08 proposta

117 17 3
                                    

Sem ser solicitado pela princesa nos dias seguintes, Archie se dedicou na tarefa de adestrar o cavalo selvagem que insistentemente o derrubava e também realizava trabalhos diversos com Hazelnut

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Sem ser solicitado pela princesa nos dias seguintes, Archie se dedicou na tarefa de adestrar o cavalo selvagem que insistentemente o derrubava e também realizava trabalhos diversos com Hazelnut. Ao lado dele, o cavaleiro conheceu muito mais da tribo, descobrindo inclusive, que esta era muito maior e mais rica do que havia imaginado.

As tendas se estendiam além da curva do rio, umas menores e outras imponentes e excessivamente decoradas. As noites, fogueiras imensas eram acesas e as pessoas se reuniam à sua volta com danças, músicas e comidas estranhas.

Apesar de fazer o seu serviço direito, Archie era ignorado pelos homens na maioria do tempo e em certos momentos também era confrontado por eles. Hazelnut sempre o defendia nestas ocasiões e todos os outros pareciam respeitá-lo.

Fosse carregando feno nos ombros ou erguendo novas tendas, os dois homens sempre estavam trabalhando juntos. Por mais improvável que isso lhe parecesse há algum tempo atrás, Archie descobriu em um servo adramita, muitas coisas em comum. Os dois se davam bem e conversavam sobre as suas diferenças. Era estranho ouvir a história sob uma ótica diferente. Em Gerdara, diriam que era como ver o outro lado da moeda.

Hazelnut era um dos principais viajantes da tribo, percorria a muito tempo o caminho entre os reinos e negociava algumas riquezas em Adramítio. Lá ele havia aprendido a ver o povo, além das diferenças causadas pela guerra. Ele acreditava que a geração mais nova poderia ser ensinada a conviver em paz, juntos seriam um povo mais forte e feliz. Archie nunca havia encarado a situação daquela maneira. Na verdade, sempre se julgara superior aquele povo e Hazelnut pretendia fazer com que ele mudasse de ideia.

– Em breve, haverá a coroação da princesa. Uma grande caravana vai sair daqui, uma viagem longa até a capital de Adramítio– disse Hazelnut, enquanto trabalhavam pesado, erguendo toras enormes de madeira para a construção da tenda – A capital é muito diferente daqui. Não moram em tendas e não seguem os mesmos costumes, ainda assim, conseguimos conviver como um único povo.

Archie parou o que estava fazendo e ouviu mais atentamente o que o outro dizia. Obviamente a intenção dele era demonstrar que era possível conviver com as diferenças, porém, para o cavaleiro era apenas uma chance de escapar daquela vida primitiva. Se havia um lugar evoluído, com casas de verdade, comércio e um belo prato de massa, então, era lá que ele deveria estar. Pelo menos até que conseguisse uma forma de voltar para o próprio país.

– Será que eu poderia fazer parte dessa comitiva?– perguntou, tentando parecer despreocupado.– Gostaria de ver com os meus próprios olhos, isso que você chama de civilização.

Hazelnut apenas sorriu. Já estava se acostumando a esse tipo de afronta. A ironia parecia fazer parte da personalidade do homem à sua frente.

– Você não tem cacife para isso, gerdariano. Todos os nobres do nosso reino estarão presentes e todas as princesas com idade para o casamento, serão coroadas como noivas. A menos que a sua princesa o escolha, como parte da sua comitiva de servos, você não poderá ir. Me parece que a curiosidade dela a respeito do seu povo já passou, a muitos dias ela não lhe dá uma ordem sequer.

Um amor estrangeiro Where stories live. Discover now