Conflitos

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Quarta-feira, 06:35h – Alphaville, São Paulo

Gizelly POV

Era uma quarta-feira nublosa na capital paulista quando resolvi levantar da cama após perder o sono na hora anterior. Não sabia ao certo o motivo, mas sentia algo dentro do peito, misto de ansiedade e medo.

Um banho poderia ajudar relaxar e espantar os maus pressentimentos e foi isso que decidir fazer. Enchendo a banheira, coloquei alguns sais que amava e fiquei por um tempo ali.

Não tinha nenhuma cirurgia marcada ou algum caso para ser estudado, mesmo assim estava com a energia pesada nessa manhã.

O que era bem diferente dos últimos dias, aliás, ainda mais desde domingo quando Rafaella e eu transamos.

Foi intenso, gostoso e surreal.

Aquela mulher é quente como inferno, acho que ela comanda o próprio, pela forma que provoca e age, principalmente na cama.

Os sorrisos incrivelmente safados, sussurros obscenos e a pegada deliciosamente boa.

- Sim Rafaella, você é uma diaba.

Infelizmente não conseguimos dormir juntas, depois das horas prazeirosas em minha cama, aproveitamos o carinho uma da outra e logo ela teve que ir embora.

Naquele dia, aconteceria um jantar por conta de seu aniversário com sua família, então apenas fui levá-la até seu apartamento e mesmo com sua insistência para que eu subisse, acabei preferindo ir pra casa. Acho que ainda não estamos nessa fase.

Meus receios quiserem me atrapalhar, no entanto logo foi totalmente ignorados quando recebi mensagens da mineira extremamente grata pelo dia que passamos.

Escutava seu áudio imaginando aquele sorriso e os olhos fechadinho. E como já havia percebido que ela amava provocar, óbvio que nas mensagens seguintes, comentou sobre o acontecido em minha casa.

Resumindo, realmente aquela quarta-feira que estava apenas nas primeiras horas do dias já era diferente, um misto de sentimentos que detestava quando se fazia presente. Talvez chegando no instituto, logo me ocuparia e mudaria meu humor.

G: Bom dia meu filho, resolveu acordar cedo como sua mamãe é? – Dei de cara com a pequena bola de pelos assim que sai do banheiro de roupão – Já falei que não pode deitar aqui, as vezes estou passando pela porta e nem te vejo nesse tapete. – Agachei para fazer um carinho e colocá-lo em meu colo - Neném mais gostoso da minha vida, te amo muito sabia? Não sei o que faria sem você. – Cheirava o cachorro – Hoje não vou precisar te levar para creche, mamãe volta cedo pra casa, pelo menos espero né? Senão, titia Bia vem te buscar.

Assistia a expressão confusa do Jack, não sabia ao certo se ele entendia tudo, mas uma coisa eu sei:

- Vamos dar uma voltinha no condomínio?

E não deu outra, o safado praticamente pulou do meu colo e correu todo animado. Imaginei que tinha ido para onde estava sua coleira. - Muito esperto esse meu filho.

G: Deixa só a mamãe trocar de roupa e já vamos, tá bom? – Aguardei como se esperasse uma resposta – Dez minutinhos – E fui andando em direção ao meu closet.

Meu guarda-roupa era rodeado fora a fora de roupas brancas, toda vez lembrava da Bia dizendo que ele parecia o céu dos filmes quando alguém morria.
É cada pérola que sai daquela boquinha – Comecei a rir.

Terminando de me arrumar, resolvi mandar mensagem para mineira. Apenas nos falamos na noite anterior por conta de uma reunião que á ocupou durante o dia. Já estava com saudades!

Duas Escolhas (GIRAFA) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora