S I N T O S U A F A L T A

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Meus sonhos parecem que passaram por mutações, até então minha necessidade de ser sozinha perdeu o sentido. Comemorar minhas conquistas sozinha é como se fosse um insulto ao objetivo conquistado.

"Cal eu consegui, vou ser pai, irei realizar meu sonho!" No momento que li a mensagem do Victor percebi a extensão que os nossos sonhos podem ter. Isso há uma semana atrás, agora estou vendo suas costas ao entrar na minha casa.

—Lucas, cheguei! O que está assistindo?

E vai sentando no sofá para ver tv com meu filhote. No dia anterior nas nossas conversas não tive como negar quando perguntou se eu estava com saudades dele: "Victor, sinto sua falta. É isso que quer ouvir?

"Por enquanto Morena, isso me basta!"

Por essa razão hoje está aqui para dormir comigo, só em saber que estará em mimha cama, sinto-me importante para ele. Ao amanhecer irá ver a dona Helena.

—Venham jantar!

E com muita conversa é claro do meu Lucas, contando suas peripécias que fez na escola. Após as consultas com a psicóloga percebemos sua desenvoltura, vê-lo conversando tão solto e curioso mais do que nunca enche meu coração de alegria. Agora está enchendo o Victor de perguntas sobre as crianças do orfanato.

—Mas Victor, como uma criança pode viver sem mãe?

Nos olhamos sem saber o que responder para que entenda melhor, pois ele já deu três respostas e mesmo assim continua questionando sobre o assunto.

—Filhote, o que o Victor quer falar é que muitas vezes uma mãe é obrigada a deixar seu bebê nesta casa, onde tem pessoas que vão cuidar de seus filhos, até encontrar uma outra mãe.

—Mãe eu endenti essa parte eu não sei por que o pai não cuida como uma mãe.

—Tem muitos que cuidam, eu mesmo vou ser um pai, sabia que vou adotar uma criança do orfanato e serei o pai dela?

—Não. E agora o que ele será meu? Podemos desenhar juntos eu empresto meus lápis de pintar e...

—Calma amigão, ainda não sei quem eu irei ter como filho, mas ele pode ser seu primo de coração como o Théo e o Ruan o que acha?

—Legal!

Rimos da sua resposta, mas sabemos que depois fará mais perguntas sobre o assunto.  E como todas as vezes insiste em secar os pratos.

—Obrigado por fazer carne de panela, lembro do nosso primeiro jantar. Só não tive tempo de comprar sorvete para nossa sobremesa.

—Não reclame, senão o Lucas vai lembrar e te fazer comprar à essa hora. Por hoje passamos sem sobremesa. Você não aborrece doces?

—Cal, isso é um sacrilégio, amo doces e mais ainda as pessoas que gostam.

—Como nossa amiga, Dil e agora meu moleque?

—Sim, eu os amo. Por falar em Dil o Marcos está um babão de tão feliz com nossa sobrinha que irá nascer.

Ele senta na banqueta, não se rende. Sei que está cansado, consigo ver no seu semblante. Conversamos mais sobre nosso casal de amigos e a espera da sua filha, Eslen.

—Nossa familia terá muitas crianças, além do Benjamin que está lindo, agora a Eslen, estamos esperando resposta para a barriga de aluguel dos nossos amigos, Beto e Samuel e o seu é claro.

—Estou só aguardando ser informado, quando encontrarem crianças que se encaixem no perfil que declarei na entrevista.

—Vem, vamos sentar no sofá, você precisa descansar essas longas pernas.

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