Distopia

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Já vimos diversas versões do fim do mundo.

Em filmes, séries, novelas e agora, na realidade também. Por mais que o fim do mundo fosse um assunto muito falado, ninguém estava de fato preparado para o que aconteceria no momento em que ele chegasse, por isso quando o pânico se instalou e as pessoas começaram a cair uma atrás da outra, a primeira coisa que as pessoas fizeram, foi trair umas às outras para sobreviver. O que mostrou quem era o verdadeiro responsável pelo fim do mundo, os próprios humanos.

Em todos os filmes que retratam o fim do mundo, o responsável pela ruína dele são os humanos, de uma maneira ou de outra, intencional ou não, quem traz a morte para o planeta terra são os próprios moradores dela. No caso de uma revolução robótica, a culpa é dos humanos, no caso de uma revolta da natureza, a culpa é dos humanos, em um apocalipse Zumbi, as coisas poderiam ser diferentes, causada por uma doença desconhecida, criada pela natureza.

Mas não foi o caso, o vírus RDC foi criado por ninguém mais que um humano ganancioso.

Depois do mundo sucumbir ao vírus, as pessoas perderam sua essência, se tornaram a sombra do que já foram um dia, naquele presente caótico, eles eram o que precisavam ser para sobreviver, assassinos frios. A realidade depois do vírus foi moldada em volta da sobrevivência do mais forte, sob o ditado “A vitória é de quem aperta o gatilho primeiro”, não há lugar para dor, luto, arrependimento ou remorso, quando a questão é sobreviver, nada pode ficar em seu caminho, é matar ou morrer.

E com isso houveram filhos que atiraram seus pais para a morte para salvar a própria pele, irmãos mataram uns aos outros por um pouco de comida em vez de dividir, as pessoas viraram as costas enquanto deixavam para trás aqueles que um dia já chamaram de amigos e os sobreviventes mataram outros sobreviventes por poder. Esse genocidio em massa foi a prova de que os humanos trouxeram a própria ruína, que foram apenas eles a se atirarem por vontade própria na decadência.

O vírus dominou o mundo, mas os humanos foram dominados pelo egoísmo.

O vírus aniquilou grande parte dos humanos, aqueles que sobreviveram tiveram que aprender a conviver com o seu maior inimigo, eles mesmos, pois os infectados estavam longe de ser a maior ameaça a vida deles. Cinquenta anos após a infecção, o mundo já não era mais o mesmo, as ruas que antes eram cheias de pessoas, carros e vida, agora eram dominadas pelo silêncio e a vegetação, carros parados, vidros quebrados e prédios caídos eram a nova paisagem, as carcaças deixadas para trás foram tomadas pelo tempo e deixaram para trás apenas a sombra do que um dia já foi uma cidade.

Os animais antes presos em sua fauna, agora dominavam a civilização que pereceu diante da morte, junto com os infectados eles se adaptaram à nova realidade, evoluíram para sobreviver a nova espécie humanoide que espalhava o caos por onde passavam, pois nem mesmo os animais escaparam dos contagiados. Os corredores não eram os únicos inimigos, haviam também os berradores e o pior de todos, os espreitadores, caçadores perfeitos com um faro que podia localizar um humano com uma facilidade cruel. Essa variante era a mais perigosa por caçar, encontrar e neutralizar sua presa com uma destreza que nenhum outro predador já teve.

Os humanos que já encontraram com essa variante se tornaram apenas mais um número na trágica estatística de mortos pelo vírus, se tornaram mais uma vítima do RDC, que mesmo depois de cinquenta anos, continuava a ser a maior pandemia que já existiu no mundo. Os humanos que ainda lutavam por suas vidas, se dividiram com o passar dos anos, criaram suas próprias resistências contra os perigos que o mundo os reservava lá fora. Os agrupamentos cresceram até que eles criaram suas próprias cidades e leis, uma utopia criada por linhas torpes, que para ser uma distopia bastava um único deslize.

Os humanos fizeram uma trégua, cada um deveria ficar em seu território, um acordo silencioso de que não iriam entrar em conflito contanto que ninguém cruzasse as fronteiras do domínio de alguma facção. Existiam diversas resistências, todas com suas regiões, costumes e peculiaridades, mas havia uma dentre todas que era uma incógnita aos olhos de outros agrupamentos, pouco se sabia sobre ela, mas os residentes dessa resistência se chamavam Sussurradores, nome dado a eles por serem extremamente silenciosos e letais.

A paz entre as resistências durou anos, isso até os Serpentes descobrirem a existência do Vendetta, por conta de uma informação vazada tempos atrás por um Sussurrador no local errado e na hora errada. O Vendetta era uma droga que mascarava a presença dos sobreviventes entre os infectados durante uma hora, com ele conseguiram transitar por entre os infectados sem serem notados pelos corredores e suas diversas variantes, nem mesmo o espreitador conseguia distingui-lo dos demais infectados, mas claramente, nenhum sobrevivente chegou tão perto para testar a eficácia contra eles. 

Os Serpentes ficaram cegos pela inveja, pois muitos deles morriam dia após dia nas ruas, enquanto os Sussurradores conseguiam transitar livremente sem precisar temer por suas vidas, isso causou uma revolta, queriam o Vendetta mais do que tudo, mas como iriam pegá-lo se sequer sabiam onde os Sussurradores se escondiam? O desejo de ter o que não podiam o cegaram ainda mais, esqueceram da trégua entre as resistências, estavam dispostos a colocar toda a paz construída em anos a perder, apenas para ter aquilo que os outros não quiseram compartilhar. Mas o que eles não sabiam era de uma informação extremamente importante que o Sussurrador distraído não vazou:

Os efeitos colaterais do uso contínuo do Vendetta.

~♥️~

Bem vindos a Vendetta, a história depois de Zombie Outbreak!

Preparem seus corações, pois essa obra promete causar pesadelos.

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