09 acordo

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No mesmo instante em que firmaram o acordo, Archie e Latasha iniciaram o treinamento da princesa

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No mesmo instante em que firmaram o acordo, Archie e Latasha iniciaram o treinamento da princesa. O cavaleiro ficava cada vez mais impressionado com a força e a agilidade daquela mulher. Se aprendesse todas as técnicas que ele poderia lhe ensinar, seria difícil até para um homem derrotá-la.

Por outro lado, também era difícil se concentrar na técnica e na postura, estando tão perto dela. Cada toque naquela pele aveludada e quente, faziam o corpo de Archie sinalizar os seus instintos mais carnais.

Latasha sempre fora muito boa em esconder suas fraquezas, principalmente dos homens que a julgavam inferior em vários aspectos, mas, não apenas por isso. Ela também era uma princesa e precisava agir como tal para ser respeitada. No entanto, nem mesmo para ela era tão fácil esconder o que o seu corpo gritava na presença daquele estrangeiro.

O contraste entre os dois a atraía ainda mais. Sua curiosidade para descobrir o novo, deveria ser a causadora de todos aqueles arrepios e calores ousados. Pelo menos, era isso o que dizia para si mesma, cada vez que suas peles se tocavam, e ela sentia algo queimar dentro dela. Como uma fagulha que queria incendiar todo o seu corpo, começando pelos lugares mais impróprios.

Os golpes iniciais eram simples, Archie explicava para quê serviria cada um, antes de aplicar na prática. Em um certo momento, Latasha já não conseguia ouvir nada do que ele dizia, de fato. Sua atenção estava nos traços másculos do queixo, na curva dos lábios e nos olhos azuis que a encaravam. Como seria tocá-lo? Não durante uma luta ou um toque involuntário, mas, tocá-lo realmente.

– Está ouvindo o que eu estou falando, princesa? Não está na posição adequada.

Saindo de seus devaneios, Latasha se esforçou para se recompor. De forma alguma poderia se sentir atraída por aquele homem. O povo de Gerdara era frio e sem escrúpulos. Os traidores, que na primeira oportunidade iniciaram uma guerra contra o seu povo, sem nenhum aviso prévio ou motivo justificável, apenas por seus caprichos e desejos intolerantes.

Rapidamente ela voltou a se endireitar e tentou se concentrar no treinamento. Ainda não estava aprendendo a atacar, como gostaria, porém, a autodefesa também era de extrema importância durante uma batalha.

No canto distante, o enorme cão selvagem os observava com os olhos desconfiados, porém, não fez menção alguma de se levantar e se meter no que quer que fosse que aqueles humanos estavam fazendo.

Os olhos do animal pareciam vasculhar alguma coisa no interior de Archie, como se quisesse decidir se confiava nele ou não.

Apenas um momento de distração, encarando o animal, foi o suficiente para a princesa tentar se aproveitar de seu oponente e acerta-lo com um golpe. É claro que não funcionou e Archie se esquivou facilmente, fazendo com que ela se desequilibrasse. Na tentativa de não cair, Latasha se segurou com toda força em Archie, fazendo com que ele também perdesse o equilíbrio. Em questão de segundos os dois estavam no chão.

Os dois tinham folhas e terra grudados na pele suada. Ver o constrangimento do cavaleiro caído por cima dela a fez gargalhar daquela situação. Logo, ele também a encarou ali, suja de terra, sorrindo livremente, como ele nunca tinha visto antes, e quando se deu conta estava rindo também.

Ele não queria levantar. De algum modo, era tão bom ter aquela mulher altiva, embaixo dele e vê-la sorrir lindamente. Quase como se pudesse tê-la um pouco para si.

Contra a própria vontade, ele se reergueu e a ajudou a fazer o mesmo. Latasha se aproximou ainda mais e limpou o seu rosto com as mãos, como se ansiasse por tocá-lo. Nenhum dos dois ousava falar nada, mas, haviam muitas palavras em seus olhos.

Archie queria tocá-la também. Queria muito. Porém, de alguma forma ele sabia que se o fizesse ela se afastaria outra vez. Por isso, apenas deixou que ela agisse livremente, enquanto ele próprio tentava controlar os desejos intensos que tomavam seu corpo.

– Eu sempre tive muita curiosidade a respeito do seu povo, sempre quis vê-los de perto, mas, não imaginava que eram assim– disse a princesa, sem deixar de tocá-lo.

– "assim" quer dizer atraente e bonitão?

Ela voltou a sorrir e deu um tapa leve em seu ombro.

– "assim" quer dizer: sem cor e presunçoso. Exibido demais também.

Dessa vez foi Archie quem sorriu. Os dois estavam perto demais e ele tinha certeza que o que viu naqueles olhos bonitos não era decepção nem desprezo. Na verdade, ela parecia tão surpresa quanto ele próprio. Também não era daquela maneira que ele imaginava o povo de Adramítio, nunca antes havia cogitado a possibilidade de se sentir atraído por uma estrangeira, pertencente aquelas terras.

– De toda forma, se sua curiosidade estiver além de tocar o meu rosto, eu não vou me importar.

Os olhos de Latasha se arregalaram de surpresa diante da ousadia do servo, por outro lado, o seu corpo respondeu de uma forma que ela não esperava. Notando a sua expressão espantada, Archie a confundiu com medo e temeu ter ido longe demais com o seu flerte.

– Não precisa temer em minha presença, princesa– continuou, atencioso a cada mudança no rosto delicado.– prometo que nunca irei machucá-la e que não farei nada sem o seu consentimento.

Alguma coisa no olhar do cavaleiro fez com que Latasha acreditasse nas suas palavras, porém, a prudência lhe falou mais alto e ela deu um passo para trás, quebrando o contato físico entre os dois.

– Vamos parar por hoje, eu já estou cansada. Espero que esteja aqui amanhã e que seja menos indisciplinado.

Sem dar espaço para qualquer resposta, ela pegou o arco e se afastou, acompanhada do seu enorme animal de estimação, enquanto Archie ficou sorrindo, sem conseguir desviar os olhos daqueles quadris avantajados, que se balançavam de forma sensual enquanto ela caminhava para longe dali. 

Assim que a perdeu de vista, ele tirou a camisa de tecido cru que Kamara havia lhe dado alguns dias atrás e mergulhou no rio frio, permitindo que as águas refrescassem os seus pensamentos, porém, nem mesmo isso parecia funcionar.





Um amor estrangeiro Where stories live. Discover now