O preconceito entre classes e povos constrói uma barreira de pedra, que separa e muitas vezes machuca aqueles que tentam destruí-la com a força das mãos.
O amor, no entanto, poderá derrubar qualquer barreira?
Será um homem, capaz de colocar de lado...
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Quando saía do rio Archie ouviu algumas vozes vindo de um local próximo a margem. De onde estava, algumas rochas maiores o impediam de enxergar de quem eram, porém, pareciam alegres e cantavam uma canção animada.
Seguindo a curiosidade ele se guiou pelo som e se encaminhou até o lugar onde várias lavadeiras estavam. As mulheres trabalhavam alegres e lavavam as roupas sem parar de cantar e algumas até dançavam no meio do serviço.
Aos poucos, elas foram notando a sua presença e o volume da canção diminuiu até o silêncio total. Sua presença jamais seria bem vinda entre aquele povo.
Quando estava prestes a partir, da beira do rio, uma delas deixou as roupas coloridas de lado e se levantou. As poucas roupas que usava estavam coladas em seu corpo pela umidade da água. Era uma mulher bonita e sensual com um olhar atrevido e perigoso, vindo exatamente em sua direção.
– Ora, ora, se não é o Gerdariano da princesa, do qual todas ouvimos falar! – iniciou, sem disfarçar o interesse, enquanto o observava – estávamos todas curiosas para vê-lo pessoalmente e saber se é verdade tudo o que dizem por aí.
Enquanto falava, a mulher tocou o seu braço com curiosidade. Todas as outras os observavam e a cena era um tanto constrangedora, como se um objeto estranho estivesse sendo exposto ao público.
– E o que andam dizendo por aí? – perguntou Archie com uma curiosidade real.
A morena mordeu o lábio de forma provocante, enquanto analisava cada detalhe de sua expressão.
– Eu posso te contar hoje a noite, se você quiser participar da festividade que teremos do lado leste da tribo. Nada muito exagerado, só um rapazote que vai começar o treinamento de guerreiro.
– Não tenho certeza de que estarei lá. Não conheço muita gente por aqui, a maioria não me quer por perto, inclusive.
– Eu não sou a maioria, e, agora você me conhece. Eu me chamo Maalate.
Ela se aproximou ainda mais e beijou o seu rosto. Archie não poderia ter deixado de notar os seus lábios carnudos e quando sentiu o seu toque, foi algo atraente e avassalador.
Há poucos instantes ele estava na água para apagar o calor causado por Latasha e agora o seu sangue ameaçava ferver novamente pela proximidade de Maalate.
Era extremamente difícil se adaptar aquela cultura. Ver as mulheres com tão poucas roupas já era muito fora de sua realidade, ser tocado e tocá-las de volta era praticamente indecente.
