26°

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 Não se esqueça da estrelinha :)


A noite com JJ foi tão especial que nem todas as palavras clichês conseguem descrever o quão incrível fora para mim. Agora, eu estava tomando o sol da manhã o vendo surfar no mar azul e agitado.

Tudo bem, eu admito que valeu a pena faltar aula para ver aquele tanquinho dobrando ao pegar impulso para pular as ondas.

- Achei que não conseguia ser mais bonito, mas você me provou ao contrário. – falei um pouco alto para que o garoto conseguisse me ouvir.

JJ correu mais rápido e ao chegar próximo de minha canga jogou a prancha no chão e começou a me girar em seu colo. Sentir seus braços molhados e sua boca salgada contra a minha me deu um arrepio parecido com o de ontem.

- Minha sereia gostaria de ficar mais um pouco? Preciso me secar antes de voltar para a casa. – ele me sentou novamente ao pano estendido.

- Você não vai voltar para perto dele mas sim para minha casa. – retirei uma toalha de minha mochila entregando para ele. – Você sabe que meu irmão não se importa, ele mesmo disse hoje de manhã.

- Só não irei voltar para casa quando eu estiver rodando o país com campeonato. – ele bagunçou os cabelos com o pano antes de se sentar ao meu lado. – Mas você sabe, não entrei para faculdade quem dirá para campeonatos de profissionais.

- JJ, você é o melhor surfista dessa ilha e não é porque não pegou bolsa em uma faculdade que você é incapaz. – disse um pouco irritada ajustando os óculos de sol em meus olhos.

- Se na época você conseguisse o ouro, o que faria? – questionou após um breve silencio.

- Guardaria a quantia para minha faculdade e o máximo para construir meu próprio negócio.

- A escola de música, certo?

- Você lembrou! – sorri.

- Claro que sim, você diz isso desde que a sua professora saiu da cidade. – ele beijou minha bochecha.

- E você? O que faria além de viajar pro Iucatã?

- Bom, eu acho que guardaria para alguma faculdade na Califórnia. Perto de Malibu, as praias de lá são maneiras. – ele parecia viajar encarando os surfistas Kooks. – Wow, que prancha massa! – apontou para uma prancha com estampa Tie Dye em tons amarelo e rosa.

- Kooks são bregas. – brinquei espalhando protetor em seu rosto vermelho. – Vire, irei passar em suas costas.

 – Vire, irei passar em suas costas

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- Estão entregues crianças. – Santiago parou o carro no portão do colégio para mim, Kiara e JJ.

- O que a Haley está fazendo aqui? – a cacheada apontou para a ruiva que parecia recuada ao passar pelo portão.

Ótimo, agora a assombração me perseguiria até na escola.

- A empresa de carros do pai dela faliu e eles estão colocando a casa para alugar. – Georgie falou prendendo os longos fios sendo repreendida por um olhar do homem ao seu lado. – O que foi? Ninguém mandou ele ser viciado em jogo.

- Sério?! – senti meu queixo cair.

- Okay, não vamos deixar ela constrangida. – Santiago pediu calma com as mãos.

- Nós vamos lhe esperar lá dentro. – Kiara piscou para mim abrindo a sua porta atrás de Georgie, JJ beijou o canto de minha boca mas foi interrompido por meu pai tossindo.

- Valeu, sogros! – JJ bateu no ombro do casal antes de bater a porta.

Hoje era o dia que Georgie e Santiago iriam voltar para Los Angeles. Não posso mentir dizendo que não estava triste, o tempo que passei com eles foi o suficiente para eu me sentir mais leve e criar laços.

Abracei os dois no banco de trás, Santiago insistiu me levar até o portão mas achei má idéia já que ele era o novo Elvis Presley do pedaço.

- Obrigada por ter me deixado participar de sua rotina, isso significa muito. – ele beijou minha bochecha.

- Para mim também, amei passar esse tempo com vocês. – sorri para os dois. – Bom, é melhor eu ir. Vejo vocês em breve.

Quando estava prestes a abrir a porta escutei meu nome saindo com dificuldade da boca de Santiago.

- Mila?

- Sim?! – virei rapidamente.

- Eu te amo, filha.

Senti meu coração aquecer e meus olhos arderem, mas alguma coisa travou minha garganta e ao conseguiu sair o que eu queria dizer. Acho que na verdade eu não tinha certeza do que sentia.

- Boa viagem. – sorri fechando a porta correndo para o corredor.


                                                                        ***

- Ei, é sério que quer fazer isso aqui? – questionei a JJ que beijava meu pescoço no antigo laboratório.

- Tudo bem, eu paro. – ele demorou a soltar a carne sensível.

- Não é que eu não queira, mas Kiara já passou por aqui umas cinco vezes e –

- É sério? – Kiara fez JJ sair de minha frente em um pulo. – Eu estou procurando vocês igual uma desesperada e estão se pegando?

- Não podemos fazer nada se temos mais química do que qualquer laboratório. – JJ apontou para seu redor.

- John B pediu para que saíssemos mais cedo, venham logo. – Kiara estendeu nossas mochilas quando passamos pela porta.


Fiquei confusa com tal situação, John B trabalhava a maior parte do tempo que não passava com Sarah. Caminhamos rápido até a Kombi onde ele estava pálido sentado no banco do motorista. Não adiantou nada perguntar, o garoto parecia uma estátua de gesso e ficou calado de olhos arregalados o caminho inteiro e se eu não me engano ele pegou mais de cinco multas por limite de velocidade.

- Cara, está tudo bem? – Pope saiu preocupado da caminhonete do pai.

- John B você está nos assustando. – Kiara gritou pro garoto que suspirou antes de colocar a mão na maçaneta.

- Que merda aconteceu, John B? – gritei.

- Veja com os próprios olhos. – destrancou a maçaneta com força.

I Hate (love) You. JJ MAYBANKWhere stories live. Discover now