Capítulo 2

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Nem tudo são flores.

Já se havia passado uma semana dês que Afonso tinha sido demitido da ferrovia, e ainda não tinha conseguido arrumar outro emprego. Em todo lugar que ia,era exigido experiência ou não estavam contratando ninguém. Ele já começava a ficar desesperado, senão arrumasse um trabalho logo não saberia que rumo sua vida iria tomar.

Estava passando perto de uma bar, depois de ter levado mais um não, quando se lembrou de uma coisa. Que seu pai sempre bebia pra esquecer a decepção que tinha tido com sua mãe. E tudo que Afonso mais queria naquele momento era esquecer seus problemas. Sabia muita bem que aquilo era errado, mas estava cansado e só queria relaxar um pouco.

_ Apenas uma dose, Afonso! Nada mais do que isso! _ Ele disse a si mesmo.

Entrou no bar e se sentou no balcão, pediu ao atendente uma dose de cachaça. A única coisa que poderia comprar com o pouco tostão que tinha. Tomou de uma vez só o líquido, que desceu queimando em sua garganta, mas que fez seu corpo relaxar. Sem perder tempo Afonso pediu mais uma dose, e com isso foi perdendo a noção de tudo, até mesmo que devia encontrar com Lili na casa dos pais dela. Ele estava num mundo a parte, aonde seus problemas não existiam. Aonde ele não se importava com mais nada!

*****

Lili pedalava pelas ruas da cidade, assim como todas as noites de quartas feiras. Ela e sua irmã sempre se reunia com seus pais para jantar. Apesar de que sua relação com seu pai ainda estava um tanto abalada, já que ele mau lhe dirigia a palavra e tratava Afonso com hostilidade. Mas mesmo assim, Lili adorava passar um tempo com sua família.

_ Boa noite! _ Lili disse alegremente assim que entra na sala, aonde está seu pai e Alfredo conversando. Como ela queria que seu pai também tivesse uma relação assim com seu marido, como antigamente, quando Afonso ainda trabalhava na oficina.

_ Boa noite Lili! _ Alfredo a cumprimenta enquanto seu pai continua calado.

Senhor Ernesto ainda era contra o relacionamento de Lili e Afonso. O rapaz havia quebrado sua confiança, e ele também achava que Afonso não seria capaz de dar uma boa vida para Lili.

_ Sua benção meu pai! _ Lili diz , tentando de alguma forma se aproximar do pai. Mas ele apenas resmunga uma resposta e volta a conversar com Alfredo, a ignorando.
Lili deixa a sala e vai para cozinha encontrar sua mãe e Vitória, pois sabia que não adiantava tentar mudar o jeito de seu pai pensar. Quem sabe com o tempo as coisas entre os dois voltassem ao normal.

_ Lili!... Que bom que você chegou, achei que não viria mais! _ Sua mãe diz toda alegre abraçando a filha. Pelo menos ela tratava Lili da mesma forma de antes.

_ Eu me atrasei um pouco mãe, mas nunca deixaria de vir ! _ Ela retribui o abraço da mãe.

_ E aonde está aquele mecânico esfarrapado? _ Vitória pergunta apenas para provocar, enquanto Lili a encara não achando graça naquilo

_ Afonso está ocupado, tentando arrumar um novo emprego! ... Mas as coisas não estão fáceis!... Ele já saiu durante a semana inteira e não conseguiu nada! _ Lili comenta um tanto desanimado.

_ Papai poderia lhe dar seu emprego de volta na oficina! _ Vitória sugeri .

_ Nossa pai nunca faria isso!... Se ele mau me dirigi a palavra, imagina contratar Afonso de volta!

_ Lili tem razão Vitória!... Conhecendo seu pai como conheço, não é tão cedo que ele vai esquecer essa história! _ Dona Teresa confirma, sentindo uma grande pena da filha, por estar passando por tudo aquilo. Apesar de não concordar em Lili estar apenas amigado com Afonso, não iria ficar condenando a filha por isso.

_ Talvez eu possa pedir para Alfredo arrumar algo para Afonso..., Ele tem vários amigos! _ Vitória diz, surpreendendo Lili.

_ Isso seria maravilhoso Vitória!

_ Então não se preocupe mana!... Falarei com meu marido, e com todo certeza até o final da semana, aquele mecânico esfarrapado terá um emprego! _ Vitória afirma, enquanto Lili abraça a irmã não se importando com a forma que ela se referiu a Afonso novamente.

O comida de dona Teresa estava maravilhoso, mas Lili sequer mexeu no seu prato. Estava mais preocupada com o sumiço de Afonso, que não havia aparecido para o jantar. Ela estava realmente preocupada, que sequer se importar com as críticas que seu pai havia dito, por Afonso não ter vindo para busca- lá. E assim que o jantar acabou, Lili se despediu de todos e foi depressa para sua casa.

Largou sua bicicleta de qualquer jeito na garagem do prédio e subiu depressa as escadas até o terceiro andar. Quando segurou a maçaneta da porta, viu que estava aberta e aquilo fez seu coração disparar. Entrou porta a dentro, e logo viu Afonso jogado no pequeno sofá da sala.

_ Afonso!!!!..., O que você tem? Aconteceu alguma coisa! _ Ela chacoalhou tentando lhe despertar, temendo pelo pior.

_ O que foi... Lili!...me deixa.. dormir! _ Afonso diz com a voz embargada.

_ Você está bêbado, Afonso? _ Lili indaga depois de sentir o forte hálito de álcool dele, e não acreditando naquilo.

_ Não estou bêbado! ... apenas tomei uma dosezinha pra relaxar!_ Ele diz tentando se levantar, mas acaba caindo novamente no sofá. E se perguntando como conseguiu chegar em casa.

_ Uma dose??.... você mau está parando em pé!... não posso acreditar nisso Afonso!, Que logo você que sempre criticou seu pai por beber e ficar caído pelas ruas, foi encher a cara!...Enquanto eu, estava morrendo de preocupação por você não ter aparecido na casa dos meus pais, achando que algo de crave havia acontecido!... Tendo que aguentar o olhar de crítica do meu pai sobre mim, por não saber aonde você estava, por ter que vir embora sozinho a noite!...e você estava aonde?... bebendo, ou invés de procurar um emprego e...!

_ Chega!!!... Lili! . Eu não estou com cabeça pra ouvir essa sua falação desmedida!...eu não sou perfeito, entendeu?! Eu nunca serei o genro preferido do seu pai!...e se você queria um marido perfeito que seu pai aprovasse, deveria ter se casado com aquele riquinho esnobe do Murilo...,e não com o mecânico esfarrapado como eu, que sequer consegui arrumar um emprego!!!! _ Afonso grito, fazendo Lili o encarar incrédula. Pois nunca imaginou que ele falaria assim com ela um dia.

Lili sentiu seu coração se quebrar naquele instante, teve vontade de chorar. Mas não queria que Afonso tivesse ainda mais certeza, que ela continuava a mesma pirralha de antes. Engoliu o choro, e saiu pra o quarto sem dizer nada, deixando Afonso para traz com sua bebedeira.

Mas assim que fechou a porta, correu pra sua cama aos prantos, não acreditando no que estava acontecendo. E se perguntando o que havia de errado na sua vida, porque sempre algo tinha que acontecer com ela. Será nunca conseguiria ser feliz??

Música tema de Lili e Afonso, tem tudo a ver com nosso casal.

Imagine Dragons Next to me

Para todo Sempre!Where stories live. Discover now