamos olhar tudo e depois chamamos você e a Mel.

-Também está ferido. -Informo e ele pisca saindo do carro, suspiro olhando para a casa, me lembro dos dias que estava aqui, quando eu e Austin brincávamos de pega pega.

-Tudo pronto. -Austin bate no vidro e eu abro a porta, ele me olha. -O que foi?

-Lembranças... boas e que deveriam voltar. -Ele olha para a casa e sorri.

-Vão voltar. -Promete e estende a mão me ajudando. -Entra que eu vou ajudar a Mel.

-Temos que conversar sobre isso. -Aponto e ele nega. -Sim, iremos.

-Sou bem grandinho para saber com quem devo me relacionar.

-O problema é esse, não terá relação. -Ele ergue a sobrancelha. -Pode anotar.

Entro na casa vendo que está tudo intacto, eles não estavam em casa quando tudo aconteceu, por isso tivemos que arrombar a porta, vou para a cozinha e tudo está limpo.

-Saudades? -Pietro acaricia meus braços.

-Muitas. -Falo me encostando nele. -De você também...

-Eu sei, mas está ferida e não podemos fazer nada que te machuque mais.

-Sobrevivi a um laboratório infestado, cai cinco andares, cai de um duto de ventilação, pulei de uma janela, corri pelo terraço, escalei, mergulhei na água, nadei, pulei uma cerca, pulei dentro do carro e ainda acha que eu não posso transar com o meu namorado?

-Sim princesa, é muito esforço...

-E quem disse que eu irei me esforçar? Você quem vai fazer o trabalho todo. -Digo lhe dando um beijo na mandíbula. -Te espero no quarto.

-Mille, não provoca. -Implora e eu dou de ombros atravessando a sala.

-Estarei no quarto, vou trocar o curativo e descansar, aconselho todos fazerem o mesmo. -Digo subindo as escadas.

Entro no quarto que foi dos meus tios e suspiro indo para o guarda roupa, assim que eu abro alguém pula em cima de mim.

Gemo por causa das dores e seguro o pescoço, não consigo saber quem é, apenas pego minha faca da minha bota e acerto sua cabeça a matando, coloco para o lado me afastando e meu mundo cai.

Tampo a boca sentindo as lágrimas em meus olhos, me afasto até encostar na parede e nego olhando para ela.

-Mille, aconteceu... -Pietro e Austin abrem a porta, sinto os braços de meu irmão que beija minha testa e me aperta em seus braços.

-Eu a matei... -Digo baixo e sinto seu corpo soluçar. -Matei nossa prima...

-Shhh. -Pede e fecho os olhos. -Não foi sua culpa, ou era ela ou era você.

-Tinha apenas dezesseis... -Digo baixo e Pietro a cobre com um lençol. -Poderiamos a trazer de volta, estava escondida no armário, ela... não sabia o que fazer... se escondeu e se transformou lá dentro... sem saber dos pais... e eu a matei...

-Não se culpe! -Segura meu rosto. -Não quero que você se culpe por nenhuma pessoa que precisou matar, está me entendendo? -Aceno e ele me olha nos olhos. -Não temos culpa de nada que está acontecendo, estamos apenas nos protegendo. -Aceno e ele beija minha testa.

-Te amo... -Digo o abraçando e ele beija minha cabeça.

-Eu te amo pequena. -Diz e eu limpo o rosto me levantando.

-Eu vou descansar, vai fazer o mesmo. -Peço e ele concorda me dando um último beijo e seguindo para fora.

-Eu a levei... -Diz e eu me sento concordando, sua mão desce e sobe em minhas costas. -Quer fazer um funeral?

-Não, não era a minha prima. -Digo e o olho, ele acaricia meu rosto. -Quero acabar logo com isso.

-Todos estamos exaustos, vamos esfriar a cabeça e pensar em alguma coisa, vamos focar em achar um jeito para liberar a cura para todos, mas primeiro iremos descansar, acalmar os nervos e tentarmos se curar.

-Gosto quando mostra o seu lado de líder. -Falo baixo desviando o olhar. -Ainda consegue me deixar tímida apenas por me olhar.

-Voltamos ao tempo da faculdade? -Dou de ombros. -Eu te amo. -Diz me fazendo o olhar. -E sempre vou amar independente do que acontecer.

-Digo o mesmo, sempre te amei...  -Falo e ele sorri me beijando. -Acho que preciso trocar o curativo.

-Vamos resolver isso. -Fala e se levanta, vamos conseguir, pelo menos é isso que eu espero.

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