Ele está aqui

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Acordar cedo sempre fora um sofrimento para Aurora. Tinha que acordar de segunda a sexta as seis horas da manha para ir à escola. Estava na metade de seu último ano escolar no ensino médio e ficava cada vez mais ansiosa pelo seu término. Apesar de ser bastante preguiçosa, lidava bem com suas atividades no decorrer dos dias. Odiava ter que acordar cedo para tal coisa, entretanto, se mantinha fiel e dedicada, mesmo que para isso precisasse resmungar a cada cinco minutos. Todavia ainda se encontrava de férias e se sentia frustrada por só conseguir dormir duas horas a mais que o normal. Foi raro o dia que conseguiu dormir após as oito horas. Queria aproveitar as duas últimas semanas de férias que lhe restavam para dormir até meio dia, mas estava ciente que seria em vão. Mesmo que permanecesse a madrugada terminando suas séries, seu sistema biológico parecia programado para acordar cedo e tomar seu café da manhã.

 Seu pai era o mestre da gastronomia e fazia questão de cozinhar, nem que fosse apenas um ovo mexido com queijo, tomate e alguma decoração verde e comestível. Todos tomavam café juntos para aproveitarem o momento em família, já que seus pais se direcionavam para seus devidos trabalhos. Sua mãe Cristina era secretária em uma empresa multinacional de tecnologia. Já seu pai possuía dois restaurantes na cidade e dava toda sua atenção para eles. Abria somente na parte da tarde em diante, mas era tão movimentado quanto. Quando Aurora precisava de dinheiro extra para seus gastos com bobeira, como dizia seu pai, fazia um bico como recepcionista em um de seus restaurantes, ou substituía Sabrina, a funcionária contratada para o cargo, em suas folgas na semana. Aurora era fielmente leal ao contrato que fez com o seu pai, sendo merecedora de cada centavo, mesmo sendo cansativo ficar em um salto alto e elegante, sorrindo e portando uma postura formal distribuindo sorrisos e atendendo telefone para futuras reservas.

A morena saiu da cama assim que o sol tocou seu rosto. A cortina não estava devidamente fechada, deixando uma fresta para que o sol lhe desse bom dia. Apreciava quando o dia estava ensolarado. Normalmente o tempo em São Paulo permanecia fechado, com o céu sempre cinza. Agradeceu por ainda não precisar se arrumar para ir à escola, continuou com o seu pijama e foi até ao banheiro para lavar o rosto e despertar completamente. Ao abrir a porta de seu quarto respirou ainda mais fundo ao sentir o cheiro de café subindo as escadas e empesteando o segundo andar. Pelo visto seu pai acordou animado e inspirado para mais uma mesa de café da manhã farta. Apressou seus passos e desceu as escadas, se segurando no corrimão por precaução. Passou pelo corredor e virou a esquerda adentrando a cozinha, encontrando seu pai de avental e carregando uma travessa de pães assados recém saídos do forno.

Seu fascínio pela cozinha fora desde criança. Seu maior passa tempo era sentar na mesa de mármore na cozinha e observar sua mãe cozinhando. Cresceu, estudou e se aperfeiçoou perfeitamente em gastronomia, possuindo cursos no exterior e participando de concursos culinários. Fernando possuía um longo currículo e havia conquistado o seu maior sonho: possuir não só um restaurante, mas dois, em lugares específicos e cobiçado.

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