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Aurora permanecia sem acreditar que o homem engravatado de lindos olhos verdes que a encantavam, estava parado ao seu lado. Christian estava quase saindo na chuva para ajudar a garota a entrar em seu carro. Aurora se mantinha estatelada, ainda com os braços cruzados e a boca meio aberta, surpresa. Sentiu a garganta secar e puxou saliva para engolir, fechando-a e voltando para a realidade.

Pensava no que queria mais cedo, vê-lo novamente. Só não imaginava que o universo o faria se reencontrarem naquela circunstância. Se perguntava também se o homem fosse alguma espécie de combatente, que andava pelas ruas atrás de algum crime para combater. Ele estava sempre em todos os lugares.

— Entra no carro. – mandou Christian, se esticando para o banco do carona, abrindo a porta para a garota. — Pegará um resfriado desse jeito.

Sem pensar duas vezes, por estar com sua pele gelada e sentindo frio, suas pernas pareciam agir sozinhas, dando três passos e puxando a porta de uma forma que pudesse colocar seu corpo para dentro, sentindo o quão quentinho estava o interior do automóvel assim que se sentou. O vidro da janela da porta subiu automaticamente, deixando-a ainda mais relaxada sem sentir o vento frio que vinha do lado de fora.

A garota permanecia com seus olhos fechados, tentando se segurar para não tremer de frio, até se acostumar com o ambiente quente. Christian a analisava, tentando entender o motivo de ver a menina tão vulnerável, em um lugar perigoso e escuro. Seus cabelos molhados, não diferente de sua roupa. Seus braços agora estavam abertos, em cada lado de seu corpo, deixando a mostra sua vestimenta nada apropriada. O pequeno top que usava estava tão molhado, que o tecido fino deixava aparecer seus mamilos rígidos, que doíam. Sua barriga nua, juntamente de suas pernas pelo short saia que usava. Aurora sentiu os olhos do homem ao seu lado sobre seu corpo, abrindo os olhos e devolvendo o olhar, que estava agora sobre o seu rosto.

Christian se ligou que sua posição não estava nada agradável, lembrando que a menina poderia estar morrendo de frio, mesmo com seu aquecedor ligado, ajudando seu corpo a se acostumar com o ambiente. Ainda com o carro estacionado, se esticou para o banco de trás, pegando seu paletó e abrindo, colocando sobre os ombros da garota encolhida, que puxou o tecido fortemente contra seu corpo. O cheiro amadeirado e masculino do tecido grosso subiu pelas suas narinas de imediato, fazendo-a respirar com ainda mais vontade, até gravar seu cheiro.

— Obrigada. – agradeceu, realmente agradecida pelo homem ter aparecido no momento certo.

Passou as mãos pelo rosto, secando abaixo de seus olhos e agradeceu por não estar maquiada. Seus olhos borrados a deixariam ainda pior e agradeceu pela ideia de se arrumar apenas no restaurante.

— Estou sempre te salvando, de certa forma. – comentou Christian, rindo baixinho, conseguindo a atenção da garota para si.

— Posso te chamar de anjo da guarda? – perguntou a garota, se sentindo leve ao seu lado, se permitindo relaxar e esquecer o que lhe aconteceu mais cedo.

— Coloque o cinto. – a respondeu, com sua feição séria, mas propositalmente para o seu comentário sobre anjo da guarda.

Aurora ficou o fitando, segurando um riso por estar recebendo certas "ordens" do chefe de sua mãe. Ela achava divertido a forma que ele lhe dirigia a palavra, parecendo como um tio que ficou responsável pelo sobrinho enquanto os pais da criança estão trabalhando. Mas com Christian era diferente, eles não tinham nenhum parentesco e ela podia muito bem usar cada segundo para flertar, enquanto o desafiava de volta.

Christian não daria partida no carro enquanto ela não colocasse o cinto de segurança. A chuva ainda caía sobre a cidade e os asfaltos permaneciam molhados e escorregadios, sendo ainda mais perigoso dirigir. Não esquecendo também do cair da noite, que deixavam as estradas ainda mais inconstantes, com uma claridade fraca dos postes de luz, que iluminavam bem pouco e, em alguns lugares, faltava até manutenção nas lâmpadas.

Doce AuroraWhere stories live. Discover now