Violenta

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C A P Í T U L O VIII

M A N U E L L E     R O C C I

- Um bando de abutres, são isso que são_ Murmura ao se sentar na poltrona, Vovó benta está ao meu lado esfregando as mãos em minhas costas em um ritmo calmante enquanto permaneço com a cabeça baixa apoiada em minhas mãos.

Tio Ricardo aumenta a televisão para ouvir a minha entrevista.

" - Senhorita Rocci, porque a senhora decidiu fechar as fronteiras? O que levou a esse ponto? As pessoas estão começando a ter medo, acham que pode estourar uma guerra"

"- Primeiramente, bom dia a todos. A decisão de fechar as fronteiras foi totalmente minha, por conta que encontramos cargas de entorpecentes que estão sendo importados de outros países para o México, e as nossas fronteiras ficaram fechadas por tempo indeterminado até que os culpados sejam encontrados"

"- Mas isso serve apenas para turistas, o nosso povo poderá ir e vir com a devida condição de fazer uma pequena entrevista explicando o porquê da saída do país e a previsão para a volta"

"- a devida aeronave já foi levada a perícia e acredito que logo encontraremos os devidos indivíduos que estão causando esse tremendo alvoroço"

- Muito obrigada senhorita Rocci e venho aqui simbolizando todos os cidadãos do México a agradecê-la por todo esse cuidado com o nosso país"

- A imprensa levou isso a sério não ?_ fala Miguel.

- O povo acredita em qualquer coisa que Manuelle diz então creio que estamos com um problema a menos_ levantei meu olhar parando em meu tio Ricardo.

- Tem alguma notícia?_ Ricardo ficou no comando das buscas já que eu não estou com muita cabeça.

- Ainda não_ Falou cabisbaixo.

- Bom eu vou preparar minhas coisas_ Levantou abuela animada, como queria ter essa mesma animação.

Acho que de todos nós a minha abuela é a pessoa mas positiva da família, nunca consegui entender, O mundo pode está acabando mas mesmo assim ela sempre encontrará um motivo para ficar feliz.

- Onde vai mama?_ Ricardo cruza os braços.

- Eu, Luara e Débora iremos para a Flora amanhã depois do almoço_ estremeço, Flora é o nome da ilha particular da máfia, o lugar preferido de minha mãe.

- De jeito nenhum_ Cruzo os braços.

- Também concordo com Manuelle mama.

- E dês de quando eu ligo para o que vocês pensam? Eu vou e pronto acabou_ me levantei do sofá para seguir minha avó enquanto ela ia para a cozinha, e claramente Miguel e tio Ricardo me seguiram.

- Abuela não é uma boa ideia, nós não sabemos se esses homens são de outra máfia e também não temos ideia de quais sejam suas intenções, isso seria arriscar muit...

- Fale baixo!_ Engoli seco quando abuela apontou o dedo na minha cara.

- Mama...._ Tio Ricardo nem se quer terminou de abrir a boca.

- Quieto Ricardo

- Eu sou a anfitriã dessa máfia, e definitivamente ninguém, nem meu próprio pai me impediu de algo, e não vai ser hoje que esse dia irá acontecer.

- Estaremos muito bem escoltadas, sem perigo algum. E dá próxima vez que eu ver um tom mais alto sair da boca de vocês em desrespeito a mim, eu mesma mato vocês enquanto dormem!

- Sim senhora_ Repetiu os três.

Que nem um cão com o rabo entre as pernas voltei a sala.

Agora sei quem é a culpada pela teimosia ser passada de geração para geração.

- Bom eu já vou ir para casa, ainda tenho que me arrumar_ franzi minhas sobrancelhas antes de lhe perguntar

- E e eu estou atrasadíssimo_ Olhou o relógio.

- Alguma ocasião especial?_ Os dois me olharam como se eu tivesse cometido o maior crime do mundo.

- Hoje é a inauguração do Hall Loux_ arregalei os olhos.

Hall Loux É um cassino que eu planejei com o intuito de arrecadar custos para as comunidade do México.

- Como pude me esquecer!_ corri até a sala de jantar onde tinha deixado minha bolsa junto com minhas chaves.

- Santo Deus Manuelle como você esqueceu! Você é a dona do projeto_ Passo correndo por Miguel em direção a minha casa.

Como todo esse caos que estamos enfrentando não tive tempo nem para raciocinar quem dirá me lembrar a maldita inauguração do cassino.

[...]

- Quero a polícia militar, o exército até a marinha pelas ruas. Não quero que nada aconteça hoje, quero olhos em toda parte

- Meus homens já estão aos arredores, ficaremos atentos mas as máscaras vão dificultar bastante o nosso trabalho_ O arrependimento me atravessa, maldita hora que concordei com a ideia de Danielle de fazer um baile a caráter de máscaras

- Entendo, o cuidado deve ser redobrado.

Seria uma brecha perfeita para qualquer tipo de jogada. Estou um pouco apreensiva, muitas pessoas especiais estarão nessa inauguração, se caso alguma coisa possa acontecer a máfia será mal vista diante de todos.

- Você está pronta?_ Assim que dispenso o chefe dos meus seguranças, Miguel surge no Hall de entrada.

Abri os braços.

- Acredito que sim_ Miguel vem até mim com uma caixa de cetim preto. Consegui ver o quanto estava elegante com um terno preto e a gravata vermelha, um clássico.

- Vermelho é a sua cor_sorri.

Estava usando um vestido de cetim vermelho, ele abraçava bem as minhas curvas, com alças de ombro a ombro deixando meu colo a mostra. Acabei optando por um coque trabalhado.

- Aqui_ abriu a caixa me mostrando uma máscara vermelha toda trabalhada em renda e detalhes.

- Ela é linda_ peguei em seu cabo e levei até o rosto.

- Ficou perfeita_ lhe mostrei a língua.

- Onde está a sua?_ segurei seu braço e começamos a andar para fora da casa.

- Está no carro. Todos já estão prontos

- Todos estão armados?_ Miguel abriu o terno me mostrando o revólver em sua cintura. Sorri

Afastei a fenda do vestido revelando um coldre. Miguel jogou a cabeça para trás em uma gargalhada.

- Tão bonita, mas tão violenta hermanita.

- Vamos indo, sinto que essa noite será longa.



L A D A M A

Sentiram minha falta?

La DamaWhere stories live. Discover now