Capitulo 4

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Parecia ser alguma brincadeira com a minha cara. O cara não sabe nem como receber uma vizinha nova. Respirei fundo sentando de frente pra mesinha em que eu estava tentando pelo menos estudar. Contei até cinco. Ajudava? Não muito.

Desliguei o abajur da mesinha, não tinha nem cabeça pra continuar os estudos se tinha um ser humano totalmente sem noção com o volume alto lá fora.

Isso que dar ser um desocupado da vida.

— Venha Niebla, vamos dormir.

Vi a minha filha, sim, filha, caminhar em passos lentos até a mim. Não havia companhia melhor para dormir se não fosse a minha filha, Niebla.

Caminhei até o quarto com a Niebla ao meu lado, tirei meus chinelos e me afundei debaixo da coberta quentinha da minha cama e Niebla logo surgiu na cama se deitando com a cabeça encostada nas minhas pernas.

— Vê se há algum cabimento Niebla, AVÓS. Que cretino, nem para dar boas-vindas.

Niebla levantou a cabeça e soltou um gemido, concordou comigo.

Não estou escutando mais som algum, deve ter acordado pra vida e ter percebido que nem todo mundo tem a vida ganha como ele aparenta ter. Deve ser um filhinho de papai.

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Hoje o hospital estava mais agitado que nas últimas semanas. Estava terminando meu turno, e fileiras de ambulância se posicionaram em frente ao hospital. Era estranho para uma cidade não tão grande, como aquela.

— O que houve? Acidente?

Me direcionei ao primeiro paramédico que vi.

— Intoxicação.

Me respondeu e correu com uma maca em direção ao hospital, quando vi de longe Efe se despedi e vir em minha direção.

— A situação ficou feia em - me deu um beijo.

— Sim, podemos ajudar, não acha?

Efe olhou para a grande movimentação de frente ao prédio e logo me direcionou o olhar. Sim, iremos ajudar.

⭐️⭐️

— Kaan chega hoje à noite. Não vejo a hora de encontrar ele.

Sorri com a agitação de Melo em falar do noivo, fazia apenas uma semana que não se viam e ela parecia que iria entrar em surto a qualquer momento.

— Que bom pois estava esperando você ter um colapso a qualquer momento.

— Vai me dizer que não fica assim quando o Efe sai para emergências em outro estado?

Levantei meu olhar a encarando. Para falar a verdade, não. A gente sempre entendia que era uma hora importante para um ou outro ficar distante. Nunca senti desespero em ficar uns dias longe dele.

— Não.

Melo me encarou. E sorriu de lado.

— Vocês são um casal estranho. - encarei Melo e franzi a testa.

— Estranho como? - dei um gole em meu café.

— Nada, esquece.

A noite chegou e nos divertimos muito relembrando de momentos da faculdade e revendo vários filmes românticos. Melo foi correndo para casa pois Kaan já estava a caminho e ela disse que precisava urgentemente ver o noivo dela, se não morreria.

Estava saindo do banho quando meu celular começou a tocar e apareceu o nome da minha tia.

— Tia Ayfer?

The Neighbor Where stories live. Discover now