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Não se esqueça da estrelinha.

-Você o que?!- esbravejei diante a recepção.

Luke me encarava sem reação e já o pai de Haley com raiva. A ruiva chorava com as mãos tampando a boca que tremia tanto que todos conseguiam notar.

A menina confirmou dizendo que inventou essa história justamente para atrair JJ. Eu estava com tanto ódio que me decepcionei com meu coração;Eu não era assim, uma pessoa que guardava mágoas e sentia tanta raiva que pesava o coração. Eu estava mudada e não me reconhecia mais.

- Você irá para longe de nossa familia, isso é uma maluquice sem cabimento Haley! - a mulher que acompanhava o pai da garota apontou o dedo pra ela.

- A partir de agora você não tem mais controle sobre suas escolhas. - Max puxou o braço da menina. - Anda, vamos embora.

- Isso mesmo, saia daqui e não volte mais. - Luke estava tentando se manter calmo e nem olhava para a situação.

- Me desculpem. - Haley olhava para meus amigos no meio da recepção.

Eu não queria acreditar que aquilo era verdade já que terminei com JJ por isso. Eu me sentia mal, um mal tão forte que eu não sentia nada além de querer voltar para ver JJ. Algo me disse para fazer isso.

E foi isso que eu fiz.

- Mila, você não pode ficar aqui. - John B me advertiu enquanto passávamos pelo corredor de quartos.

- Eu preciso, John B! - minha voz saiu mais alta que o esperado.

O quarto de JJ ficava no fim do enorme corredor, e mesmo que eu não pudesse tocar-lo gostaria de ver sua figura para pedir perdão e o contar sobre a história de Haley.

Mas não saiu como meus planos, quando cheguei ao vidro vi os médicos se preparando em um desespero enorme para tentar fazer o coração do menino voltar a bater já que a máquina não notificava isso...

- O que está acontecendo?! - bati tão forte no vidro que minhas mãos doeram. - Por que estão assim?

- Eu não sei. - John B começou a chorar acariciando minha mão.

- Nós dois sabemos, mas não queremos admitir. - meu peito levantava a cada soluçada que meu choro fazia dar.

Eu me sentia presa em uma caixa conforme batia naquele maldito vidro, ver o peito nu de JJ sendo puxado por aquele desfibrilador conforme a contagem dos médicos acabava estava me desesperando. Uma enfermeira viu eu e John B do outro lado e fechou a cortina impedindo nossa visão, e foi nessa hora que eu e meu irmão nos sentamos no chão e nos abraçamos tão forte que acabamos chorando juntos.

- Ei, você esta acompanhando JJ, certo? - senti uma mão em meu braço. Tomei a consciência e notei que estava deitada no colo de meu irmão, mas ele continuava dormindo.

- Sim, eu vim aqui e vi que ele estava sendo puxado por um aparelho e...- meus olhos foram diretamente para o vidro, mas ainda estava tampado por aquela cortina. A mulher de fios cacheados e pele madura apertou meu ombro.

- Eu sei o que você viu, e é por isso que lhe acordei. - ela me deu um abraço de lado quando me levantei. - Venha, vamos até ele.

O ambiente gelado e sem vida estava diferente; Era o mesmo lugar só que com um clima mais tranquilo e um ar mais quente e acolhedor.

A mulher não estava com trajes de enfermeira e nem de médica, mas julguei que poderia ser alguma funcionária por conta da camisa e calças brancas. Sua pele era tão brilhosa e macia e mesmo ela aparentando ter mais de 50 anos continuava com um ar jovial. Sua voz era calma e ela não falava apressada como os outros médicos.

- Ele estava com saudades. - a mulher apontou para JJ sentado na cama.

Corri para o lado do menino que me abraçou forte acariciando minhas costas. Eu não sabia que precisava daquilo até ele me soltar e pegar em minha mão. Seus ferimentos do rosto e da cabeça estavam cicatrizados e seu sorriso estava sereno.

- Senti saudades, Mila. - ele beijou meus dedos. - Como foi esse tempo?

- Horrível! É horrível sem você na minha vida JJ! - ele riu fraco. - Eu te amo, preciso te falar isso antes que seja tarde.

- Eu te amo, Mila. Viver sem seu amor é como se eu tivesse com asas cortadas. - ele suspirou abaixando minha cabeça e me beijando nos lábios.

- Você está de volta agora, não é? - sorri limpando uma lágrima solitária em minha bochecha.

No momento que disse isso a mulher me abraçou de lado novamente e me virou de costas para JJ. Ela quis me levar embora, mas então notei e virei minha cabeça na direção do menino que agora estava deitado repleto de aparelhos em sua volta.

- JJ! - gritei, mas ele não reagiu. - JJ, por favor, não faça isso. - implorei.

- Ele irá ficar bem e você precisará ser determinada em afirmar isso. - a mulher olhou tão profundo em meus olhos que arrepiei. - Suas lágrimas são seu coração falando, mas agora ele precisará dizer de uma forma mais forte. - ela limpou minhas lágrimas. - Quando voltar saberá do que eu estou falando. - ela beijou minha testa no mesmo momento que fechei meus olhos.

- Mila, acorde! - John B sussurrou mais ríspido.

- Eu estou aqui! - olhei em minha volta e eu continuava no mesmo chão de horas atrás. Agora ele estava normal, gelado e totalmente desacolhedor.

- O médico quer todos na recepção agora, vamos. - ele me levantou. - Você dorme demais, hein.

- Só estava cansada. - afirmei dando uma última conferida no fim do corredor, a mulher realmente havia sumido.

- Maybank sofreu uma parada cardíaca e logo após uma hemorragia cerebral, precisaremos fazer uma cirurgia o mais rápido possível

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- Maybank sofreu uma parada cardíaca e logo após uma hemorragia cerebral, precisaremos fazer uma cirurgia o mais rápido possível. - o médico afirmou deixando todos em minha volta com olhos arregalados.

- Eu não tenho dinheiro para bancar isso. - Luke parecia em choque.

- Meu pai irá pagar. - olhei para o homem que se enfureceu.

- Meu filho não precisa da ajuda desse homem e muito menos da sua!

- Ele precisa sim, senhor. - o médico afirmou.

- Entrarei em contato com Santiago e ele irá enviar valor em poucos minutos. - Jay pediu licença com um aceno de cabeça antes de ir em direção ao saguão de entrada.

- Bem, preciso que saibam que esse cirurgia poderá ser decisiva - ele retirou os óculos de grau. - O paciente pode curar da hemorragia ou caso contrário não valerá a pena manter os aparelhos funcionando.

- Não, não irá desligar nenhum aparelho já que JJ ainda está vivo. - disse com uma voz ríspida.

- Não terá jeito, ele não conseguirá acordar nunca.

- Não interessa, iremos tentar a cirurgia e depois conversamos sobre isso. - caminhei de volta para o sofá.

- Bem, a cirurgia pode demorar até cinco horas para ser finalizada então já iremos iniciar. - o doutor suspirou antes de sumir através do corredor.

I Hate (love) You. JJ MAYBANKWhere stories live. Discover now