Capítulo LVIII

282 30 338
                                    

Jeong Heyoon POV

Após o dia inteiro que passei ao lado de minha mãe, como não tínhamos mais feito desde a minha revelação na terça passada, chegou a noite. Jantamos e desejamos boa noite uma para a outra e para minhas irmãs. Meu pai não havia voltado para casa, pois passaria uns dias numa cidade vizinha onde abriram uma nova filial da empresa em que trabalhava, ele ficou encarregado de treinar parte dos funcionários, o que deixou a conversa que minha mãe disse que teria com ele para um outro momento, somente quando ele retornasse.

Deitada na minha cama ainda sem acreditar que a mulher finalmente estava tentando se relacionar comigo normalmente, fui tirada dos meus pensamentos com o som sutil de algo contra o vidro da janela ao lado. Levantei-me e me dirigi até ela, abrindo-a já com a noção de quem se tratava e, assim como o esperado, Sina estava lá embaixo, segurando algumas pedrinhas pequenas em sua mão. Aparentemente, ela esperava que eu fosse descer, mesmo assim ela não demorou para começar a subir quando joguei a escada para ela e a chamei com a mão. Corri até a porta do quarto e a tranquei pouco antes de a garota chegar até o parapeito da janela e entrar no quarto.

— Aconteceu alguma coisa, Yoon? — sussurrou preocupada, parecendo mais confusa ainda quando me virei para ela toda alegre sem conter a euforia que sentia no peito.

— Aconteceu! — disse espontaneamente, indo até ela e a abraçando apertado — Minha mãe falou comigo hoje, Sininho! Ela está disposta a tentar me aceitar, a aceitar a gente!

— Sério? Nossa…?! Isso é... ótimo! Eu não esperava uma mudança de atitude dela assim tão repentina. — comentou atordoada, embora estivesse compartilhando também de certa felicidade, finalmente correspondendo ao meu abraço com energia.

— Também fiquei surpresa. Ela disse que vai falar com meu pai assim que possível sobre me tirar do castigo. Acho que ela vai convencer ele a me deixar voltar pro internato. — contei, mordendo o lábio de tanta alegria, me dirigindo até a cama e trazendo a loira comigo, puxando-a pela mão.

— Tomara que dê certo. Você não merece perder a sua vaga lá por nada nesse mundo, e eu não volto pra lá sem você!  — Sina fala convicta, se ajeitando ao meu lado e me envolvendo em seus braços.

— Você não vai precisar, meu amor. — murmurei manhosa, me grudando ainda mais a ela e lhe dando um selinho.

Me retribuindo com mais selinhos que evoluíram para beijos, Sina começou uma deliciosa sessão de amassos comigo, sua mão envolvendo o lado do meu pescoço e parte da nuca, os dedos acariciando meu couro cabeludo enquanto sua língua dançava com a minha e eu me colocava cada vez mais sobre ela, colando nossos corpos em pura harmonia. Entretanto, não durou muito e sua boca logo abandonou a minha ao ouvir a voz de minha mãe se projetando do corredor.

— Droga! Ela tá vindo pra cá? — sussurrou olhando na direção da porta.

— Não, ela só tá desejando boa noite pra mim e pras minhas irmãs. — a respondi sem conter o riso, deitando minha cabeça em seu ombro — Relaxa, a porta tá trancada.

— Melhor… — exalou aliviada, voltando a me encarar e fazendo carinho na base da minha coluna —... Você não quer sair hoje?

— Não, vamos ficar por aqui mesmo. Eu só quero ficar juntinha com você, tudo bem?

— Por mim tá ótimo! — confirmou, beijando meu couro cabeludo.

— Isso é tão gostoso. — sussurrei fechando os olhos.

— Você em cima de mim? É mesmo. Sabe com quem eu conversei hoje? Krys e Hina. Eles também estavam preocupados com você e ficaram aliviados e felizes em ter notícias, aliás, tinha combinado com eles de fazer uma ligação quando viesse te buscar, pra poderem falar contigo um pouco. Você tá afim?

Siyoon - Acorrentada (Chained Up)Onde histórias criam vida. Descubra agora