40-Camila Stevens

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Dor, dor e mais dor era só o que eu conseguia sentir naquele momento.

Sentia os meus olhos tão pesados que mal conseguia abri-los de tão cansada que estava todo o meu corpo.

Aos poucos fui abrindo os meus olhos muito devagar, a minha visão estava turva, mas aos poucos foi-se habituando à claridade daquele quarto e tudo à minha volta ganhou um novo foco.

Senti uma mão pegar na minha e outra acariciar a minha bochecha e do jeito tão delicado que era o seu toque só podia ser uma única pessoa que eu bem conhecia e admirava.

-Ally...-falei quase sem forças.

-Eu estou aqui meu amor-senti a sua voz chorosa e, então, comecei a chorar também.

Olhei nos seus olhos e ela sorriu entre o choro.

-Não te vou perguntar como estás...-ela olhou para mim-mas sei que vais ficar bem brevemente.

-O meu filho....eles...eles...-tentei falar, mas o choro veio como uma avalanche.

-Hey calma...-ela limpou a minha cara-o bebé está ótimo e de perfeita saúde minha querida-ela sorriu entre lágrimas-ele já foi visto pelos enfermeiros, já fez análises e exames e está ótimo. Os enfermeiros já o limparam e já o trazem para os teus braços, sim?

-Prometes que ele está bem?-chorei.

-Eu prometo Mimi-ela assentiu-só acho que ele está com um pouquinho de fome-ambas rimos-agora descansa mais um pouquinho por favor.

-Fica comigo por favor...não quero ficar sozinha...

-Claro-Ally ajeitou-se ao meu lado na cama e agarrou na minha mão enquanto eu encostava a cabeça no seu peito-eu não vou sair daqui Mimi.

E só me lembro de ter adormecido no seu colo.

(...)

-Mimi?-acordei quando ouvi a voz doce de Ally me chamar.

Abri os meus olhos e Alicia ajudou-me a sentar encostada às almofadas.

-Tenho uma surpresa para ti-ela sorriu beijando a minha testa.

-Uma surpresa?-olhei para ela curiosa-o que é?

-Podem entrar-Alicia falou e eu logo olhei para a porta do quarto que estava encostada.

Assim que levantei a minha cabeça, as minhas lágrimas contidas até agora resolveram descer pelo meu rosto. Pela porta do quarto entrou Bernardo e eu sorri, mas sorri ainda mais quando notei que nos seus braços estava um pequeno serzinho adormecido.

Senti mais lágrimas rolarem pelo meu rosto assim que Bernardo parou ao meu lado e beijou os meus lábios seguidos da minha testa.

Em silêncio Ben colocou o nosso filho nos meus braços e eu só sabia sorrir e chorar ao mesmo tempo de tanta felicidade que eu sentia por finalmente conseguir ter o meu menino nos meus braços.

A última vez que me lembro de o ver foi quando o meu pai e Mário me levaram para a casa onde eu e o meu pai moravamos antes de eu ir para casa dos Morelli. Lembro-me perfeitamente de entrar em trabalho de parto e por mais que eu fizesse força para que o meu filho não nascesse naquela situação, eu não consegui aguentar por muito tempo, pois as águas já tinham arrebentado e eu tinha a dilatação praticamente toda, então tive de trazer o meu filho ao mundo.

As últimas lembranças que eu tinha era de eu estar sozinha naquele quarto e gritar de dor enquanto fazia força para que o meu filho nascesse e poucos minutos depois eu tinha um lindo bebé nos braços. Sorria e chorava de alegria e medo ao ver o meu menino ali tão pequenino e indefeso. Tirei o meu casaco e embrulhei o seu corpo no mesmo beijando a sua testa quando senti todo o meu corpo dormente e fraco.

Camila e o MonstroDove le storie prendono vita. Scoprilo ora