Explicação

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Quem ai está com saudades de sofrer? Eu não costumo sentir isso não, mas descobri que tem gente que gosta nos comentários do capitulo passado. Devo alertar que se sofreram até agora, não vai ser nada comparado com oque vem pela frente, peço desculpas adiantadas.

Ps. Fiquem atentos pq esse capitulo não é na visão da Ana.

Boa leitura! E espero não fazer ninguém chorar. 

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Vitória

Não deixei que meus olhos desviassem dela por nenhum momento, alguma hora ela teria que me olhar de volta, em algum momento seus olhos encontrariam os meus e seus lábios sorririam, me diria que nada de mais estava acontecendo, que tudo foi só uma confusão ou então uma brincadeira de péssimo gosto.

Ela não me olhou.

Também não relaxou a postura nem por um segundo, sei disso porque esperava por esse sinal pra poder relaxar.

Aproveitei aquele momento pra pensar, tentar entender oque estava acontecendo. Não fazia sentido, estávamos bem, não estávamos?

Ontem a noite um pequeno frio de barriga tinha me alertado que algo estava errado, que algo devia estar errado, mas ela ainda tinha sido carinhosa comigo, aquele olhar frio que a pouco eu vi ainda não estava em seus olhos. Quando acordamos deixei a ideia ainda mais pra lá, achei que devia ser paranóia minha, algo criado pela minha insegurança e culpa. Então oque poderia ter mudado em tão pouco tempo?

Sua voz fria voltou a minha mente, me torturando mais uma vez. Aquilo tinha doído, mais do que eu admitiria. Olhar em seus olhos e não encontrar aquele calor de sempre, aquele amor de sempre, se tudo fosse uma brincadeira idiota da cabeça de fosforo eu não me responderia por mim.

A Ana tinha me destruído, precisou de meia dúzia de palavras e um olhar frio pra isso. Me perguntei em que momento isso tinha acontecido. Quando eu passei a me apaixonar por aquela pequena? Quando ela entrou em meu coração e fez dele sua morada? Provavelmente foi tão de mansinho que eu nem percebi. Sorri triste com a ideia.

Esse pensamento trouxe outro, e se ela tivesse descoberto algo, ou ao menos desconfiado do jeito que nos conhecemos?

Era impossível. Já tinha cuidado com a Flavia e minha irmã pra que aquela história morresse de vez, eu nem queria mais usar a Ana como minha testemunha, não colocaria ela na mira daquele canalha. Mas aquilo não estava sendo fácil, já era difícil demais impedir que ele descobrisse que ela estava no mesmo presidio que eu, não gostava nem de pensar oque ele poderia fazer com ela se tivesse essa informação.

Mas não tinha possibilidade dela saber disso, quase ninguém sabia. Tentei me acalmar, mas era quase impossível não ficar ainda pior conforme os minutos passavam.

E porra! Porque ela não olhava pra mim?

Aquelas horas demoraram a passar mais do que deviam, mas finalmente minha pequena suspirou cansada e dispensou a turma. Esperei que até que a maioria estivesse pra fora, e então me levantei esticando a coluna rígida por ficar tanto tempo na mesma posição, não precisei olhar pra saber que Pink tinha ficado na sala de aula comigo, mas a ouvi dispensando algumas de suas colegas que se voluntariaram pra ficar também. Aquilo não seria uma briga, ao menos não fisicamente falando.

Cheguei mais perto da mesa que a Ana usava com seus matérias, mas antes que estivesse perto de mais as amigas delas levantaram mais uma vez me impedindo de chegar até ela.

- Ah! Qual é galera. – Gritei mais de frustação do que de raiva. – Sou só eu porra, parem de agir como se fosse chegar socando ela.

A Ruiva levantou uma das sobrancelhas, como se a hipótese de eu bater na Aninha não fosse tão loucura. Ergui as mãos e deixei que caíssem rapidamente ao meu lado, frustrada de mais pra dizer qualquer coisa.

Minha SalvaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora