cuidados necessários

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Ao sair do consultório, o jovem ômega se sentiu um tanto aliviado por estar perto do sardento, parecia que de alguma forma os olhares estranhos ou atravessados haviam cessado com ele ao seu lado, ou talvez fosse só uma impressão de sua mente, mas definitivamente as pessoas pareciam desviar o olhar de onde eles estavam.

O loiro se encostou contra o ombro do moreno, inspirando profundamente seu cheiro, sentindo-o tão intenso como nunca, adentrando por suas narinas e incendiando seu corpo como brasa. 

Foi um curto período de silêncio até chegarem ao carro do alfa, só sendo quebrado quando Ace lhe pediu para segurar Tama para ajustar o banco infantil e em seguida colocá-la em segurança ali. Quando se sentou no banco do passageiro, Marco olhou de relance para o alfa, vendo-o digitar algo em seu celular e guardar logo em sequência, dando partida assim que o enfiou em seu bolso. 

— Ace... Você pode me dar uma carona até a escola? Claro, se não for atrapalhar...

— Hm... Você não precisa voltar para lá hoje. Acabei de avisar a Makino que cuidaria de você.

— Cuidaria de mim? Eu não... Estou doente... — comentou o ômega sentindo suas bochechas queimarem pela forma com que sua mente levara aquela frase por outro sentido, balançando levemente a cabeça, tentando apagar aquela ideia pervertida e insistente. 

— Eu sei que não está doente — afirmou o sardento fazendo um rápido afago nos fios dourados — obrigado por cuidar da Tama hoje. 

— N-não foi nada... — respondeu o menor engolindo saliva, sentindo pouco a pouco a sensação de abafamento e quentura retomar seu corpo. 

— Só faremos uma parada na farmácia para comprar os remédios e depois vamos para casa — disse o alfa ajeitando o espelho retrovisor, dando um pequeno sorriso ao ver a garotinha encostada no banco, a boca levemente aberta, enquanto dormia.

— Tudo bem... Eu também vou? 

— É, ou acha que vou cuidar de você por ligação? — brincou o maior dando uma risada da expressão surpresa do menor — e além do mais vou precisar de um assistente na cozinha para fazer o jantar. 

— Cuidar de mim é só uma desculpa para me usar para lavar louça, é? — rebateu o loiro em um tom levemente provocativo. 

— Claro que não. Ainda não tem louça para lavar, então vai ser para cortar os legumes — complementou o sardento dando um sorriso ladino — é brincadeira, não precisa fazer nada se não quiser.

— Não, tudo bem, eu não me importo de ajudar — anunciou o loiro um tanto apressado, sentindo uma estranha necessidade em manter aquele momento, um formigamento ansioso em seu estômago — posso te ajudar no que precisar.

— Você é um amor, Marco — elogiou o moreno dando um sorriso ainda maior e estacionando na farmácia mais próxima — você pode esperar aqui e ficar de olho na Tama? Eu volto logo. 

— Claro, sem problema — respondeu o loiro, retribuindo o sorriso com as bochechas levemente avermelhadas e mexendo na barra de sua camisa um tanto embaraçado.

Seus olhos acompanharam o moreno sair do carro e entrar no estabelecimento. Seu coração batia descompassado a cada vez que seus olhares se cruzavam brevemente quando o alfa voltava sua atenção para verificar se estava tudo bem. 

O loiro não pode deixar de sentir o comichão intenso em suas entranhas e o suor se acumular suavemente em suas palmas devido a quentura que só parecia aumentar ali. Era um tanto estranho para si se sentir tão quente por causa de alguém, mas era de Ace que se tratava e as reações que aquele homem lhe causavam nem sempre eram previsíveis ou possuíam algum sentido lógico.

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