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O carro de Christian parou na frente do restaurante do pai de Aurora. Se despediu com um beijo caloroso e a viu sair do automóvel. Enquanto a garota se arrumava em seu apartamento, a admirou da cabeça aos pés, notando o quão magnífica era. Seu vestido branco colado, junto a um salto alto a deixava uma mulher de enlouquecer qualquer um. Se a visse nas ruas pela primeira vez, podia jurar que teria uns vinte e cinco anos. Seus cabelos volumosos caiam sobre os seus seios, que estavam ainda mais arrebitados por conta do busto do vestido ser um pouco apertado.

Se manteve em pé, escorado na porta de seu quarto, observando que agora não era mais somente ele que habitava aquele apartamento. Aurora o trouxe vida, e algumas bagunças a mais em seu criado mudo. Ela o deixava devidamente arrumado, e o fazia fazer compras diariamente, passando a viciá-lo ate mesmo em frutas e legumes. A garota não tinha repulsa a nenhum alimento e seu cardápio era extenso. Admirava cada movimento seu, e sua ausência nos dias que não o visitava, ou não a encontrava, o deixava um buraco enorme no peito.

Pelo fato de ser final de semana e a mesma não poder estar saindo, algo que ela mesmo reclamou consigo sobre o quão chata e irritante sua mãe estava com horários, ainda que alegasse ser maior de idade. A desculpa era a mesma de sempre:

"Você ainda mora debaixo do meu teto e enquanto viver, não se mandará."

Esse foi um dos motivos de não deixar Christian conversar com sua mãe enquanto não finalizasse seu ultimo ano escolar. Precisava da formatura e do inicio do próximo ano para ajeitar tudo sobre a faculdade e seu alojamento. Precisava apenas de algumas cartas de recomendação para se inscrever em algumas faculdades listadas na sua agenda. Toda a sua preparação para uma nova etapa da vida estava organizada, precisava e necessitava apenas de uma parte concluída: seu ensino médio.

Não esperou que o carro de Christian fosse embora, sabia que seria ainda mais doloroso vê-lo partir, mesmo que por ora. Sua tarde de sexta feira foi uma da melhores que desfrutara, podendo compartilhar bons momentos com o homem por quem entregou seu coração, corpo e alma. Christian era tão delicado, ao mesmo tempo que másculo se tratando de tocá-la, que se sentia uma mulher completa. O sexo com ele era totalmente diferente do que via em filmes de romance um pouco mais picantes, parecido com os livros que lia.

Era doce, quente, e gostoso em proporções que não conseguia descrever em palavras. Seu corpo todo entrava em combustão, tentando manter as pernas firmes. Se sentia até um pouco tímida pelas expressões que fazia, mas descobriu que era um dos melhores efeitos para Christian. Ele poderia passar horas distribuindo beijos por todo o seu corpo curvilíneo, ouvindo cada som que saía de sua boca, demostrando o quão entregue estava para ele.

Aurora agora era dele.

Parou na frente do restaurante, que ainda permanecia fechado. Olhou a hora em seu telefone para ter a certeza que havia chegado no horário correto. Se encontrava vinte minutos adiantada. Aparentemente nenhum funcionário estava no local, porém pode ver uma das luzes iluminando o ambiente. Utilizou a chave que seu pai dera e adentrou o lugar. Era mais fácil ir organizando algumas coisas antes de finalmente abrir o restaurante. Notou que a luz acesa vinha da cozinha, onde preparavam todos os pratos para os clientes. Um som de alguma música também vinha de lá. Talvez seu pai estivesse preparando um prato especial, ou fazendo um teste com algo que idealizou. Afinal, era um chefe de cozinha. E dos bons. Caminhou lentamente até a porta entreaberta da entrada da cozinha para ver o que realmente estava acontecendo. Olhou pela fresta e se arrependeu no mesmo instante por ser tão curiosa. Na verdade, se sentia um pouco insegura por realmente não saber o que era. No final das contas, poderia ser até mesmo um invasor.

Embora não fosse.

Era seu pai. E Helena.

Os dois estavam aproveitando o vazio do restaurante, e o local mais reservado para fazer obscenidades. Helena estava de bruços sobre um dos balcões, com suas calças abaixadas, enquanto Fernando se mantinha grudado nela, segurando o seu pescoço. Era informação demais para a sua mente. Ouvira algumas das vezes seus pais em seu momento de intimidade, mas jamais algo tão desprezível.

Doce AuroraDonde viven las historias. Descúbrelo ahora