Capítulo 14

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Enganos

A manhã estava fria naquele dia, mas isso não impediu Afonso de correr pelas ruas da capital. Na verdade ele não tinha conseguido dormir, a muito tempo não tinha esse previlegio. Todas as noites quando se deitava seus pensamentos iam para bem longe, para uma certa morena de cabelos negros e olhos castanhos. Era quase impossível esquece-la, mesmo tendo certeza que Lili tinha lhe traído. Muitas vezes sonhava com ela, e quase sempre ela estava chorando, seu olhar era triste e vazio. E quando ele estava perto de toca- lá acabava acordando assustado, quando olhava para o lado não era sua Lili que dormia alí. Afonso já começava se arrepender de ter se envolvido com Regina, ele não sentia nada por ela. E por está razão sempre saia de madrugada para correr, isso ajudava espairecer sua mente, mas não acalmar seu coração, pois ele insistia em entrar apaixonado por sua esposa.

Afonso entrou em sua casa, da qual ele considerava muito grande para seu gosto, sentia falta do seu pequeno apartamento que vivia com lili. Mas Regina insistiu que alugasse, pois dizia que seria melhor para toda sua família ficar. O que no final foi bom, já que sua irmã não suportava Regina, por várias vezes teve que intervir na discussão das duas. Alice estava a favor de Lili, não acreditava que sua melhor amiga tinha traído seu irmão. Então morar em uma mansão daquelas tinha seus previlegios,  assim corria menos riscos das duas se desentenderem.

Ao entrar pelo porta da cozinha viu Regina perto da mesa muito concentrada nas correspondências. Preferia não precisar cruzar com ela nesse momento, não queria ficar ouvindo suas cobranças porque á deixou sozinha para ir correr, ou que ela não dava mais atenção a ela. Mas teria que encara-la agora ,e não estava com paciência para discussão.

_ Está tudo bem? _ Afonso pergunta, já que Regina não notou sua presença e olhava para um papel em suas mãos como se aquilo dependesse sua vida.

_ Bom dia!... Fonsy!, Está tudo bem!.. São só as contas das despesas da casa que chegaram, mas não se preocupa!... Eu vou organizar e quitar tudo!

_ Tudo bem!...eu vou tomar um banho! _ Afonso sai da cozinha para o alívio de Regina. Que tira o envelope que tinha escondido debaixo da fruteira e volta a lê- ló.

_ Então quer dizer que a pirralha vai ter um filho do meu Fonsy?...mas se ela pensa que eu vou permitir que esse bebê roube Fonsy de mim, ela está muito enganada! _ Regina afirma rasgando em milhares de pedacinhos a carta que Lili havia escrito para Afonso. Se dependesse de Regina, ele nunca irá saber que vai ter um filho, não deixaria estragar sua vida e lhe tirar o previlegio de usufruir da fortuna de Afonso. Pois na verdade ela não sentia nada por ele, só gostava da vida boa que o dinheiro de Afonso lhe proporcionava. E aquela piralha não ia lhe tirar isso.

******

Lili estava se sentindo triste e sozinha, era tarde de sábado e seu apartamento parecia uma prisão. Sentia falta de estar com sua família, sentia falta até do babaca do Afonso e como ele sempre inventava algo para os dois fazerem ao sábado. As ele a levava até  bosque na saída da cidade, eles pescavam no lago e faziam um piquenique. Era duro admitir, mas depois que o tempo passou, e raiva já não á consumia, ela sentia sua falta. E Lili detestava isso, se sentir ainda tão presa ao amor que sentia por Afonso, se pudesse arrancava isso dela com as próprias mãos. 

Batidas na porta tira Lili dos seus pensamentos, ela se levanta rapidamente desejando que seja alguém pra tirá-la daquela solidão. Para sua surpresa quem está parada na porta e sua mãe, dona Teresa. Lili não se conter de felicidade e abraço a mãe chorando.

_ Não acredito que você está aqui, mãe ! _  Ela diz com a voz embargada.

_ Ó minha bonequinha, eu também estava com saudades!...,vim aqui pra ver como você e meu neto estão! _ Dona Tereza afirma também abraçando a filha.

_ Agradeça a mim, Lili!... Pois foi eu que menti para o nosso pai falando que precisava da mamãe urgentemente em casa, mas invés disso á trouxe para cá ! _ Vitória aparece de repente com seu ar prepotente de sempre.

_ Eu já te disse que ti amo, minha irmã de nariz empinada! _ Lili afirma fazendo Vitória a olhar feio

_ Vocês duas não vão começar com as implicância, né? .

_ É claro que não mamãe!...eu e o gnomo de jardim nós damos muito bem agora! _ Vitória revida deixando Lili boquiaberta, odiava que á chamasse de baixinha.

_ Vocês duas parecem crianças! _ Dona Tereza comenta sentindo saudades daquilo, de quando suas filhas estavam em casa.

_ E então Lili, aquele boxeador babaca respondeu sua carta? _ Vitória pergunta com ar de desdém.

_ Ainda não, eu tenho certeza de que ele não irá responder! _ Lili diz desanimada.

_ Afonso que irá sair perdendo Lili, não vai conviver com o filho!..., porém eu vou adorar mimar meu neto, tanto que já até fiz várias roupinhas de tricô para ele! _ Dona Tereza comenta tirando de dentro de uma sacola várias roupinhas de bebê.

_ Mãe!... Ela são as coisas mais lindas do mundo! _ Lili se anima olhando tudo.

  É ela que pensava que aquele sábado seria mais um dia triste e solitário, teve um dos seus melhores dias na companhia da mãe e de sua irmã. Vitória tem sido seu grande apoio em tudo, e senão fosse por ela estar sempre alí, com toda certeza a vida de Lili seria bem mais difícil.

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