Reciprocidade

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De repente, tudo fluiu como um rio que aos poucos aumentava a força de sua correnteza, arrastando os pedregulhos que ficavam no meio do caminho. Marco não sabia em que momento as mãos firmes do alfa se apoderaram de suas coxas, erguendo-o para que as prendesse em sua cintura, carregando-o entre beijos cada vez mais intensos para o quarto. 

Seu corpo foi jogado contra a cama e prensado sob o maior, seus lábios sendo tomados novamente por aquela boca habilidosa e sedenta. Sua mente girava em um turbilhão de pensamentos pervertidos, seu corpo esquentava mais a cada segundo. O loiro podia sentir seu próprio membro rijo lhe incomodar, preso pelos panos de sua calça, seu desejo mais latente era ser tomado por aquele homem, senti-lo dentro de si. 

Um muxoxo saiu involuntariamente dos lábios do ômega quando o moreno se afastara e saira da cama. Com um pequeno sorriso travesso, o alfa riu daquela reação e se direcionou para a porta, a trancando e em seguida vasculhou em sua cômoda, pegando a vasilha de lubrificante e um pacote de camisinha. 

— Não tenha pressa, Marco. Quero cuidar de você da maneira certa — afirmou o alfa subindo sobre o corpo menor, deslizando suas mãos para debaixo da camisa alheia — quero que se lembre disso toda vez que eu tocar seu corpo, que fique gravado em sua memória que hoje você é meu.

O loiro respirou ofegante, sentindo cada palavra reverberar em seu corpo em uma onda de calor e prazer inexplicável. Era um tanto atordoante notar o efeito avassalador que os toques diretos e a voz do alfa tinham sobre si, parecia ainda mais intenso que seu cio. 

Os lábios do mais velho se encaminharam lentamente até a boca do menor, beijando-lhe com avidez para descer vagarosamente pela mandíbula até alcançar o pescoço, distribuindo incontáveis beijos contra a epiderme quente. As mãos continuaram em sua exploração pelo tronco alheio, descendo e subindo pela pele, apalpando cada parte do corpo menor. 

— Você realmente quer isso? — perguntou o moreno dando um último beijo no pescoço alvo — se fosse em outro momento que não em seu cio... Você ainda iria querer continuar? 

Preocupação e insegurança pareciam escorrer em cada palavra do alfa e o loiro o compreendeu, imaginando que ele não o quisesse forçar a nada ou fazer algo do qual o menor se arrependeria no futuro. De todo, o supressor havia surtido seu efeito, amenizando todas as sensações e dores daquele momento, permitindo-o pensar racionalmente e não agir somente por seus instintos. O ômega sorriu pequeno, levando suas mãos até as bochechas do maior, puxando-o para um selinho demorado, antes de afastá-lo levemente.

— Sim, eu quero... Eu continuaria em qualquer momento... — segredou o loiro, fechando levemente os olhos ao sentir o moreno apertar com firmeza seu tronco, arranhando suavemente a pele no processo — e você? Quer realmente isso ou só...

— Eu também quero. Céus, você é tão fofo e encantador, como não iria querer? — comentou o moreno, mordiscando levemente a pele sensível do mais novo, suas mãos agarrando e puxando o tronco alheio para si. 

O loiro gemeu baixinho, emaranhando seus dedos aos fios mais longos do maior, puxando sutilmente conforme as mordiscadas em seu pescoço vagarosamente se tornavam leves chupões descendo para sua clavícula.

Aquele homem parecia a total causa de seu descontrole, cada toque, beijo ou mordida sutil encadeava uma torrente de sentimentos intensos que percorriam até as minúsculas partes do ômega. As mãos maiores subiram lentamente, erguendo a camisa do menor até que a retirasse por completo, jogando-a para longe. 

— Espero que não se importe com elas mais tarde — disse o alfa deslizando seus dedos pelas pequenas e quase imperceptíveis vermelhidões que deixara no menor — só quero me assegurar que você irá se lembrar disso. 

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