Capitulo 5

304 29 2
                                    

O festival de outono tinha começado e a cidade estava cheia de turistas. Barracas montadas em volta das ruas, campos, vilas.

A decoração pelas ruas estava impecável. As inúmeras luzes coloridas tomando conta de todo lugar. As barracas com cada personagem de desenho animado. As luzes gritantes dos aparelhos dos brinquedos que neles saiam músicas.

Pais, avós, crianças se divertiam com brinquedos e nas barracas com jogos. E de sua casa, Serkan conseguia ouvir um pouco abafado as vozes das pessoas se divertindo no parque.

— Um dia chegarei aqui e você estará deitada nessa churrasqueira. - Pırıl se sentou em uma das cadeiras.

Serkan sorriu com o comentário e aumentou a música, era por volta das oito da noite de uma sexta-feira, e se reunia com seus amigos como sempre fazia.

— Como está o trabalho? - viu Ceren dar um gole em sua garrafa de cerveja.

Respirou fundo enquanto cortava a carne em cima da tábua de madeira.

— Está tudo bem, cada dia que passa fazendo novos amiguinhos - uma luz a sua frente chamou sua atenção, a vizinha. - Pırıl, você poderia aumentar um pouco o som? - viu sua amiga assenti.

— Se esse garoto passar um dia sem pedir algo, a mão dele cai - Ceren se levantou - Pırıl, venha me ajuda com os sorvetes - riram.

⭐️⭐️

— Niebla, sabe quantos litros de sangue o sistema circulatório processa por dia em média? - viu a cachorra vira a cabeça pro lado - isso mesmo, vinte, esperta demais você em - se agachou e acariciou o corpo peludo, - melhorou? mamilos inchados, abdômen distendido, comportamento letárgico - bufou - eu vou ser avó.

A música alta chamou sua atenção do lado de fora fazendo com que levantasse às pressas e afastasse a pequena cortina da janela e observando o homem agora sentado com o som altíssimo. Eda contou até dez como sempre fazia quando algo a incomodava.
Cretino, pensou.

— Ele não fez isso.

Em segundos se viu caminhando em passos largos em direção ao homem à sua frente. Já vi isso. Caminhava até ele enquanto o espraguejava em todas as línguas possíveis.

— Ei, com licença. - acenou forçando um falso - Você poderia por favor diminuir o volume, se você não sabe eu não tenho a vida ganha.

— Desculpas, não te ouvi, estava alto demais? - direcionou o pequeno controle em direção ao som e o desligou.

— Sim, estava bem alto - cruzou os braços na altura dos seios e encarou os olhos claros hipnotizantes do homem à sua frente - Se não for incômodo, eu gostaria que você desligasse o som, está atrapalhando meus estudos. Obrigada.

Se virou prestes a ir pra sua casa quando a voz dele a impediu novamente, a fazendo voltar a encará-lo.

— Certeza que veio aqui apenas pelo som?

Eda ergueu as sobrancelhas incrédula no que acabara de ouvir, novamente fez sua contagem.

— Não, não foi apenas pelo som - viu o homem em sua frente abrir um sorriso de lado - Pediria que você prestasse mais atenção no seu cachorro, pois ele engravidou a minha cachorra.

Serkan gargalhou não só pelo que acabara de ouvir e sim por ter realmente visto faíscas saindo da mulher a sua frente. Audaciosa ela.

— Meu amigo? - Eda assentiu - Você está dizendo que meu amigo colocou os filhotes dele dentro da sua cachorra? - Eda assentiu novamente - Que droga Sirius, eu já te avisei pra usar camisinhas. - Mas se você quiser levá-la em um veterinário, tem um ótimo aqui na cidade.

The Neighbor Where stories live. Discover now