the villain's miracle [DabixChildReader]

Capitulo X: Encontro

Yuki passou a noite em claro.

Não era comum uma criança tão pequena ter grandes preocupações, mas ela não podia se chamar de criança comum.

A menina estava se achando a pior criança de todas, pois era um peso para seu pai.

Para Yuki, Dabi era a maior e melhor pessoa do mundo. Ele era o seu herói, por mais que não fosse o pai perfeito. A criança achava que isso era bem recíproco, mas estava enganada.

Afinal, tinha ouvido ele a chamar de peso.

Isso doeu muito.

Ela era um peso que só atrapalhava a sua vida. E, ainda mais, ele iria jogá-la para uma mulher que nunca foi próxima dela.

Yuki não queria ficar com a sua mãe. Também seria um peso para ela.

Não queria ser isso para a mulher, assim como era para o seu pai.

Por isso, criou um plano infalível: iria fugir de casa.

Para a sua sorte, seu pai saiu cedo, indo para o trabalho antes mesmo de se a criança se levantar.

Ele lhe deu um beijo na testa e isso reconfortou a criança, apesar de saber que era bem falso da parte dele.

Assim que o homem saiu, Yuki pegou a sua mochila e seguiu para a cozinha. Pegou o que lhe fosse útil: pacotes de biscoito e um garrafinha de água. No seu quarto, pegou um casaco e uma roupa confortável, que consistia em uma calça, tênis e blusa de mangas compridas.

Após fazer isso, foi em direção a porta e deu uma última olhada para a sua casa.

— O papai vai ficar melhor sem mim.

Fechou a porta e saiu, sem rumo.

Não iria a escola, pois se encontrasse Yato, muito provavelmente iria chorar muito, e não queria isso. Não queria que Yato descobrisse e contasse tudo ao seu pai.

Além disso, a professora Fuyumi era muito sagaz em descobrir o que estava acontecendo com os alunos.

Para despistar, ela entrou por ruas e vielas que jamais tinha visto, chegando em um ponto da cidade que jamais tinha ido.

No final, chegou a uma conclusão que lhe assustou bastante: ela estava perdida.

Talvez essa fosse a sua intenção inicial, mas, agora que tinha conseguido isso, estava com medo. Muito medo.

A única coisa que a criança queria era voltar para a sua casa, para o seu pai, e simplesmente fingir que aquilo jamais aconteceu. Queria ficar bem, com ele. Ficar junto dele, como eram antes.

Mas então a frase do seu pai voltou-lhe a sua mente. Ela era um peso para ele, e também seria para a mãe, que a odiava tanto.

— Fugindo não serei peso para ninguém. — foi isso que a acalmou. — Mas já estou tão cansada.