Você é um doce

Ivy

Cap 14

                                     Liz

— Hã? Como pode ser o colar da sua mãe? Tem certeza? — A loira pega o colar de minhas mãos ,que continuaram no mesmo lugar, e começa a analisar as pessoas da foto. — É você e seus irmãos?

— ...s-sim. Como ele veio parar aqui..?

— Hã...eh...talvez não seja...eh...alguma tia sua ou vó não teria um colar igual?

— Abgail. — Pego o colar de sua mão e coloco dentro de meu bolso. — Vamos continuar.

  Continuamos andando por aquele túnel nojento com cuidado, para ver se não achávamos outra coisa pelo caminho.

— Liz, está me ouvindo? — Ouço a voz de Ryuzaki sair pela minha gargantilha.

— Sim, estou.

— Lembra do corpo que achou perto dos trilhos do trem alguns dias atrás?

— Lembro. A polícia trouxe alguma informação?

— A linha do trem segue um  longe do prédio o qual você seguiu o carro da funerária. Os lugares não estão conectados de nenhuma maneira. Falando nisso, Liz, você viu algum corpo ou algo que estivesse ligado diretamente a eles?

— Agora que você falou não... mas não cheguei a olhar a garagem onde o carro entrou.

— A polícia verificou tudo, mas também não acharam nada até agora.

— O carro pode ter saído enquanto eu estava lá dentro.

— Mas há um detalhe, eles fizeram tudo isso prevendo que você os seguiria e prepararam um cenário inteiro que te levaria a ser pega por eles.

— Sim, porque eles queriam que eu contatasse você para tentarem te tirar do caminho.

— Liz, porque não te mataram? Sei que suas habilidades são fora do normal, mas pelo que me contou não morreu porque eles não queriam que você morresse! Por algum motivo querem você viva.

— ...Ryuzaki, acabei de lembrar de algo! Eu achei que era só uma idiotice feita para me irritar, eles me chamaram de Hiroshi.

— Hiroshi? Poderia me explicar?

— Meu avô quando se separou de minha avó casou com a empregada jovem deles que tinha descendência japonesa. A empregada não podia engravidar e então meu vô para agradar ela queria que eu recebesse o nome escolhido pela mulher, mas por óbvio meus pais não aceitaram. Então meu avô me deu o apelido de Hiroshi; lembro que ele tinha bastante influência na cidade e por isso algumas pessoas me chamavam assim.

— Hm, não havia dado muita importância para seu avô, darei uma olhada em seus antecedentes. E sua avó, ainda está viva?

— Está, ela deve estar em um cruzeiro pelo mediterrâneo nesse momento junto com minha irmã mais nova, Annie.

— Cruzeiro?! — Abgail se intromete na conversa animada.

— Shiu! É, a minha vó não tem muita noção do que está acontecendo e eu não queria preocupa-la. A guarda da Annie foi para minha vó, então a ela foi morar em Nova York.

— Como sua guarda não foi dada a ela?

— A lei diz que eu sou de maior e que tenho condições de ter a guarda de meu irmão. Precisavam que eu continuasse na Inglaterra para procurar por você.

— Sabe onde o navio em que sua vó está?

— Acho que ele deve ter parado na costa da Itália. Ela deve ligar lá pra casa em algum momento para ver como eu estou e falar um pouco com minha irmã.