Real Life - Wantasha

54- Foi a...

Wanda POV.

Eu e Nova York sempre fomos bons amigos, exceto no dia em que essa cidade roubou de mim a oportunidade de ter algo a mais com a mulher da minha vida.

Todas as minhas reuniões do dia já haviam sido realizadas e eu aproveitei o tempo livre para andar pela cidade. Eu sempre gostei de admirar a beleza das cidades, mas não é novidade pra ninguém que Nova York é mágico.

O som do carro alugado tocava "Empire State of Mind", eu olhava para os prédios iluminados e me sentia em um filme. Eu juro que essa não era minha primeira vez aqui, mas eu sempre ficava fascinada.

Em Nova York (ayy, aha)
Selva de pedra (yeah) onde os sonhos são feitos
Não há nada que você não possa fazer (yeah)
Agora você está em Nova York (aha, aha, aha)
Essas ruas vão fazer você se sentir novo em folha (novo)
As grandes luzes vão te inspirar (vamos lá)
Salva de palmas para (seja bem-vindo, OG), Nova York, Nova York
(Nego, eu te fiz ferver)

Os versos da música alcançavam minha audição e um sorriso brotou em meus lábios.

De repente uma onda de lembranças onde uma Natasha adolescente enviava a Yelena e a mim uma sequência de vídeos pelas ruas iluminadas e a música de fundo sempre era essa. Esses versos sempre estavam presentes nos vídeos em que ela fazia correndo como uma garota feliz e livre pelas ruas de Nova York.

Buscando mais a fundo as memórias com a Natasha, eu voltei ao dia em que ela me fez entender como eu me sentia.

FLASHBACK ON:

Eu e Yelena tínhamos 14 anos e Natasha já estava com 17. Isso a fazia se sentir muito mais velha e madura do que nós, mas no fundo sabíamos que ela realmente era.

Enquanto eu e minha amiga brincávamos de boneca e assistimos desenhos, Natasha já beijava e flertava com tudo que respirava em San Diego.

Ela sempre foi uma conquistadora.

Yelena e eu estávamos assistindo na sala de estar da casa dos Romanoff's, quando uma cena me chamou a atenção.

Natasha desceu as escadas da casa de mãos dadas com uma garota.

-Oi pirralhas, tchau pirralhas. - e a porta foi batida assim que ela e a garota morena passaram pelo pedaço de madeira.

-Sua irmã gosta daquela garota? - eu olhei assustada para Yelena e perguntei.

-Sim. - a caçula dos Romanoff's deu de ombros. - Ela não se importa se é homem ou mulher, ela simplesmente beija.

-Ela gosta dos dois? - meu queixo estava no chão. - Ela não pode fazer isso.

-Ela disse que ainda sim prefere mulheres. - Yelena me respondeu enquanto levava um punhado de pipoca para a boca. - Segundo ela, as mulheres sabem fazer algumas coisas melhores.

-Sexo? - se eu já estava assustada com aquela conversa, o que Yelena me disse me deixou ainda mais em alerta.

Minha amiga não me respondeu verbalmente, mas seu olhar foi o mais malicioso possível e ela assentiu com a cabeça.

E daquele dia em diante, eu comecei a sentir cada vez mais atração por mulheres e Natasha foi a primeira.

Aquela pose de marrenta, seu cabelo ruivo e suas jaquetas de couro me deixavam simplesmente sem ar.