Chalé

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Diana Holmes

Chegamos no chalé e chego as janelas e as portas, então James descobre como acender a lareira e vou até um baú velho que tem ali para tirar as mantas e os travesseiros que escondi aqui com muito cuidado.

Arrumo tudo no chão e aperto o roupão de lã no meu corpo enquanto ele começa a tirar o casaco. Tento esconder a careta quando vejo ele tirar a blusa e todos aqueles arranhões estão horríveis demais para que ele se mexa bem.

-Tem água por aqui?- pergunta.

-Não.- limpo a garganta.- Tem um poço lá fora. Posso pegar para você.

-Não, eu vou...

-Você tá machucado.- me levanto.- Tem umas gazes no baú.

Ele assente e eu abro a porta, pego o balde ao lado e vou até o poço, nem sei como acabei descobrindo isso aqui. Mas é bem longe e eles nunca achariam se não tivessem alguém para dar pista, e ninguém sabe que estamos aqui.

Encho o balde de água e entro de novo no chalé, quase derrubo o balde quando vejo James tirando a calça também. Desço os olhos e vejo suas coxas arranhadas profundamente.

-Deita aí.- peço.

-Não precisa cuidar de mim.- ele senta na manta e faz careta de dor.

-Tá.- coloco o balde na frente dele.

Sento em outro canto e vejo ele se lavando do sangue, seria muito mais fácil sem ele aqui, provavelmente já estaria dormindo e esperando que me achassem, mas preciso dele para ter a família dele aqui, então, vou fazer isso.

-Ai.- ele bufa quando tenta alcançar as costas.

-Tem certeza que não quer ajuda?- pergunto.

-Só nas costas.- aponta.

-Tá.- vou até ele e fico de joelhos bem atrás.

Pego uma gaze e molho no balde para passar pelos arranhões, quando os limpo vejo que não são tão fundos quanto os da frente e o da coxa. James se encolhe de dor e eu tento passar o pano com mais delicadeza.

-Amanhã vamos para a cidade. Eu conheço um lugar onde eles vão nos abrigar até minha família chegar.- explica.

-Certo.- assinto.

-Ai!- ele agarra meu pulso.

-Que chorão!- grito também.- Se você não quer ajuda, então solta minha mão!

-Tudo bem.- bufa e solta minha mão.

Volto a limpar os ferimentos e James molha o rosto na água, subo a mão com a gaze até sua nuca e ele apoia as mãos no chão ao abaixar a cabeça. Percebo que está com dor e engulo em seco tentando achar alguma coisa para falar.

-James.- sussurro.

-Eu só estou cansado.- explica.

-Por que você não deita?- me afasto.- Precisa disso mais que eu.

-Não, eu vou ficar acordado...

-James.- belisco o ombro dele.

-Ok.- ele começa a se ajeitar e deita.

Jogo as gazes dentro do balde e ajeito o roupão de lã enquanto tento levantar do chão. Alguma coisa engancha no roupão e quando vou dar impulso para levantar acabo caindo bem em cima de James.

Ele solta um ruído de dor e eu sinto suas mãos em minha cintura, apoio minhas mãos no chão ao lado da cabeça dele e tento me levantar. Porém toda a pressa faz com que eu caia de novo em cima dele.

A Vingança - 4° Geração.05Onde as histórias ganham vida. Descobre agora