Até as Sombras se Vingam || Keisuke Baji

[9] - Esperado Dia

Yukina Chihito (on)

Eu fui ficando cada vez mais próxima de Hina. Também comecei a ficar mais próxima de Emma, uma garota amiga de Hina e que aparentemente tinha uma paixonite pelo Draken. Contudo, meus pensamentos estavam perdidos no Baji-san. Não sabia o que havia acontecido com ele e aquilo me preocupava.

--- A propósito! Vocês já sabem o que vão querer vestir no Halloween? --- falou Hina de forma animada, apoiando o rosto em um dos braços e me causando certo espanto.

--- Espera, Halloween? --- perguntei calma, mas com o coração pulsando rápido de medo.

--- Sim, Yuki-chan. Daqui a alguns dias é 31 de outubro, comemoração de dia das bruxas, ué. --- citou Emma, bebendo leite de caixinha e me observando com estranheza. --- Não sabia?

--- A-ah… Sabia sim, eu só… Não tava lembrada… hehe! --- como eu pude ser tão estúpida? Fiquei muito tempo fazendo coisas fúteis e nem percebi que o tempo passou mais rápido do que deveria. O Halloween estava batendo na porta e com ele viria a morte do Baji-san. --- Meninas, hoje eu vou sair mais cedo, tá?

--- Ué, por quê? --- perguntou Hina, um pouco chateada pelo fato de eu ter de sair. --- Você nem falou que fantasia iria usar, Yuki-chan!

--- Depois eu te conto, Hina-chan, agora eu preciso realmente ir. --- sair de perto das duas, desesperada.

Eu precisava imediatamente encontrar Keisuke e dizer para ele não se juntar de maneira nenhuma a Valhalla, ou ele poderia acabar morrendo. Contudo, enquanto estava andando pelos corredores da escola, notei um rapaz loiro seguindo um outro garoto que usava um brinco com um guizo na orelha.

"Espera um pouco… Aquele é…" se bem me lembro, Chifuyu me descreveu que Kazutora usava um brinco naquele estilo quando era mais jovem enquanto me falava sobre o Halloween Sangrento. Além disso, ele citou também que Kazutora tinha metade dos cabelos pintados em amarelo, assim como o rapaz que estava vendo. Eu precisava seguir aqueles dois, pois Kazutora foi quem fez Baji-san se juntar a Valhalla.

--- Tenho que ser discreta… --- dito isso, fui seguindo Kazutora e o outro loiro atrás dele escondida. Por sorte, eu estava usando um casaco com um capuz, o que me facilitou para passar despercebida.

Eles dois foram até um fliperama abandonado, mas que aparentemente estava lotado, pois eu ouvia movimentação e som de socos vindo dele. Aceitando o risco, me infiltrei no lugar alguns minutos depois que eles entraram, ficando o mais próximo possível das paredes cinzentas e das sombras para não ser notada. No meio daquela multidão de delinquentes usando casacos brancos, vi um usando um uniforme preto. Para a minha surpresa, se tratava do Baji-san, espancando sem dó o rosto de Chifuyu.

--- Não pode ser… --- sussurrei baixinho, cobrindo a boca com as mãos enquanto assistia aquela cena horrível.

A face de Chifuyu estava coberta de sangue e ainda por cima inchada, o que significava que ele havia levado muitos mais socos além daqueles que eu presenciava em tal momento. Keisuke olhava sério e frio para o loiro, continuando a dar os socos sem dar uma palavra sequer. Eu comecei a chorar discretamente, tapando a boca para não soluçar e ser descoberta.

"Pare, Baji-san, ele é seu melhor amigo, pare com isso… Você não é assim!" pensava comigo mesma. Senti um embrulho no estômago, como se eu tivesse a necessidade de sair dali rapidamente, mas não queria. Minha vontade era tirar Chifuyu do meio deles junto com Baji-san. Houve uma hora que Keisuke finalmente parou e se levantou, ofegante.

--- E então? Agora vocês vão me deixar entrar para a sua gangue? --- disse o moreno, puxando o elástico do cabelo e o soltando.

"Baji-san… O que você fez?..." permaneci calada, chorando silenciosamente vendo o garoto que eu mais gostava se juntando a uma gangue terrível. Minha dor não era apenas a de Chifuyu, mas também de saber que Baji-san estava fazendo aquilo pela Toman, pelo Mikey, pelo próprio Matsuno. Ele colocou uma máscara de alguém frio para cobrir o fato de estar arcando com um peso sozinho, o peso de tentar salvar a amizade dele sem envolver as pessoas que ele amava nesse problema.