A ver navios, ou estrelas

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Aurora se olhava no espelho tentando encontrar algum defeito em seu vestido, enquanto Josh era maquiado por Camila, que já se encontrava devidamente pronta

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Aurora se olhava no espelho tentando encontrar algum defeito em seu vestido, enquanto Josh era maquiado por Camila, que já se encontrava devidamente pronta. Observou a amiga, com um vestido rosa, tomara que caia. Seu tecido acabava nas pernas, mas era rodeado por uma tira de babados que contornava do busto, á cintura, tendo um caimento lateral até o pé direito. Fora feito pelas suas próprias mãos, e ficou simplesmente lindo. O vestido de Aurora também possui uma fenda, mas em três partes, mostrando ambas as pernas. Havia o comprado, mas não gostou da parte de cima, com alças muito grossas, então Camila lhe deu uma ajuda, retirando um pedaço do tecido e transformando em um tomara que caia, também. Em um tom amarelo claro, descartou sandálias de tiras, usando uma bota bege de salto.

— Está linda, amiga! – elogiou Josh, indo até o espelho para ver a sombra em seus olhos.

— Adorei o terno lilás. A cor combina super com a sua pele. – devolveu o elogio, ajeitando a gola de sua blusa e passando a mão para alinhar o tecido.

— Podemos descer? – pergunta Camila, terminando de retocar o seu gloss.

Aurora pegou sua bolsa e seguiu os amigos escada abaixo, ficando surpresa ao ver seu pai conversando com Cristina amigavelmente. Sequer pareciam ter se separado. Tentou manter a postura, ainda em silêncio. Ainda que seus amigos estivessem em sua casa, com sua mãe soltava apenas o necessário. Seu término forçado com Christian não completou nem uma semana, e estava tentando levar a vida normalmente, mesmo sabendo que se sentiria sozinha e vazia após a formatura, com seus amigos retornando para suas casas, sendo obrigada a encarar as paredes coloridas de seu quarto.

— Está um espetáculo, querida. – seu pai abriu um sorriso ao vê-la, indo abraçá-la.

Respirou fundo e tentou não pensar no que Romeno diria ao vê-la tão arrumada. Sorriu para o seu pai, o mesmo que não falava a semanas, e tampouco se esforçou para se reaproximar. Também nada respondeu, indo para o lado de fora de sua casa após retribuir o contato físico. Entrou no carro e ficou na espera de seus amigos que não conseguiam disfarçar a felicidade de finalmente estarem se formando na primeira etapa da vida.

Cristina e Fernando se olharam, e o homem queria saber o que aconteceu com sua única filha — até o momento.

— Por isso eu pedi para convidar os seus pais para passarem o natal conosco, na minha mãe. – Cristina apenas respondeu para o ex marido, poupando o assunto do relacionamento da garota com o seu chefe para evitar murmurinhos e mais constrangimento.

Não queria pensar, muito menos que Fernando a questionasse sobre a vida sexual de Aurora, que sequer conseguia responder um simples "bom dia", quem dirá se havia feito além de dar alguns beijos em Christian. Não conseguiu ir tão longe para se atualizar do que realmente aconteceu, mas podia jurar que o corpo de Aurora estava mais encorpado. Balançou a cabeça em negação e tornou a prestar atenção em Fernando.

— Nem mesmo vai me dizer o que aconteceu com ela? – questionou o homem, incomodado.

— Para que? Sequer a procurou por todos esses dias, Fernando. Eu sei o que estou fazendo, mas preciso que faça algo para me ajudar nisso. Consegue?

Doce AuroraWhere stories live. Discover now