Real Life - Wantasha

41- Turbulência

Wanda POV.

Todos nós levantamos imediatamente assim que o doutor Patrick apareceu na sala onde esperávamos. Todos nós precisávamos de respostas.

Dizem que cirurgiões são frios. Que conseguem esconder o que estão sentindo.

Não sei se era a minha recorrência a receber notícias ruins nas últimas 48 horas ou se era a realidade dando um murro no meu estômago, mas quando meus olhar encontrou o do meu amigo, eu tive uma péssima sensação.

E antes que ele pudesse falar algo, meu subconsciente gritava em minha cabeça "o coração dela parou."

Porque eu estava assim. Ora pensava que ela não me deixaria. Ora tinha certeza que ela tinha ido.

Antes que eu pudesse me afundar mais no meu pessimismo, Patrick começou a falar.

-Nós fizemos o possível... - ele iniciou e senti meu peito afundar, minha respiração engatou e eu tentava trazer o positivismo comigo, mesmo que parecesse impossível. - Agora é só esperar ela acordar.

Naquele segundo eu soltei a respiração que nem sabia que estava segurando.

Não olhei ao redor para saber a reação dos outros, mas tinha certeza de que todos estavam aliviados.

Ela sobreviveu. Natasha estava viva.

Patrick sorriu e assentiu com a cabeça assim que meus sogros começaram a agradecer ele, logo Melina se lançou nos braços dele.

Assim que ele se virou para sair, eu segui o mesmo até o corredor.

-Ei, Patrick. - chamei pelo mesmo e ele parou de caminhar, se virando para me fitar.

-Wands, algum problema? - ele perguntou.

-E o teste de paralisia que você tinha feito antes? - preferi perguntar quando estávamos a sós, eu tinha falado para nossa família sobre minha conversa com Patrick, mas eles estavam optando por ignorar.

-Talvez ela não estivesse pronta. - meu amigo usou um tom de voz tranquilizador para falar.

-Ou? - mesmo ele tentando me tranquilizar eu sabia que tinha mais, que tinha duas alternativas e ele tinha me dado a melhor, mas eu sentia necessidade de conhecer as possibilidades para poder me preparar, mesmo sabendo que isso era impossível.

-Talvez o cérebro esteja comprometido e... ela não acorde. - eu pedi para saber sobre aquilo, mas foi inevitável não sentir vontade de gritar, de questionar o Universo de o porquê estarmos passando por isso.

A realidade é que nos últimos dois dias tudo que eu tinha feito era questionar a crueldade do Universo.

Assenti com a cabeça estreitando os lábios e com os olhos ardendo, logo me encaminhei de volta para onde nossa família estava.

-Wan, filha... - minha mãe se aproximou segurando minhas duas mãos. - Eu quero que você vá para casa descansar...

-Não, mãe. - neguei. - Ela pode acordar a qualquer momento.

-É quase impossível ela acordar nessas próximas horas. O corpo acabou de passar por uma cirurgia, precisa descansar. - eu suspirei porque mesmo que minha alma implorasse para ficar ao lado de Natasha, meu corpo estava exausto. - E ela vai precisar de você bem disposta quando abrir os olhos. - minha mãe sorriu fraco, provavelmente com a possibilidade de Natasha abrir seus lindos olhos verdes.

-Eu e Ivan ficamos aqui e vocês irão descansar... - Melina apontou para Yelena e depois para mim. - Certo?

Assenti com a cabeça, assim como Yelena, nós duas sabíamos que aquilo era uma discussão perdida.