51-Bernardo Morelli

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Tinham passado alguns dias desde que Camila perdera a memória e nós temos tentado relembrar de certas memórias da nossa família, mas por mais que contassemos certas aventuras da nossa família à Camila, ela continua a não se lembrar de nada.
Há dias em que me apetece gritar aos sete ventos para mostrar toda a fúria e desespero que eu sinto cá dentro do meu coração, mas aí lembro-me que estou aqui pela minha mulher e filhos e não posso desistir deles.

Estava agora aqui no escritório da minha empresa a tratar de fechar mais uma parceria com uma nova empresa à qual eu estava à espera da diretora para ter uma reunião.

(...)

Após um longo dia de trabalho, voltei para casa. Estacionei o meu carro na garagem e logo entrei em casa observando a minha filha Luna saltar para cima do irmão Noah e os dois rirem das suas próprias palhaçadas. Sorri por vê-los bem.

-Boa noite meninos-falei fazendo-os olhar para trás na minha direção.

-Olá papá-Luna correu na minha direção e saltou para o meu colo fazendo-me soltar a pasta na minha mão para segurar a minha filha.

-Isso eram tudo saudades?-abracei a minha filha quando ela desceu do meu colo e cumprimentei o meu filho que se aproximou entretanto.

-A Luna está elétrica-Noah revirou os olhos-acho que é por causa de todo o açúcar que ela andou a consumir durante a tarde.

Olhei para Luna quando ela tentou fazer uma cara de inocente, o que não me convenceu nada, mas deixei isso para lá. Eu depois teria uma conversa séria com ela por causa do seu consumo excessivo de açúcar.

-Onde está a mãe e a vossa irmã?-olhei para os dois.

-Elas subiram-Luna falou-já lá estão há algum tempo-eu apenas assenti e fui atrás da minha mulher e filha.

Caminhei pelo corredor dos quartos e parei em frente ao último, que era o meu e o da minha mulher. Notei que a porta estava entreaberta e pude ouvir um pouco da conversa das duas.

-Já te lembras de alguma coisa?-Eva perguntou.

-Ainda não-Camila negou.

Abri um pouco mais a porta e encostei-me na beira da mesma observando aquelas duas ruivinhas conversarem calmamente sem notarem a minha presença.

-Nem dos teus filhos?-olhei para Eva um pouco triste.

As duas usavam um roupão cada uma com uma toalha cobrindo os seus fios de cabelo laranjas. Sorri um pouco ao ver que elas eram uma fotocópia uma da outra assim como Luna e Noah.

As minhas três ruivinhas.

-Desculpa meu amor-Camila sentou-se na cama ao lado da nossa filha e sorriu com carinho como sempre faz quando se trata dos nossos filhos.

-E do pai?-Eva outra vez.

-Desculpa-Camila abraçou a filha.

Observei os olhos verdes da minha mulher levantarem na minha direção e ela sorrir um pouco. Quando o abraço delas terminou eu pude entrar por completo no quarto e cumprimentei as minhas duas meninas.

-Olá meus amores-beijei a testa das duas depois de pousar a minha pasta em cima do cadeirão do quarto-como correu o vosso dia?-tirei o meu terno e a gravata e olhei para ambas.

-Apesar da mãe continuar a não se lembrar de nós até correu bem-Eva falou encolhendo os ombros-eu vou para o meu quarto, boa noite-Eva despediu-se de nós e saiu fechando a porta atrás de si.

Olhei para uma Camila também triste por não se conseguir lembrar nem dela própria quanto mais dos outros ao seu redor.

-Vai ficar tudo bem-coloquei as mãos nos seus ombros e olhei-a nos olhos.

Camila e o MonstroWo Geschichten leben. Entdecke jetzt